segunda-feira, 7 de julho de 2014

O Brasil poderia ter goleado a Colômbia. Desperdiçou vários gols. Perdeu Thiago Silva. E, suando sangue, está na semifinal da Copa. A melhor campanha desde 2002. Agora, a Alemanha...

O Brasil poderia ter goleado a Colômbia. Desperdiçou vários gols. Perdeu Thiago Silva. E, suando sangue, está na semifinal da Copa. A melhor campanha desde 2002. Agora, a Alemanha...


Fortaleza...

O Brasil sofreu por não ter decidido o placar quando poderia. Uma partida que era fácil se tornou dramática no final. Vitória sofrida contra a Colômbia por 2 a 1 aqui em Fortaleza. Teve de suar sangue nos últimos minutos, mas conseguiu. Está na semifinal da Copa. Melhor campanha desde 2002. Vai enfrentar a Alemanha, terça-feira, em Belo Horizonte. Sem Thiago Silva suspenso. Neymar tomou uma pancada fortíssima nas costas. E será avaliado pelos médicos.

Antes do jogo começar, duas preocupações de Felipão. A primeira era psicológica. Ele não queria os seus jogadores chorando. A ordem era parar de derramar lágrimas no hino nacional. O capitão Thiago Silva se mostrava mais firme, tomando a frente do elenco. O grupo estava interessado em fazê-lo mostrar que ele merecia ser o capitão do time. David Luiz continha a natural empolgação.

Depois de limpar a imagem, chegava a hora de arrumar um grave defeito do time. O lado defensivo direito. Daniel Alves e sua insegurança deixava a vaga para Maicon. Substituição mais do que justa. A troca foi para travar Armero e o temido artilheiro da Copa, James Rodríguez. Paulinho ajudaria a fechar o corredor que era tão explorado pelos adversários.

Foi empolgante o início da partida. Com os dois times tentando marcar por pressão. Ambos tinham a mesma ambição. Marcar o primeiro gol logo no início da partida. Para obrigar o adversário a se abrir. A estratégia coincidia.

O Brasil tinha um ingrediente a mais: jogava com raiva. As críticas nitidamente haviam mexido com a equipe. Fred, Oscar, Hulk e Neymar travavam a defesa colombiana. Sem recursos, apelava para os chutões.

Os colombianos estavam muito nervosos, tensos com a responsabilidade da partida. A Colômbia nunca havia chegado tão longe em uma Copa. Jogador de futebol é instintivo, sente o cheiro de medo.

E foi assim que veio um simples escanteio. A movimentação na área era intensa. A bola veio alta, David Luiz ganhou na força e desviou pelo alto de cabeça. A bola procurou o jogador que mais precisava fazer um gol: Thiago Silva. O tão questionado capitão desviou de joelho a bola para as redes de Ospina.

1 a 0, Brasil, logo aos sete minutos.

Era hora de extravasar. Mas nada de lágrimas!

Apontando para o distintivo da CBF, ele gritava para a câmera de alta definição mais próxima. "Aqui é Brasil, nesta porra! Aqui é Brasil, nesta porra! É Brasil!"

Foi o seu pedido de respeito ao time. E principalmente a ele mesmo, tão massacrado pelo excesso de lágrimas, capazes de ajudar o reservatório da Cantareira. Depois ficou de joelhos e agradeceu aos céus. Sabia o quanto precisava do gol...

O gol mexeu com o jogo. Pékerman foi obrigado a adiantar a Colômbia. Não queria e nem podia ficar muito tempo atrás no placar. O lado emocional e o placar já estavam do lado brasileiro. Ao contrário do que sonhava.

A necessidade de adiantar Ibardo e Cuadrado. Assim como Sanchez e Guarin. O Brasil passava a ter muito espaço na intermediária colombiana. Era só retomar a bola que virava um desespero. O Brasil forçava por seu lado mais talentoso: o esquerdo.

Marcelo e Neymar tinha mais espaço para articular contragolpes em velocidade. Zuñiga e Zapata eram vencidos com facilidade. O problema é que a bola caiu três vezes no pé esquerdo de Hulk. O atacante chutou duas vezes em cima do goleiro Ospina. A terceira para longe do gol. Puro desperdício.

A partida foi ficando tensa. Acabava a simpatia nas divididas. Mas o que importava do lado brasileiro eram as excelentes atuações de Fernandinho e Paulinho. A intermediária estava bem protegida, firme. Não deixava brechas. James Rodríguez mal pegava na bola. Sentia a pressão do jogo.

Pékerman sentia o golpe. Seu time não sabia atacar sem dar espaço. O que era uma dádiva ao Brasil. A proposta de jogo era extremamente favorável aos mais talentosos. Melhor para o Brasil. A superioridade no placar poderia e deveria ter sido muito maior.

No segundo tempo, os colombianos voltavam com Ramos no lugar de Ibardo. Um meia atacante no lugar de um volante. Sabia que precisava do ataque. O Brasil voltou na mesma filosofia. Explorar os espaços oferecidos pelos colombianos.

Thiago Silva fazia grande partida. Oscar taticamente se sacrificava pelo time. Era um terceiro volante compondo o meio de campo. O Brasil estava compactado. Como uma mola encolhida esperando pelos contragolpes.

O problema era Fred, não Freud. O atacante brasileiro fazia sua quinta partida da Copa estático. Sem movimentação alguma. Estava em campo apenas para empurrar zagueiros. Sua falta de participação no jogo compromete o time como um todo. Mas como é líder, não sai.

Estava tudo dando certo. A Colômbia não conseguia criar. O jogo estava brigado, mas sob controle. Até que, aos 17 minutos, Thiago Silva teve uma pane mental. Resolveu travar Ospina para uma reposição de bola normal. Tomou o segundo cartão amarelo. Está fora da semifinal contra a Alemanha em Belo Horizonte. Desfalque importantíssimo.

Felipão imediatamente coçou a cabeça preocupado. Sabia que não tem um substituto à altura. Estava desmanchada a mais cara e competente zaga do planeta.

O time ficou atordoado por alguns momentos. Sentiu o golpe de seu capitão. Foi quando em uma cobrança de falta, o veterano Yepes conseguiu fazer o gol, mas o impedimento acabou marcado corretamente. Em seguida, o castigo decisivo aos colombianos.

Jame Rodríguez mostrou que não estava descansando em Bogotá. Continuava em campo. Fez falta em Hulk na intermediária. David Luiz cobrou com força e direção: 2 a 0, Brasil. Aos 22 minutos do segundo tempo, a Seleção estava na semifinal da Copa do Mundo.

Os colombianos escancaram de vez seu esquema. Buscavam na base da raça mudar alguma coisa. O Brasil continuava criando chances de ampliar, o que facilitava as coisas. Havia espaço. E foi assim que o time de Pékerman conseguiu um pênalti.

Depois de ótima troca de bola na entrada da área, Bacca ficou livre diante de Júlio César. Foi derrubado pelo goleiro. James Rodríguez deslocou o goleiro: 2 a 1, aos 34 minutos.

Só aí Felipão resolveu fechar sua intermediária. Trocou Hulk por Ramires. Era preciso estabilizar o time. Paulinho cansado também saiu para a entrada de Hernanes. A pressão dos colombianos não tinha neurônios, só correria.

O que estava ruim, ficou muito pior quando Zuñiga foi maldoso. E deu uma joelhada nas costas de Neymar. Ele teve de ser substituído. Felipão colocou Henrique como terceiro zagueiro. A equipe ficou atrás dando chutões. Com muito sofrimento, eliminou os colombianos. Faz sua melhor campanha desde 2002. Está nas semifinais...


creator: cosmermoli
Publicado em: Fri, 04 Jul 2014 18:59:12 -0300
Ler mais aqui.

Nenhum comentário:

Postar um comentário