segunda-feira, 6 de abril de 2015

A saúde de Muricy foi a melhor desculpa para a demissão do São Paulo. Diretoria busca treinador mais enérgico para seus mimados jogadores. Leonardo está descartado. Abel Braga e Mano Menezes são os mais cotados...

A saúde de Muricy foi a melhor desculpa para a demissão do São Paulo. Diretoria busca treinador mais enérgico para seus mimados jogadores. Leonardo está descartado. Abel Braga e Mano Menezes são os mais cotados...




"Eu continuo tendo o Muricy como meu técnico, mas não posso ser injusto a ponto de colocar tudo acima da própria saúde dele. O mais importante agora é ele se tratar. E vamos seguir a vida." Carlos Miguel Aidar minimizou o fim do ciclo de Muricy Ramalho no São Paulo. A diverticulite e a pedra na vesícula tiveram um peso decisivo na saída do treinador. Ele teria sofrido até uma crise nesta manhã. Mas a postura do presidente foi politicamente correta. Na verdade, os dirigentes buscam técnico mais enérgico para cobrar o mimado elenco que o clube montou. "O presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, o Vice-Presidente de Futebol, Ataíde Gil Guerreiro, e eu nos reunimos agora à tarde e decidimos pela minha saída do clube. Estou com problemas de saúde, devo fazer uma cirurgia na próxima semana e preciso desse tempo que o São Paulo não tem no momento. "Quero agradecer ao presidente, aos jogadores, os funcionários do clube, os meus companheiros de comissão técnica e, principalmente, aos torcedores que entendem esse meu momento. Preciso nesse momento dos devidos cuidados com a minha saúde. Não é um adeus, é um até breve pela relação que tenho com o São Paulo Futebol Clube. Desejo muita sorte a todos." Este foi o teor de uma nota divulgada pela assessoria de imprensa de Muricy Ramalho. Mas não foi apenas a saúde que determinou sua saída. Aidar e o vice de futebol Ataíde Gil Guerreiro capitularam. Não suportavam mais a pressão de conselheiros e companheiros de diretoria. A pressão pela troca do comando do time foi imensa. O ponto mais lembrado era que o treinador não conseguia mais fazer os jogadores reagirem. Não tinha mais energia e comando. A cena que mais trabalhou contra o treinador foi na derrota por 3 a 0 contra o Palmeiras, quando o jogador tomou uma bola das mãos de Muricy, enquanto ele tentava orientar o time. Há muito tempo todos que frequentam o CCT da Barra Funda sabiam. Havia algo errado demais na relação técnico e equipe. As cobranças não faziam mais efeito. Mas era com a bola rolando a maior queixa. Muricy não conseguia chegar a um esquema tático sólido. Sua insegurança refletia nos jogadores. As mudanças eram constantes, sem lógica. E o time vivia dependendo de jogadas individuais e nunca da força do conjunto.

Atletas lentos como Paulo Henrique Ganso e Alan Kardec chegaram a ter funções em que velocidade era primordial. A saída de bola do São Paulo nos últimos tempos era péssima, insegura, demorada. Assim como a pegada fraquíssima. Pouco importava ter entre os titulares Denílson e Souza. O São Paulo de Muricy Ramalho era antigo, arrastado, sem o fundamental do futebol de hoje em dia: intensidade. E pior, os jogadores são considerados mimados pelos dirigentes. Melindrados, não querem ser cobrados. O lado político também pesou. Muricy era visto por Carlos Miguel como "homem de Juvenal Juvêncio". Ele sabia que nunca teria a mesma amizade com o treinador do ex-presidente. E não fazia questão de disfarçar. Mesmo se Muricy tivesse saúde de ferro, se o São Paulo fosse eliminado da Libertadores, seria demitido. O dirigente não falava publicamente. Mas conselheiros fiéis a Aidar sabiam muito bem o que aconteceria. A saúde debilitada de Muricy Ramalho foi a desculpa perfeita para Aidar antecipar seu plano. E ainda tentar o que considera mais importante. Dar choque no elenco nas duas últimas partidas que faltam pelo grupo da Morte da Libertadores. O Danúbio no Uruguai e o Corinthians no Morumbi. A velha máxima de que um novo treinador sempre incendeia o grupo será colocada à prova. Agora resta esperar a escolha de Aidar e Ataíde. O sonho, comentado várias vezes para conselheiros, seria Leonardo. O ex-treinador do Milan e da Inter de Milan. Além disso, trabalhou como dirigente do PSG. Seria um ex-jogador do São Paulo com a aura europeia. Mas ele não se mostra disposto a ser técnico no Brasil.

"Novo técnico estrangeiro? O estrangeiro que eu queria já conversei com ele e não poderá vir. Falei no telefone agora e não deu. Não vou falar nome. Nosso projeto era trazer em dezembro um técnico de ponta europeu. O projeto foi por água abaixo. Abandonamos o projeto. Agora não sabemos o caminho. Vamos atrás de alguém de ponta no mercado nacional. Não gostaria de mexer com técnico empregado", acaba de revelar Ataíde. À mão estão Abel Braga e Mano Menezes. Dois treinadores desempregados que aceitaram o cargo em um estalar de dedos. Abel tem a seu favor nenhuma rejeição no Morumbi. É considerado um grande motivador. Mano Menezes tem rejeição de grande parte dos dirigentes. Sua passagem pelo Corinthians foi muito marcante. Assim como sua aliança a Andrés Sanchez. Ataíde vai seguir o caminho mais óbvio. Deixar Milton Cruz por três ou quatro partidas. Até contratar um novo técnico. E dependendo quem seja o ele, Cruz poderá perder o emprego. O auxiliar técnico nunca esteve tão visado. Ele também é considerado por Aidar como "homem de Juvenal". Não será surpresa se deixar o clube. Mas se a diretoria queria dar um choque nos jogadores, já conseguiu. Mesmo após a derrota de ontem contra o Botafogo de Ribeirão, não acreditavam que Muricy Ramalho deixaria o clube. A vida será nova daqui por diante. Quanto ao treinador, ele tem de fazer sua cirurgia. Tirar a pedra na vesícula o quanto antes. Tirar umas longas férias, aproveitar sua família. Dinheiro para não trabalhar mais, Muricy tem. O que não podia era ficar sem energia, comprometendo o clube que mais ama. A vida seguiu seu curso normal. A saída de Muricy só pode ser melhor para o São Paulo. Pior do que estava, impossível...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 06 Apr 2015 16:26:37

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