segunda-feira, 6 de abril de 2015

Fred não estava blefando. Flamengo e Fluminense se movimentam para não mais disputarem o Carioca. Querem torneios regionais. O Rio-Sul seria muito bem-vindo...

Fred não estava blefando. Flamengo e Fluminense se movimentam para não mais disputarem o Carioca. Querem torneios regionais. O Rio-Sul seria muito bem-vindo...




"Queria saber quem é que mandou isso aí (expulsá-lo). O Campeonato Carioca tem que acabar. Acaba o Campeonato Carioca! Vamos jogar um Rio-São Paulo. Um campeonato Sul e Rio de Janeiro. Enquanto estiver isso, dessa forma vergonhosa, tem que acabar o futebol do Rio de Janeiro. É inaceitável. "Enquanto estou dando essa entrevista, mais um pênalti é marcado. Hoje parece que marcaram três (ironizando aos três pênaltis a favor do Vasco na derrota para o Friburguense.)" O maior ídolo do futebol do Rio de Janeiro, atacante titular da Seleção na Copa de 2014, vir a público pedir que seja extinto o Campeonato Carioca é porque algo está muito errado. Deixa claro que foi expulso para prejudicar o seu time que enfrenta abertamente o presidente da Ferj, Rubens Lopes. Sendo verdade, o árbitro Wagner do Nascimento Magalhães teria pisado no Maracanã apenas para expulsar Fred. A indecência seria maior com os pênaltis para o Vasco. Coincidência ou não, a situação é absurda. O time de Eurico Miranda, maior aliado de Rubens Lopes, teve nada menos do que sete penalidades nas 14 rodadas do Carioca. A média é de um a cada dois jogos. Para o Botafogo foram marcados dois pênaltis. Assim também como para o Flamengo. E apenas um para o Fluminense, clube que mais contesta a administração de Peter Siemsen.

Mas há muito mais. Se Eurico Miranda não só apoia, mas em arbitrais se senta na cadeira do próprio presidente Rubens Lopes, há o caso da direção do Botafogo. Sempre calada diante das polêmicas. "O Botafogo está totalmente alinhado com a Tederação, não sei o que eles querem com isso. Talvez uma conta bancária mais alta", disse Peter Siemsen ao jornal Extra. Ou seja, o presidente do Fluminense levanta a suspeita que, por trás do apoio do seu rival, haja uma conta bancária mais alta, ou seja, a Federação Carioca daria dinheiro por esse "alinhamento". Mas não acabou. Antes do polêmico Fla-Flu de ontem, vazou que os jogadores dos dois times iriam ficar dois minutos tocando bola, de um lado para o outro. Seria um protesto contra a Federação Carioca. Só que houve a resposta de maneira rápida, fulminante. Jornalistas foram avisados por representantes de Rubens Lopes que, se isso acontecesse, todos os 22 jogadores em campo tomariam cartão amarelo, por atitude antidesportiva. Sabendo disso, o que os atletas fizeram? Entraram em campo com tarja preta e quando ficaram perfiladas antes do jogo, colocaram suas mãos direitas sobre a boca. Estavam repetindo o gesto de Vanderlei Luxemburgo, que colocou um esparadrapo na boca, após ser suspenso por criticar a Federação Carioca. O presidente Rubens Lopes não admite crítica de jogador, treinador, dirigente ao insignificante Campeonato do Rio de Janeiro, como à Federação que preside. Ou a ele mesmo.

As direções de Flamengo e Fluminense se juntaram contra o absolutismo, a tirania de Rubinho. O Botafogo lava as mãos. E o Vasco dá total apoio à Federação Carioca. Diante desse quadro, a diretoria do Atlético Paranaense já se antecipou. E ela que não disputa seu estadual com o time titular, quer se juntar aos dois grandes clubes rebeldes cariocas. Para brigarem juntos por torneios mais significativos do que o estadual, antes da Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro. Rubens Lopes não está a passeio na Federação Carioca. Já avisou cúpula da CBF. Marco Polo del Nero e José Maria Marin sabem muito bem o que está acontecendo. A tentativa de insurreição. E não vão aceitar. Não vão permitir que esses clubes alterem o calendário neste país. Ele prevê uma sequência que já está "consagrada": estaduais, copa do Brasil, Brasileiro. Mais a Libertadores no primeiro semestre. E a Copa Sul-Americana no segundo. A inspiração da diretoria do Atlético Paranaense é a Copa do Nordeste. O torneio regional que voltou a ser disputado em 2012 é um sucesso de público e audiência. A vontade é exigir que a CBF faça o mesmo. Não foi por acaso que Fred falou em campeonato Rio-Sul. Reuniria os maiores clubes do Rio, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. A proposta vai chegar à CBF. Só que a chance de aprovação é mínima. O presidentes das federações carioca, catarinense, paranaense e gaúcha não são tontos. Têm a certeza de que os clubes esvaziariam os seus estaduais. Porque como na Copa do Nordeste, os times não são liberados dos torneios em seus estados. Disputam os dois ao mesmo tempo.

Rubens Lopes sabe que os times do Rio de Janeiro e os demais usariam seus titulares nesta Copa Rio-Sul. E para o Carioca, Catarinense, Paranaense e Gaúcho só reservas. Seria o golpe de misericórdia nos esvaziados torneios. Por isso quase não há chance de aprovação. Mas a verdade é que a revolta chegou a um grau perigoso para os presidentes das Federações. A credibilidade dos estaduais chegou ao ponto mais baixo. A Federação Mineira já contabiliza o prejuízo do esvaziado torneio que organiza. Por falta de interesse, Atlético Mineiro e Cruzeiro jogarão a semifinal do torneio e não a final, como seria lógico. Ambos estão preocupados demais com a Libertadores. A decisão será necessariamente com Cruzeiro ou Atlético contra Caldense e Tombense. O fracasso de público na final é algo mais do que garantido. E também de renda. O descontentamento dos clubes grandes com os estaduais é generalizado. Ainda mais com os regulamentos, que obrigam que coloquem quase todos seus preciosos titulares. Prejudicando principalmente os que disputam a Libertadores. A baixa audiência também perturba a TV Globo. Por enquanto, os presidentes das Federações têm bloqueado a CBF. Não abrem espaço para os regionais. Mas a situação está ficando insustentável. A briga entre a Ferj e Flamengo e Fluminense abriu um precedente importantíssimo. Dependendo como as coisas caminharem, tudo pode ser revisto. Esse domínio completo de Rubens Lopes pode acabar. E o que Fred disse não ter sido apenas uma bravata, um desabafo de jogador expulso aos 29 minutos do primeiro tempo. O capitão do Fluminense e maior ídolo do futebol do Rio de Janeiro sabe muito bem o que acontece nos bastidores. Não só do seu clube, mas também do parceiro Flamengo. Os dirigentes estão se articulando para acabar o estadual do Rio de Janeiro. Sonhando com regionais. Mais curtos e lucrativos. E vão brigar a sério tentando conseguir impor um motim. Lopes e Eurico Miranda não esperavam tanta coragem. Mas prometem reagir. E cobrar lealdade à entidade que comanda o futebol deste país: a CBF. Afinal são os presidentes de Federações e de clubes que mantêm Marin e Marco Polo no poder...





Fonte: Esportes R7
Categoria: formula-1
Autor: cosmermoli
Publicado em: 06 Apr 2015 14:16:55

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