quinta-feira, 11 de setembro de 2014

A briga de egos entre Aidar e Juvenal escancara. O São Paulo é atrasado, mal administrado, reacionário como todo clube brasileiro. Acabou a pose. Pior para o time de Muricy...

A briga de egos entre Aidar e Juvenal escancara. O São Paulo é atrasado, mal administrado, reacionário como todo clube brasileiro. Acabou a pose. Pior para o time de Muricy...




"Pagar bicho em dinheiro, no vestiário, em saquinho de pão? Acho que não dá mais. Dirigir o clube em duas, três pessoas... O jeito de ele gerir é ultrapassado. "Viagens para diretores, conselheiros, passagens, hospedagens. Eu vendi 20 carros. Serviam pra quê? Para buscar pessoas. Diretor com carro e motorista por conta do clube. Meu carro está aí na porta, eu dirijo meu carro. O São Paulo parou no tempo. "Encontrei o São Paulo muito pior do que imaginava, acostumado a benesses, com pessoas acostumadas a vantagens. Era comum ver diretor andando pelo clube com pacote de ingressos na mão para show, para jogo, distribuindo para sócios." "A base deveria produzir mais jogadores. A base meio que se isolou do São Paulo. Quando assumi, tinha 320 meninos. Cortei para 240. E vai ficar entre 150, 160." Carlos Miguel Aidar desmoralizou a gestão do ex-presidente e seu principal cabo eleitoral à presidência do São Paulo, Juvenal Juvêncio. Reclamou da dívida que ele deixou e que hoje já chega a R$ 131 milhões. E ainda o ameaçou de demissão do Centro de Formação de Atletas de Cotia. Insiste que, com Juvenal, o clube parou no tempo. Falou e ainda fez questão de posar para fotos para a Folha de São Paulo de ontem. Juvenal Juvêncio rebateu o dirigente. Item por item. Foi além deixou claro que ninguém vai tirá-lo do comando do CFA de Cotia. Ironizou o ataque do presidente ao centro de formação de atletas. "Cotia não é uma obra que você corta 50 operários e diminui o ritmo. Aquilo é uma ciência, é uma arte. Não pode ser jogado em barganha política." Juvenal também tratou de desmoralizar Carlos Miguel. "O associado do São Paulo FC não pode ser levado a acreditar que todos os elogios que Carlos Miguel fez à minha gestão durante campanha eleitoral foram fruto de desconhecimento, ou pior, por oportunismo. O associado não quer acreditar que houve no São Paulo FC algo que poderia ser considerado um estelionato eleitoral. Digo a esses, e aos milhões de torcedores, que fiquem seguros de que isso não houve." E ontem mesmo começaram as consequências práticas. João Paulo Juvêncio, neto de Juvenal, pediu demissão do cargo de diretor-adjunto de finanças. Ele é filho de Marco Aurélio Cunha. Pessoas ligadas ao ex-presidente, como Milton Cruz e o gerente José Carlos correm risco de demissão.

O que está por trás dessa lavagem inesperada de roupa suja em público? Justo o São Paulo onde dirigentes cansaram de garantir ser um clube diferenciado dos outros no Brasil? Agora, que o time de Muricy Ramalho conseguiu se acertar. Está em segundo no Brasileiro e tem uma partida decisiva contra o Cruzeiro no domingo, a guerra de egos escancara situações bizarras. Como um presidente levando dinheiro em "sacos de pão" para pagar aos jogadores. Ou levar conselheiros para viagens e distribuir talões de ingressos de shows. Tudo para manter o apoio político. Ou o ex-comandante do clube insinuar que recebeu elogios à sua gestão por oportunismo do então candidato à sua sucessão. O elo quebrou entre os dois quando Mariana Aidar, ex-agente Fifa, pediu demissão. A filha caçula de Carlos Miguel era assessora do presidente. Mas como havia sido agente Fifa, conselheiros espalharam no clube que o cargo era incompatível. E que ela poderia tirar proveito nas negociações de atletas. Mariana teria ficado muito magoada com as insinuações e decidiu pedir demissão. Carlos Miguel esperava que Juvenal defendesse sua filha em público. Mas o ex-presidente se calou. Ficou a impressão entre os conselheiros que ele concordava com a demissão de Mariana. A partir daí, o amor do pai prevaleceu. Os dois não só se afastaram. Mas Carlos Miguel tomou uma decisão. Ele decidiu romper formalmente com Juvenal. Além de se vingar do que aconteceu com Mariana, o presidente tem a certeza de que, sem o ex-presidente por perto, ficará mais fácil para negociar a reforma do Morumbi com a oposição. O blog já revelou que seu sonho era a construção de uma nova arena, vendendo o atual estádio do São Paulo que considera "ultrapassado". Mas ele não tem cacife político para aprovar esse polêmico projeto. Até mesmo a reforma do Morumbi é de difícil aceitação. Inúmeros conselheiros acreditam que o clube não pode se aventurar em projetos caríssimos. Alegam que o mundo está em recessão. E o futebol brasileiro mais ainda. E destacam que a grande prova está na ausência de um mero patrocinador na camisa do time. Fazer o São Paulo passar a dever R$ 400 milhões para a cobertura e modernização do estádio é quase impossível. O sonho de Carlos Miguel já foi travado duas vezes pela oposição. Sem Juvenal, Carlos Miguel acredita que o diálogo com opositores será muito melhor. Tanto que pretende oferecer um cargo para Marco Aurélio Cunha. "Se for para bater palmas, eu não vou. Há gente que bate muito mais forte do que eu", disse Cunha ao ser sondado. Isso foi antes da demissão do seu filho, forçada pelo descontentamento do presidente com as dívidas do clube, deixadas pelo avô. A influência de Juvenal ainda é imensa. Em todos os setores do Morumbi.

O São Paulo se escancara de uma maneira amadora, cujos dirigentes sempre juraram que não aconteceria no Morumbi. Por trás dessa lavagem de roupa suja há a obsessão de Carlos Miguel em reformar o estádio. Mas ele só quis distância de Juvenal quando viu que ele não fez nada para proteger sua filha Mariana. Aí veio a vingança. Ridicularizou sua administração. E forçou o neto de Juvenal a pedir demissão. O avô sentiu a mesma dor que o pai sentiu. Dente por dente, olho por olho. O duelo entre Carlos Miguel e Juvenal Juvêncio não vai parar por aí. O ex-presidente garante que está curado do câncer de próstata. O primeiro passo para demonstrar força será continuar mandando em Cotia. E sem cortar os meninos que o presidente deseja do CT. O segundo já começou a ser dado desde ontem. Está articulando os conselheiros mais próximos e influentes, que garantiram a eleição de seu sucessor. O primeiro pedido é não apoiar de maneira alguma a reforma do Morumbi. Já Carlos Miguel promete fazer a sua prerrogativa de presidente do clube. E fazer uma reformulação no quadro de funcionários. Os ligados a Juvenal são os que correm mais risco de demissão. Além disso, quer a aproximação dos comandantes da oposição, para não depender dos "conselheiros de Juvenal". Enquanto isso, assume que o direito de imagem e premiações estão mesmo atrasados. A revista Veja publicou que Muricy tem três meses de salários atrasados. Toda essa briga atinge em cheio o time. Há jogadores que desfrutam de amizade com Juvenal como Rogério Ceni, Luís Fabiano e Kaká. Além do próprio Muricy. As principais organizadas também têm ligação umbilical com o ex-presidente. Não fazem a menor questão de esconder. Muitos conselheiros que são ligados tanto ao ex, como ao atual presidente, não sabem o que fazer. Como se posicionar. Funcionários vivem com medo de demissão. O clima é tenso. O conflito vem à tona justo na véspera do confronto contra o Cruzeiro, líder do Brasileiro. Uma vitória alimentaria a esperança de título. Só que o foco apenas no jogo não existe mais. Os egos de Carlos Miguel Aidar e Juvenal Juvêncio não poderiam esperar. E vieram à tona. Pior para o São Paulo está escancarado como nunca esteve. A situação só prova o que muitos já sabiam. O clube é tão mal administrado, atrasado, endividado, reacionário como qualquer um do Brasil. Acabou a pose...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 11 Sep 2014 09:43:19
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