segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Dunga e Gilmar dão uma aula de amadorismo no corte de Maicon. A censura ao motivo ridiculariza a Seleção. Versões bizarras envolvendo leite condensado, pimenta, shampoo ganham o mundo. Por que o medo de falar a verdade?

Dunga e Gilmar dão uma aula de amadorismo no corte de Maicon. A censura ao motivo ridiculariza a Seleção. Versões bizarras envolvendo leite condensado, pimenta, shampoo ganham o mundo. Por que o medo de falar a verdade?




Leite condensado, pimenta, shampoo, balada, embriaguez, discussão. Mistério. Antes de qualquer outro ingrediente exótico ou mentiras constrangedores, o corte de Maicon da Seleção mostra falta total de habilidade. Dunga e Gilmar Rinaldi conseguiram expor o Brasil ao ridículo ao esconder o motivo da inesperada dispensa. Veículos de comunicação do mundo todo mostram os mais bizarros motivos do corte. Ele ocorreu de surpresa ontem. O coordenador Gilmar foi de uma infelicidade atroz. Ele anunciou a dispensa aos jornalistas brasileiros. Disse que era "assunto" interno. E pedia para que os repórteres não perguntassem nada aos jogadores. Lógico que não foi atendido. Mas ninguém disse uma palavra concreta sobre o motivo que obrigou o lateral de 33 anos, o mais velho do grupo, a ir embora, enxotado por Dunga. Enquanto os correspondentes buscavam informações, Maicon já havia fugido antes. Saiu como se tivesse cometido um grande crime. Escondido nas sombras. A partir daí, começaram a surgir inúmeras versões sobre a dispensa. Várias inacreditáveis. Vergonhosas. Envolvendo outros jogadores. Não valem a pena ser reproduzidas, de tão ofensivas. O que importa é que este episódio é simbólico. O clima de quartel já domina a Seleção. É o efeito do estilo de Dunga. Ele já usava Maicon como exemplo de como será o seu comando na Seleção. Se não admite choro no hino e selfie, o treinador detesta indisciplina. Não admite que seu comando seja questionado. E afasta quem não se enquadra, não se submete à maneira de pensar. A falta de visão do treinador e de seu coordenador é assustadora. Garantir que é "problema interno" só expõe não só Maicon, mas a própria Seleção. De repente, não importa mais a maneira com que o time ganhou da Colômbia. E nem como se prepara para enfrentar o Equador. Mas sim shampoo, leite condensado, pimenta e o que mais a imaginação permitir. O Corriere della Sera garante que o real motivo de Maicon não tem nada a ver com escatologias. Mas um velho conhecido do futebol brasileiro. Dunga teria dado folga aos jogadores após a vitória diante dos colombianos em Miami. Eles poderiam ficar fora do hotel até meia-noite. Na versão do jornal, Maicon voltou apenas as sete da manhã. Ainda supõe para se recuperar de uma "noite selvagem". A CBF não desmentiu. Nem confirmou a versão do jornal italiano. Só ficou claro que o lateral da Roma nunca mais será convocado. Gilmar Rinaldi agradeceu em nome de Dunga os serviços que ele prestou à Seleção Brasileira. Foi quase um obituário.

O ponto final estava presente nas palavras e na postura de Gilmar. O que só despertou versões criativas para o adeus. Várias delas bizarras. Dunga precisa acordar para a vida. Perceber que não estamos mais vivendo no tempo da ditadura. Ele não é um general em 1970 que dizia à imprensa até onde qualquer assunto seria divulgado. Isso não existe mais. Se Maicon não teve um comportamento profissional é preciso ser tornado público, sim. A época das mentiras ou a manipulação das notícias acabou. Assim como a censura. A maneira como a situação está sendo conduzida é tosca, amadora. O fato é importante demais para ser omitido. A irmã e sua empresária tentou amenizar. Disse que ele teve "problemas particulares". Só que não convenceu ninguém. Se fosse assim, Gilmar não faria tanto terrorismo psicológico. Evidente que houve uma grave indisciplina por parte do lateral. Ele não foi despachado para sempre da Seleção por acaso. Jogadores importantes mundialmente como Neymar e David Luiz não estariam com feições tão assustadas se não fosse algo sério. Dunga tem a grande missão de reestruturar o Brasil depois do vexame que deu na Copa do Mundo. Precisa ter mais visão. Seu poder em calar jornalistas é nulo. Toda sua vivência não o faz entender que só está agravando uma situação que, infelizmente, pode ser corriqueira nas concentrações: alguém chegar atrasado, passar a noite fora. Seja qual for a verdade, Dunga tem a obrigação de se manifestar. Ele não está protegendo a Seleção. A está expondo ao ridículo. Nos tempos de redes sociais, Maicon e alguns outros jogadores do Brasil acabam ridicularizados em várias versões do corte. Seus familiares e amigos também acabam afetados. Assim como a noção de decência em uma concentração brasileira. Se Dunga proteger o ambiente na Seleção, fez completamente o contrário. Mandar Fabinho sair do Catar às pressas, deixar a Seleção sub-21, para chegar aos Estados Unidos para ficar na reserva de um amistoso contra o Equador é ridículo. Trazer holofotes para a dispensa. Lógico que os jornalistas não param de especular o que Maicon poderia ter feito de verdade? A ponto de Dunga não suportar ficar perto do seu jogador de confiança de tantos anos? O homem que seria capitão de sua Seleção, sempre que Neymar não estivesse atuando?

Pior ainda é a omissão da presidência da CBF. José Maria Marin deveria justificar o seu cargo e esclarecer a opinião pública. Mas Marin e Dunga vão pelo caminho das sombras. Que cada um divulgue a versão que desejar da dispensa. Que o imaginário divulgue situações que envolvam shampoo, leite condensado, pimenta. A volta de Dunga ao comando da Seleção foi resgatar a imagem afetada, ridicularizada na Copa do Mundo. Principalmente depois do 7 a 1 para a Alemanha. Mas logo na primeira situação difícil. Em uma indisciplina, ele se perde. Não sabe lidar. O caminho mais simples, mais coerente é o da verdade. O treinador se cala e pensa que expõe Maicon. Mas na verdade, quem está exposta novamente é a Seleção Brasileira. Ridicularizada nas redes sociais de todo o planeta. Isso não é censura. É amadorismo puro...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 08 Sep 2014 14:30:44
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