quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Pelé faz o inacreditável. Não só não apoia Aranha, como o critica. O goleiro deveria ter fingido não ouvir os gritos de 'macaco'. Para ele, o jogador negro tem de se calar diante do racismo...

Pelé faz o inacreditável. Não só não apoia Aranha, como o critica. O goleiro deveria ter fingido não ouvir os gritos de 'macaco'. Para ele, o jogador negro tem de se calar diante do racismo...




Qual é a melhor atitude a fazer quando um negro é chamado de macaco? Abaixar a cabeça e fingir que não ouviu. Porque se reclamar, buscar os seus direitos só estará incentivando o racismo. Ainda mais se for jogador de futebol. Essa é a triste maneira de pensar de Pelé. Por 21 anos que duraram sua carreira ele ouviu os gritos racistas. Nunca usou todo o prestígio de ser o melhor jogador de futebol de todos os tempos. Preferiu não comprar a briga. E se submeteu. Fingia não ouvir os gritos de macaco. A postura submissa de Pelé está tão enraizada que ele criticou Aranha. Para ele, o goleiro do Santos não deveria ter enfrentado alguns torcedores gremistas que o chamavam de macaco. No entender de Pelé, o melhor seria ter se feito de surdo. "O Aranha se precipitou em querer brigar com a torcida. Se eu fosse querer parar o jogo cada vez que me chamassem de macaco ou crioulo, todos os jogos iriam parar. O torcedor grita mesmo. Temos que coibir o racismo. Mas não é num lugar publico que você vai coibir. O Santos tinha Dorval, Coutinho, Pelé... todos negros. Éramos xingados de tudo quanto é nome. Não houve brigas porque não dávamos atenção. Quanto mais se falar, mais vai ter racismo." Pelé teve a coragem de assumir essa postura deplorável hoje. Ele foi até o Rio de Janeiro. No Morro da Mineira. Em evento de um patrocinador, deu uma entrevista. Chamou de "desastre" a goleada por 7 a 1 que o Brasil sofreu da Alemanha na Copa. Disse que a Seleção não pode depender apenas de Neymar. Mostrou que acredita em Dunga. Mas nenhuma das suas declarações foi mais importante. Ele mostrou como ele e os negros no Brasil se comportaram desde que os brancos os deixaram jogar futebol profissional, na década de 30. A esmagadora ouviu os gritos de "macaco" da arquibancada e se calavam. O pior é que Pelé não percebe tudo o que ele poderia ter feito pela importantíssima causa. Porque se os torcedores brasileiros tinham coragem de chamar o maior de todos os tempos de "macaco", fácil imaginar que os outros não tinham sossego. Mas pouquíssimos tiveram coragem de abrir a boca para reclamar. Pelé foi muito além de confessar que não fazia nada. Criticou Aranha. Para ele, criar confusão não leva a nada. O melhor do mundo não consegue enxergar que o racismo deve ser enfrentado com raiva. Pelé é filho de Dondinho. Também negro e que foi jogador de futebol. Deve ter aprendido em casa que jogador negro não enfrenta brancos que o chamam de macaco. Se cala e abaixa a cabeça. Ele já havia adotado uma postura estranha no famoso caso de Daniel Alves. No começo do ano, a Europa teve inúmeros casos de racismo. O do lateral direito foi o mais importante. Um racista jogou uma banana em direção ao lateral do Barcelona. Bem humorado, ele comeu a banana. Humilhou quem queria humilhar. Mas Pelé não gostou. "Se ele não pega a banana, não come a banana, ninguém ia ver que tinham jogado a banana. Não aconteceria nada. Só teve a repercussão porque ele fez a brincadeira. O ser humano, as pessoas cafajestes, existem em todas as partes do mundo."

Mesmo com 73 anos e extremamente lúcido, Pelé não consegue enxergar. Para ele, o jogador negro precisa fazer de conta que não escuta os gritos de macaco. Nem vê as bananas atiradas em sua direção. Os racistas espalhados pelo mundo devem adorar a falta de reação de Pelé. Ela só incentiva que a situação perdure. Pelé age como os primeiro negros a se misturarem com os brancos no futebol brasileiro. Eles estavam tão gratos por poder disputar partidas de futebol que serem chamados de macacos não importava. Uma tristeza que o melhor e mais representativo jogador de todos os tempos seja tão omisso. E não perceba que a atitude certa, correta é a de Aranha. Quando há racistas nas arquibancadas é preciso parar a partida. Chamar o juiz, a polícia, pedir para os cinegrafistas filmarem. Tomar providência. Os estádios não são os lugares para a escória do mundo. Lugar de racista é longe da sociedade. Não em campos de futebol jogando banana e chamando o negro mais próximo de macaco.

Pelé diz que foi amigo de Mandela, Muhammad Ali, bispo Desmond Tutu e tantas outras personalidades negras importantes para a humanidade. Elas não abaixaram a cabeça diante do racismo. Não se fizeram de surdos diante dos gritos de macacos. Pelo contrário, fizeram que muitos e muitos se calassem. Uma pena que não aprendeu com os exemplos. Omissão é tudo que os racistas espalhados pelo mundo querem. Sem se dar conta, Pelé age exatamente como um atleta negro da década de 30 que foi liberado para jogar com os brancos. E não terá mais de passar pó de arroz no rosto, braços e pernas para esconder sua pele escura dos torcedores. Por isso os gritos de macaco não o incomodam. O mundo mudou. Pelé não viu...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 10 Sep 2014 19:56:27
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