domingo, 21 de dezembro de 2014

A comissão de Aidar a Cinira Maturana desvia o foco do São Paulo. O clube que poderia brigar pela redistribuição das cotas da TV Globo. O privilegiado Corinthians foi o menos assistido entre os quatro grandes paulistas no Brasileiro...

A comissão de Aidar a Cinira Maturana desvia o foco do São Paulo. O clube que poderia brigar pela redistribuição das cotas da TV Globo. O privilegiado Corinthians foi o menos assistido entre os quatro grandes paulistas no Brasileiro...




Não estivesse tão envolvido em tentar explicar na comissão de 20% que sua namorada de negócios do São Paulo, Carlos Miguel Aidar poderia estar agindo. Tentar transformar em aliados Eurico Miranda, Gilvan Tavares, Vitorio Piffero, Daniel Nepomuceno, Modesto Roma Junior. E até seu inimigo, Paulo Nobre. A diretoria do São Paulo Futebol Clube tem os números fechados das transmissões do Brasileiro de 2014. Está quebrada de vez a velha desculpa que o Corinthians precisa ganhar mais dinheiro da tevê. Não há audiência que sustente a afirmação. O clube de Mario Gobbi foi disparado o mais mostrado para o mercado mais rico do país. Os paulistas tiveram de assistir aos corintianos nada menos do que 20 jogos dos 38 do campeonato. O São Paulo, 17. O Palmeiras, cinco partidas. O Santos apenas três vezes foi mostrado na Globo. Uma diferença gritante, que não tem justificava no Ibope. O Palmeiras, no seu desespero para sobreviver na Série A, foi o primeiro. Chegou. 17,1% pontos. O São Paulo, 17%. O Santos conseguiu ficar na frente do rival do Parque São Jorge. Foram 16,93 pontos contra 16,87%. O Corinthians foi o último dos quatro. Com direito até a duas partidas entre as piores audiências. Nas duas vezes em que enfrentou o Criciúma marcou 13 pontos. Os números foram divulgados pelo site Notícias da TV e confirmados pelos clubes. O Flamengo, clube mais popular do Brasil, teve o seu recorde negativo na Globo. Marcou apenas 17 pontos na derrota para a Chapecoense por 1 a 0. Algo inédito na história. O relatório completo das audiências dos clubes chegou no Morumbi. Mas o imbróglio envolvendo Carlos Miguel e sua namorada, Cinira Maturana, roubou a cena. Desviou completamente o foco do presidente. Não fosse isso, ele poderia repetir sua luta contra a "espanholização" do futebol brasileiro. Flamengo e Corinthians ganham muito mais da Globo do que os demais clubes, assim como Real Madrid e Barcelona recebem na Espanha. O deputado pernambucano Raul Henry, do PMDB, já entrou com um projeto na Câmara Federal. Ele quer o governo obrigando a Globo a redistribuir as cotas da tevê. Sem levar em conta critérios subjetivos de importância de determinado clube. O critério é uma cópia do que já acontece na Inglaterra. 50% da receita seriam divididos igualmente entre os times, 25% distribuídos de acordo com a classificação da equipe na última temporada do campeonato em questão e 25% repassados proporcionalmente à média do número de jogos transmitidos no ano anterior.

A Globo tem muitos defensores na Câmara Federal. Além do que a intervenção governista nesta questão fere o mercado, não é democrática. As chances do projeto de Henry passar são nulas. A revolução precisa começar nos demais clubes prejudicados na distribuição. O Cruzeiro ganhou os Brasileiros de 2013 e 2013. O Atlético Mineiro foi o último brasileiro a vencer a Libertadores da América, em 2013. É o atual campeão da Copa do Brasil. Ambos recebem da tevê R$ 45 milhões. Em 2017 vão receber R$ 60 milhões. Enquanto isso, Flamengo e Corinthians recebem R$ 110 milhões. A partir de 2017, embolsarão 170 milhões por ano. Carlos Miguel Aidar perdeu o trem da história. Estava fácil demais liderar uma revolução. Mas se enroscou em um processo que lhe tirou autoridade na nacional. Admitir pagar 20% para a namorada, em um contrato envolvendo milhões da troca de material esportivo, repercute no país. Quem vibra com isso justamente o maior beneficiado pela Globo em São Paulo, o Corinthians. "Se fosse aqui que o presidente desse 20% de comissão à sua namorada, já estaríamos todos presos. Mas lá (no Morumbi) é normal", ironiza Andrés Sanchez. A oposição são paulina não defende a prisão de ninguém. Se organiza para uma CPI, que poderia acabar até em impeachment. O que pode enfraquecer ainda mais Carlos Aidar. Poucas pessoas percebem, mas essa questão extrapola o Morumbi. Reflete no Brasil como um todo. Elimina aquele que se colocava como eventual presidente de uma liga independente. Alguém para interferir em uma nova distribuição de cotas da Globo. Se Cruzeiro e Atlético Mineiro têm razão para reclamar, o São Paulo também tem. Atualmente o clube recebe R$ 30 milhões a menos que o Corinthians. Em 2017, chegará aos seus cofres R$ 60 milhões a menos. Sempre lembrando que a Globo mostra quantos jogos quiser das equipes que escolher. Os corintianos sempre foram os privilegiados com mais jogos mostrados. O que garante maior exposição, mais dinheiro de patrocinadores. Renovação de seus torcedores. Maior interesse dos seus sócios-torcedores. Tudo vale muito dinheiro. Enquanto a equipe do Parque São Jorge dava mais audiência, tudo até poderia ser justificado. Mas o Brasileiro de 2014 desmoraliza a tese da Espanholização. Porque Real e Barcelona continuam os clubes mais assistidos no Campeonato Espanhol. O Corinthians ficar atrás de Palmeiras, São Paulo e Santos no Brasileiro de 2014 é um marco. Algo significativo demais que os clubes rivais não estão sabendo aproveitar. O mais interessado está perdendo tempo com algo impensável, inacreditável. Inaceitável. Aidar assumir que pretendia dar para sua namorada comissão de 20% de uma negociação do clube, envolvendo milhões, teve consequências. Tirou suas forças como líder de uma revolução. Melhor para o Corinthians e Flamengo. Uma dor de cabeça a menos para a Globo. Mesmo injusto, o cenário das cotas continuará como está. Mesmo sem querer, Cinira Maturana não tem ideia do quanto está interferindo no futebol brasileiro...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 21 Dec 2014 13:10:05

Nenhum comentário:

Postar um comentário