quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Com Segurança Pública falida em São Paulo, Federação Paulista enfrenta o bom senso. Veta torcida única não só para Palmeiras e Corinthians, mas em todos os clássicos. Expõe vida de torcedores e soldados a troco de nada...

Com Segurança Pública falida em São Paulo, Federação Paulista enfrenta o bom senso. Veta torcida única não só para Palmeiras e Corinthians, mas em todos os clássicos. Expõe vida de torcedores e soldados a troco de nada...




O Ministério Público, a Polícia Militar e alguns presidentes de clubes de São Paulo estão chegando a uma conclusão. Diante da violência sem fim das organizadas, todos querem torcida única nos clássicos. Seria a solução mais lógica. Menos soldados deixariam de servir a comunidade para trabalhar em jogos de futebol. As novas arenas seriam preservadas. Os confrontos entre torcedores rivais nos metrôs, nos terminais de ônibus, as brigas marcadas pela Internet, diminuiriam muito. Só que a FPF é contrária à medida. Não quer esvaziado seus clássicos. Se fizer disso uma norma, quando o time mandante estiver mal no Campeonato Paulista, o estádio poderá estar vazio. O que seria péssimo para a imagem do torneio. Muito ruim para Globo e Bandeirantes que transmitem a competição. Assim, centenas de policiais a mais deverão trabalhar por causa de 1.600 corintianos que deverão ir ao clássico no Palestra. Quase todos membros das várias facções corintianas. Os palmeirenses deverão chegar perto dos 40 mil. Se houvesse uma torcida única, tudo seria mais fácil de controlar. Menos soldados seriam deslocados para o jogo. A direção corintiana, muito ligada às suas organizadas, já mandou avisar que não aceita. Quer seu torcedor em todos as partidas do clube. Essa postura é mais para agradar seus facções do que fruto de uma análise profunda sobre a violência. As diretorias de Santos e São Paulo não têm a mesma preocupação que o Palmeiras. Vila Belmiro e Morumbi são estádios velhos. Estão longe de ser novas arenas com instalações modernas. E não há a preocupação em preservá-los a todo custo. Não são tão veemente contra duas torcidas. Não há medo com o que as organizadas rivais possam fazer nas suas arquibancadas. Também não existe preocupação a flor da pela dos seus presidentes sobre o que acontece nos metrôs, nas estações de ônibus e trens quando suas organizadas se confrontam com adversárias. Vale lembrar que Marco Polo del Nero e os presidentes de clubes só vão a estádios cercados de seguranças. Muitos deles armados. Ou seja, eles estão bem protegidos até de um ataque do Estado Islâmico.

Paulo Nobre também acredita que isso é um problema da sociedade. E que as autoridades deveriam agir. Mas sua prioridade agora é preservar o novo estádio. Ele pediu abertamente para o presidente Marco Polo del Nero. Queria, de qualquer maneira, só a torcida do Palmeiras no clássico de domingo, contra o Corinthians. Nobre sabe que as organizadas corintianas vão se vingar. No clássico no ano passado, em julho, no Itaquerão, vândalos infiltrados na torcida palmeirense quebraram 258 cadeiras. O Palmeiras teve de pagar R$ 45 mil ao Corinthians. A atitude dos rivais estimulou a diretoria corintiana a tomar uma atitude enérgica. Tirou as cadeiras dos setores das organizadas adversárias. E também das suas. Em todo jogo havia cadeiras quebradas por corintianos no seu estádio. A melhor saída foi divulgar que as próprias organizadas pediram para assistir aos jogos em pé. É um atraso. A vitória da ignorância. A tendência do mundo moderno é dar conforto aos torcedores. Mas no Itaquerão isso não pode acontecer. Até porque a Polícia Militar mandou avisar que não colocaria soldados para proteger as cadeiras, diante do vandalismo dos próprios corintianos. No novo Palestra Itália, a WTorre não vai retirar as cadeiras. Mesmo sabendo que haverá a revanche. A vingança. É esperado que membros das organizadas corintianas vão quebrar seus assentos no domingo. A polícia sabe. O Ministério Público sabe. A Federação Paulista sabe. Até a ex-presidente da Petrobrás, Maria Graça Foster, a tudo desconhece, pelo menos da quebradeira programada para domingo ela sabe. Marco Polo del Nero disse não ao pedido de Paulo Nobre. Mandou avisar que se abrisse o precedente e colocasse torcida única no Palestra Itália, teria de fazer o mesmo em todos os clássicos. E os outros presidentes de clubes não querem. O presidente da FPF não quer.

A saída encontrada por Nobre foi financeira. Ele aumentou o preço dos ingressos do setor onde ficarão as organizadas. Tanto do Palmeiras como do Corinthians. Contra o Audax, o setor Norte custava R$ 60,00. Diante da Ponte, hoje, vale R$ 80,00 a entrada. E no domingo, R$ 200,00. O dirigente queria até mais caro. A sua esperança é que o preço espante pelo menos os vândalos mais pobres. O Palmeiras reforçará a sua segurança no setor. Pedirá o auxílio da PM para que soldados também fiquem de olho e prendam em flagrante os corintianos que quebrarem as cadeiras. Por um acordo de reciprocidade, Mario Gobbi já mandou avisar Nobre. Retribuirá o que o presidente palmeirense fez em julho, pagando as cadeiras do Itaquerão quebradas por vândalos palmeirenses. A preocupação do Ministério Público e da Polícia Militar vai muito além das cadeiras no domingo. O medo é que corintianos resolvam vingar a morte de Felipe Augusto Oliveira. Ele foi morto na madrugada do dia 26 de janeiro. Estava em uma festa das organizadas corintianas no Anhembi. Foi capturado por cerca de 20 membros de facções palmeirenses. Foi espancado até morrer. A morte de Felipe seria uma retaliação das mortes de Guilherme Vinícius Jovanelli Moreira, 19 anos, André Alves Lezo, 21 anos mortos a tiros por corintianos em 2012. E do professor Gilberto Torres Pereira, assassinado a pauladas, por membros de organizadas também do Corinthians. Mas de nada adiantou o apelo do Ministério Público e da Polícia Militar paulista. Palmeiras e Corinthians no domingo terá as duas torcidas. Só hoje será definido como as organizadas corintianas chegarão ao Palestra Itália. O esquema não tem como proteger torcedores desavisados que resolvam ir sozinhos para o jogo. Eles são as vítimas prediletas de covarde vândalos infiltrados nas organizadas. O novo estádio palmeirense é cercado por terminais de ônibus e estação de metrô. Resta o apelo do blog para que os torcedores dos dois times que forem para o clássico, principalmente os que vão sozinhos, não usem camisas de seus clubes. Elas os identificam. Os tornam alvos em potencial para criminosos travestidos de torcedores. A Polícia Militar e o Ministério Público assumem. Não têm como proteger o cidadão que for assistir a um jogo de futebol em São Paulo, cidade mais rica da América Latina. Então, cada um que cuide de si. O pai que deixar seu filho sair com a camisa do Palmeiras ou do Corinthians, ou de suas torcidas, no clássico de domingo é mais do que omisso. É cúmplice por tudo de ruim que vier a acontecer. Não só estádio. Principalmente, na ida e na volta até o Palestra. Depois não vá chorar, colocar a culpa no acaso. Em 2014 houve 309.948 crimes na capital paulista. Um aumento de 20,5% em relação a 2013. Dados divulgados pela Secretaria da Segurança Pública, admitindo que inúmeros de roubos, furtos, sequestros latrocínios e até mesmo assassinatos não foram registrados. Está cada vez mais perigoso andar pelas ruas. A Segurança Pública de São Paulo faliu há muito tempo...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 05 Feb 2015 11:41:12

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