domingo, 8 de fevereiro de 2015

Em cenário de guerra, o Corinthians com um a menos venceu o Palmeiras : 1 a 0. Coragem e tática deram a vitória para o time de Tite na nova arena. Oswaldo de Oliveira já foi hostilizado...

Em cenário de guerra, o Corinthians com um a menos venceu o Palmeiras : 1 a 0. Coragem e tática deram a vitória para o time de Tite na nova arena. Oswaldo de Oliveira já foi hostilizado...




O Corinthians atuou com quase todo o segundo tempo com um jogador a menos. Mas conseguiu vencer o Palmeiras no primeiro confronto na nova arena. 1 a 0, gol de Danilo. Em uma bobeada histórica de Victor Hugo. Ele parecia ter incorporado o lateral Denis na final do Paulista de 1986. Em vez de Tato, da Inter de Limeira roubar a bola mal atrasada para Fernando Prass, foi Petros. Ele a roubou e tocou para Danilo empurrar para as redes. No segundo tempo, Cássio foi expulso, por cera, aos 11 minutos do segundo tempo. Com muita raça, o Corinthians, com, um a menos, conseguiu segurar o resultado. Decepcionante foi a falta de firme do Palmeiras. Ao final do clássico, vários torcedores já xingavam Oswaldo de Oliveira. O culpavam pela decepção. Primeiro, o enorme vexame mais do que previsto. Nas estranguladas ruas que cercam a nova arena do Palmeiras, o confronto. Vândalos das organizadas palmeirenses contras bárbaros das uniformizadas corintianas. Atiravam o que chegavam até suas mãos. Garrafas, pedras, paus, cadeiras. O que fosse possível para tentar ferir os rivais. Entre os marginais, a Polícia Militar com bombas de efeito moral e gás lacrimogênio. Jatos d"água. E cercados por esse estúpido confronto, torcedores comuns. Muitos pais desesperados tentando proteger seus filhos. Se escondendo onde fosse possível. Cenas lamentáveis. Previstas por quem tem um mínimo de bom senso. Tudo só acalmou com a força do Batalhão de Choque. Infelizmente na arena Palmeiras, com o estado de violência estabelecido, é preciso ser realista. Não comporta dois bandos de vândalos. "Nós não somos contra as duas torcidas. Mas precisamos tirar os ingressos de visitante das mãos da organizada. Os bilhetes precisam ser pulverizados e incluir o público comum. Só que os dirigentes são reféns da torcida organizada. O sr. Mário Gobbi saiu loucamente em defesa da Gaviões da Fiel e exigiu ingresso para visitante. Agora tem de ser responsabilizado. O papel do Ministério Público foi feito", desabafava o promotor Paulo Castilho. Diante do clima de guerra, Castilho deixou claro. Ou os clubes têm coragem de acabar com o medo das organizadas, que sempre recebem os 5% destinados aos visitantes, ou o Ministério Público lutará para acabar com duas torcidas nos clássicos paulistas. Dentro de campo, o clássico foi muito disputado. Com raiva, disposição física e muita marcação na saída de bola. Os dois times montados de forma inteligente, moderna. Compactos. Tite e Oswaldo de Oliveira brigavam desesperados por sair na frente do placar. Quem conseguisse teria mais espaço, mais consciência para ganhar o primeiro Palmeiras e Corinthians da nova arena. Tite foi inteligente poupou Fagner, Felipe, Elias, Renato Augusto e Emerson Sheik. Sabia que o clássico é importante para os torcedores, para a diretoria. Só que não era decisivo para o Campeonato Paulista na sua terceira rodada. Mesmo assim, ele se virou bem. Repetiu seu esquema favorito. O 4-1-4-1. Com jogadores velozes do meio do meio para a frente. O que aprendeu muito bem no ano sabático foi a necessidade atletas atuando em grupo, perto e tocando rapidamente a bola. Além da fundamental marcação na saída de bola adversária. O Corinthians foi escalado para o Palmeiras não gostar da partida. Não impor o seu toque de bola. Tite colocou jogadores que tanto marcam como atacam como verdadeiros volantes. Ralf protegia a zaga. Bruno Henrique e Petros se desdobravam. Conseguiam travar as intermediárias como chegavam com perigo no ataque. Danilo era o homem da consciência, do toque, da deslocação. O colombiano Mendonza era a correria. E Guerrero a referência. Impressionante foi a postura agressiva, a marcação na saída de bola do Corinthians. Tite se aproveitava do desentrosamento do rival. Oswaldo de Oliveira ganhou um batalhão de novos bons jogadores. Ainda não deu tempo para montar um time. Depois da derrota contra a Ponte, ele sabia que havia a cobrança pela vitória. Como se já não fosse imperioso derrotar o Corinthians na nova arena. Optou pelo ousado 4-4-2. Com Amaral grudado em Danilo. Gabriel cobrindo a zaga. Robinho e Alione como meias. Na frente, Maikon Leite sem saber para onde correr. E Leandro Pereira esperando sobras. Time previsível demais. Fácil de ser marcado. Oswaldo cometia o grave erro de desperdiçar, novamente, Zé Roberto pela lateral esquerda. O Corinthians foi muito melhor no primeiro tempo. Não se impressionou com a torcida adversária. Estava melhor distribuído taticamente e vários jogadores aproveitavam o entrosamento de anos passados. Aos 19 minutos, Bruno Henrique se aproveitou do seu ótimo chute. E bateu forte da entrada da área, Fernando Prass desviou e a bola beijou a trave palmeirense. A pressão corintiana continuava firme, vibrante, guerreira. O Palmeiras só levava perigo nas bolas paradas. Nos escanteios, principalmente. E foi em um deles que Victor Hugo subiu mais do que todos. A cabeçada foi canto. Cássio fez excelente defesa. Prensou a bola com a trave. Passado o susto, o Corinthians seguiu muito melhor. O Palmeiras, asfixiado, assustava a sua torcida. E veio de um dos melhores em campo, a bobeada que concretizou a superioridade rival. Fernando Prass tocou a bola para o zagueiro Victor Hugo. Ele tentou devolver a bola ao goleiro. Não percebeu que Petros estava muito perto. A bola foi fraca. O corintiano se antecipou e tocou para Danilo. O veterano meia, mesmo acossado por sua sombra Amaral, tocou para a rede. Corinthians 1 a 0, aos 32 minutos.

O novo Palmeiras sentiu demais o gol. Faltava alguém com mais personalidade no meio de campo. Ficou ainda mais claro o desperdício de Zé Roberto na lateral. O Corinthians com mais vivência e personalidade, se impunha. E ficou muito perto de fazer o segundo gol. Guerrero outra vez era a nota dissonante, jogou muito mal. Disperso, irritado. Os torcedores palmeirenses não perdoaram e desabafaram em Oswaldo de Oliveira a frustração pela derrota parcial. E exigiam Dudu em campo. A óbvia substituição aconteceu. Até os parentes de Maikon Leite o tirariam da partida. Pura correria, incapaz de uma tabela de uma jogada com consciência. Incrível como piorou com o passar dos anos. Oswaldo adiantou sua marcação. Não queria perder o clássico de jeito algum.

Tite por sua vez, queria usar a velocidade nos contragolpes. Principalmente com Mendoza. Edilson e Fábio Santos deveriam ser o desafogo pelos lados. Os Bruno Henrique e Petros deveriam ficar mais presos na intermediária corintiana. Prontos para pegar o Palmeiras desarrumado. A estratégia estava toda montada quando Cássio exagerou. Fez cera de maneira infantil. Não acreditou na coragem de Raphael Claus. Tomou amarelo aos sete minutos. E aos 11, fingiu que não enxergou uma bola no gramado. E foi pegar outra. Recebeu, com justiça, o vermelho. A partir daí, com um a menos, a estratégia corintiana estava sabotada. Tite tirou Guerrero para a entrada do goleiro Walter. Passou a atuar como contra o Once Caldas, quando teve dez atletas. Com duas linhas de quatro e com um homem de referência. Na quarta ele tinha sido Renato Augusto. Hoje foi Danilo. Oswaldo adiantou seu time. Chegou a ter um volante, dois meias e três atacantes. Adiantou seus laterais. O treinador sabia que não podia perder. Para que o ambiente não ficasse ruim logo no início do trabalho. Com Dudu, o Palmeiras foi muito melhor. Rápido, ótimo em assistências. Mas faltou personalidade para Alan Patrick e Robinho. Futebol para Rafael Marques e Leandro Pereira. A única chance real de gol palmeirense foi graças à falha da zaga corintiana. Lucas na pequena área, livre, chutou e Walter fez excepcional defesa com os pés. Fernando Prass ainda salvou o Palmeiras de tomar o segundo, em contragolpe fulminante corintiano com Mendoza. O resultado foi justo. O Corinthians mereceu vencer o primeiro clássico na nova casa palmeirense. Nas ruas que cercam o estádio, quem perdeu foi a sociedade. Os vândalos fizeram sua farra. Como era mais do que previsto...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 08 Feb 2015 19:09:05

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