quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Tite não deixará o Corinthians entrar na empolgação da torcida. O fantasma do Tolima o obrigou a montar um time firme, seguro para enfrentar o Once Caldas. Sabe que é um dos jogos mais importantes de 2015...

Tite não deixará o Corinthians entrar na empolgação da torcida. O fantasma do Tolima o obrigou a montar um time firme, seguro para enfrentar o Once Caldas. Sabe que é um dos jogos mais importantes de 2015...




Tite foi dispensado do Corinthians no final de 2013. Não aceitou convites de Internacional, Grêmio, Fluminense, Flamengo. E sondagens do Palmeiras. Queria herdar a Seleção de Felipão. Acreditava piamente que seu currículo seria levado a sério por Marco Polo e Marin. Só que o escolhido foi Dunga. Não foi nem levado em consideração pela cúpula da CBF por sua ligação com Andrés Sanchez. Teria uma compensação com essa negativa. Roberto de Andrade, candidato da situação e favorito a suceder Mario Gobbi, vinha mantendo contatos frequentes com Tite. E em outubro avisou que o queria de volta ao Corinthians. O treinador aceitou. Seria a volta por cima. Se sentiu injustiçado com a dispensa. E retomou o lugar que Mano ficou por um ano. Nos 13 meses que ficou longe do Parque São Jorge, o técnico fez viagens. Foi assistir e comentou a final da Champions League. Acompanhou cada partida das principais seleções na Copa do Mundo dos 7 a 1. Avisou que mergulhou fundo, "na alma do futebol" e que seus conceitos se ampliaram. É o que ele tem a obrigação de mostrar hoje, a partir das 22 horas. Na aguardada primeira partida do que vulgarmente se apelidou de Pré-Libertadores. Na verdade, são duas partidas que valem a classificação para a fase de grupos. O Corinthians terá pela frente, no Itaquerão, o Once Caldas. Com a obrigação não só de vencer, como golear. Para jogar tranquilo na Colômbia, em Manizales. Mas Tite voltou convencional. É como se o tempo tivesse parado. Ele tem uma equipe muito mais forte do que a colombiana. Com a torcida empolgada, com a Libertadores pela primeira vez na moderna arena. Só que Tite treinou, preparou exaustivamente a equipe de maneira tática para evitar surpresas, passar medo. Ter calafrios, passar vergonha como em 2011, quando o também colombiano Tolima eliminou o Corinthians da "Pré-Libertadores". Nada de 4-2-3-1, 3-4-3, como algumas várias equipes europeias atuam. Nem mesmo o 4-4-2 tradicional. Tite quer eliminar o Once Caldas no que entende ser mais firme, menos arriscado. No 4-1-4-1. Sim, compactação. Para evitar contragolpes em velocidade, proteção constante no ponto assumidamente fraco do time, o zagueiro Felipe. Cássio, Fagner, Gil, Felipe e Fábio Santos; Ralf; Jadson, Elias, Renato Augusto e Sheik; Guerrero. Não é uma formação ofensiva. E nem defensiva. É equilibrada. Teoricamente protegida e com poder de ganhar o meio de campo, envolver aos poucos, e com paciência, os colombianos. Capaz de ter dois ou até três corintianos na mesma bola. Liberar os dois laterais esforçados, mas limitados, Fagner e Fábio Santos. Liberar Elias para ser o clone de Paulinho, jogador que faz Tite chorar de saudade.

Não depender da armação do irregular Jadson. Nem na alternância física de Renato Augusto. Ou ainda em Sheik, que perder muito fôlego nos último três anos. Guerrero, irritado, sem renovação de contrato como esperava. Nem propostas da Europa. Ralf ficará postado na frente da zaga. Para ajudar Gil a passar confiança a Felipe. O maior risco individual nesta partida. Ele se mostra inseguro até nos treinamentos. Só vai jogar porque a diretoria não contava, de forma amadora, com a volta de Anderson Martins ao Catar. E também porque demorou para fechar com Edu Dracena. O veterano zagueiro santista ainda está fora de forma. E ficará no banco de reservas. Tite quer e estimula o clima de entusiasmo, confiança no Corinthians. Elogia seus jogadores. Mas quer ganhar a partida fundamental de hoje no esquema tático. Trocar a suposta possibilidade de espetáculo pelo preenchimento de espaço. Pela segurança. Ele finge que esqueceu o maior vexame de sua carreira, o Tolima. E não quer repetir o que aconteceu em 2011. Ele colocou o time de Ronaldo e Roberto Carlos para golear os colombianos no Pacaembu. O tempo foi passando, o nervosismo dominou torcida e time. Ao final, 0 a 0. Em Ibagué, o Tolima foi empurrado por sua torcida. Enquanto o Corinthians mostrava suas falhas defensivas. Perdeu por 2 a 0. Tite esteve à porta da demissão. Mas foi salvo por André Sanchez, que não quis pagar sua multa rescisória. "Tudo o que eu não quero é os meus jogadores com 300 quilos nas costas. Não. É para todos encararem com alegria, como uma partida importante, sim. Mas atuando confiante, sabedores do seu potencial. Temos um plano de jogo e é o que iremos fazer. A torcida é fundamental. Mas o que valerá será o nosso trabalho, o nosso planejamento", garante Tite.

As observações do ex-jogador Mauro, que assistiu na Colômbia alguns jogos do Once Caldas, e mais os vídeos do rival foram importantes. Tite sabe que o time adversário é novo. Mais de dez atletas foram contratados para essa temporada. Não há entrosamento. Flabio Torres montou um time leve, basicamente de contragolpe. Muito fechado na intermediária. E que utiliza a correria de Balanta pela direita e Arango pela esquerda. O Once Caldas precisa do Corinthians aberto, desarrumado para surpreender. Por isso Tite quer a vitória segura. Mesmo se o Corinthians, por questão de cuidado, tiver de impor um ritmo mais lento, é o que fará. As jogadas aéreas foram treinadas à exaustão. Escanteios e faltas nas laterais do campo estarão a cargo de Jadson, que bate muito bem na bola. Só nestes momentos Gil e até Felipe estarão liberados, buscando as cabeçadas. Mas sempre com a cobertura de Ralf, Elias, Renato Augusto e um dos laterais, prontos para matar os contragolpes com faltas. A torcida e grande parte da imprensa estão acreditando que o Corinthians entrará francamente ofensivo. Buscando uma goleada histórica no Itaquerão. Ela pode até vir em decorrência da fragilidade técnica dos colombianos. Mas não faz parte dos planos de Tite. O treinador precisa da vitória, mas de maneira segura. Tática. Com o controle do jogo nas mãos. Essa foi a maior lição que aprendeu no seu ano forçadamente sabático. Ou seja, por Tite, o Corinthians chegará muito mais consciente do que entusiasmado para a partida importantíssima de hoje. Seu time vai vibrar, dar o sangue, lutar por cada bola, cada centímetro. Não prestando atenção aos gritos dos apaixonados torcedores. Seguirá o que foi treinado, combinado. Sem o desespero ou a arrogância tática que sabotaram o clube em 2011. É isso que exige o calculista Adenor...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 04 Feb 2015 10:40:20

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