terça-feira, 17 de março de 2015

O prefeito Haddad não leva a sério a ameaça de o Corinthians tirar o Itaquerão da Olimpíada. Para ele não passa de blefe de Andrés Sanchez, tentando liberar R$ 420 milhões. Se foi, deu errado...

O prefeito Haddad não leva a sério a ameaça de o Corinthians tirar o Itaquerão da Olimpíada. Para ele não passa de blefe de Andrés Sanchez, tentando liberar R$ 420 milhões. Se foi, deu errado...




De nada adiantou a estratégia de Andrés Sanchez e Roberto de Andrade. O mentor e o presidente corintiano decidiram usar a nomeação do Itaquerão, como estádio de São Paulo na Olimpíada. E tentaram atingir o famoso ego do prefeito Fernando Haddad. E o Corinthians divulgou uma nota oficial ontem. "É uma grande honra para o Corinthians ter a Arena Corinthians como o estádio da cidade de São Paulo nos Jogos Olímpicos de 2016. Depois da Copa do Mundo, esta é mais uma confirmação que enche de orgulho os mais de 30 milhões de corintianos. No entanto, estamos atendendo, mais uma vez, um pedido da cidade de São Paulo e precisamos saber quem se responsabilizará e arcará com as obras do overlay (específicas para o evento) e também da liberação dos CIDs. Do contrário, o clube deve rever a decisão de sediar a Olimpíada." Haddad entendeu o recado. A direção corintiana quer que a prefeitura pressione o Ministério Público. Promotores entraram com ação considerando ilegal a ajuda de R$ 420 milhões em CDIs que São Paulo deu ao Corinthians erguer seu estádio. A ação que ainda tramita na justiça impede que os CDIs sejam trocados com empresas que devem impostos. Esse entrave já fez a dívida corintiana saltar em mais R$ 80 milhões. A partir de junho, o clube precisa começar a pagar a dívida que já bate nos R$ 700 milhões, descontados os CDIs. Serão R$ 5 milhões mensais. Por isso a urgência na liberação dos CDIs.

Mas Haddad não pode fazer nada. Ainda vivemos em uma democracia. O poder Executivo não pode simplesmente atropelar o Judiciário. Também chegou ao prefeito um pedido de adiantamento. A prefeitura daria ao Corinthians pelo menos uma parte em dinheiro dos CDIs. Assim que a questão na justiça fosse resolvida, o clube devolveria dinheiro. Mas Haddad respondeu na mesma moeda. Através de recados, pediu que o clube nem formalizasse o pedido. Não aceita. Andrés estava muito otimista. Afinal, pelo planejamento chegou às suas mãos, o Corinthians deverá sediar dez partidas olímpicas. Com a chance de sediar a final feminina. A masculina deverá acontecer no Maracanã. Acreditava que a pressão seria suficiente para provocar uma comoção pública. Pelo contrário. O prefeito de São Paulo foi firme. Tratou como blefe, bravata a ameaça corintiana. Disse, no entanto, que as pequenas obras de adequação do Itaquerão as Olimpíadas poderão ser bancadas pela cidade. O novo estádio do Palmeiras não faz parte dos planos. Pelo COI obras complicadas deveriam ser feitas. Como a construção de um novo vestiário. Exigiria o estádio fechado e alto investimento em obras que não teriam serventia após os Jogos Olímpicos. Situação que Paulo Nobre não aceita de jeito algum. O ultrapassado Morumbi nem foi levado em consideração.

Nem o fato de o prefeito e o deputado federal forem do mesmo partido, o PT, foi levado em consideração. Os dois não são próximos. Haddad quer buscar sua reeleição. O ex-presidente do Brasil, Lula, já aventou a possibilidade de Andrés tentar a prefeitura da cidade mais desenvolvida da América Latina. Os dois estão longe de serem amigos íntimos. O clima está pesado no Parque São Jorge por causa da dívida em relação ao Itaquerão. Há muito tempo as promessas de Andres de conseguir R$ 400 milhões por vinte anos de naming right foram esquecidas. A falta de dinheiro abre a possibilidade que empresas nacionais que não foram levadas em consideração, como Itaipava e Kalunga, possam fazer novas ofertas. Por um período menor, três a cinco anos. O clube deve para jogadores, empresários, fornecedores. A Alexandre Pato, a dívida seria maior. Ele não estaria recebendo a metade de seu salário que cabe ao Corinthians: R$ 400 mil. Assim como também o seu auxílio moradia, R$ 40 mil. O atraso chegaria a seis meses. Como o São Paulo está pagando os outros R$ 400 mil em dia, não há como o jogador entrar na justiça e tentar sua liberação. Mas o empresário do atacante, Gilmar Veloz, está muito atento a esse atraso. Haddad tem tanta certeza que o Corinthians irá recuar que já confirmou aos organizadores da Olimpíada. São Paulo está mais do que garantido no futebol em 2016. Andrés Sanchez e Roberto de Andrade terão de encontrar nova maneira de pagar pelo Itaquerão. A ameaça à prefeitura de São Paulo foi um fracasso. Quem sabe, se pedir ajuda divina, a situação melhore?





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 17 Mar 2015 14:33:49

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