quinta-feira, 12 de março de 2015

A desculpa de Marin para não cumprir a promessa e seguir com Felipão e Parreira até 2018. "Não tiraram Neymar e Thiago Silva contra a Colômbia na Copa." Dunga que fique de sobreaviso...

A desculpa de Marin para não cumprir a promessa e seguir com Felipão e Parreira até 2018. "Não tiraram Neymar e Thiago Silva contra a Colômbia na Copa." Dunga que fique de sobreaviso...




Nada mesmo como um dia após o outro. Luiz Felipe Scolari e Carlos Alberto Parreira tinham a promessa de José Maria Marin e Marco Polo del Nero. Fosse qual fosse o resultado do Brasil na Copa de 2014, eles seguiram comandando a Seleção Brasileira. Marin e Marco Polo disseram ser "devedores eternos" à dupla pela conquista da Copa das Confederações em 2013. Foi essa vitória que conseguiu mobilizar a população para a Copa. E esquecer o superfaturamento, os elefantes brancos em Manaus, Natal, Cuiabá e Brasília, desarmou os black blocs. Tanta gratidão se deve ao fato que os donos do futebol brasileiro sabiam. A Seleção era jovem, inexperiente demais. Kaká, Robinho, Adriano, Luís Fabiano, Ronaldinho Gaúcho não conseguiram fazer a transição da Copa de 2010 para 2014. Por vários fatores, se tornaram dispensáveis. A responsabilidade recaiu principalmente em um menino de 22 anos. Neymar. O cercando, atletas que nunca venceram um Mundial. 17 atletas disputava a Copa pela primeira vez. Era inexperiência de todos os lados. Por isso tanta confiança em Felipão e Parreira. Só que veio o Mundial. A humilhação diante da Alemanha por 7 a 1. A derrota diante da Holanda. Nem o terceiro lugar, os brasileiros conseguiram. Foi mera formalidade esperar a Alemanha vencer a Argentina e na noite daquele domingo, 13 de julho, vazar para a parceira TV Globo, a demissão de Felipão e Parreira. Marin e Marco Polo já haviam decidido após o vexame diante dos germânicos. Ambos são muito espertos. E sobreviventes. A dupla, com 82 anos e 74 anos, conseguiu sobreviver em ambientes canibais, como a política e o futebol. Ambos tinham a mesma convicção. Não comprometeriam o poder do futebol brasileiro. O governo federal estudava uma maneira de intervir no órgão híbrido chamado CBF. Privado que se beneficia do futebol, bem público. Era preciso desviar o foco. Nada melhor do que entregar de bandeja a cabeça de Felipão e Parreira para a opinião pública. Prometer uma revolução que nunca saiu do papel. E chamar o obediente e firme Dunga de volta. "Marin é mais liso do que peixe ensaboado", gostava de ironizar Juvenal Juvêncio, seu amigo pessoal. Desde os tempos em que foi governador biônico de São Paulo, trabalhando pela Ditadura Militar. Conseguiu viver décadas e décadas cercado pelo poder. Não só político como esportivo. Marco Polo aprendeu demais com Eduardo José Farah. Advogado, conhece as primárias estruturas para se manter no comando do futebol. Tem as federações e os grandes clubes na mão. Sabe que nada de prático cedeu ao Bom Senso FC. E vai começar no próximo mês seu domínio de direito na CBF. Porque de fato já exerce desde que Ricardo Teixeira foi exilado para Boca Raton, nos Estados Unidos.

Apesar de ter anunciada sua renúncia no dia 13 de julho, na Globo, órgão oficial da CBF, Luiz Felipe Scolari não acreditou. E foi para uma reunião no luxuoso apartamento de José Maria Marin. Mal chegou lá e avistou um carro da emissora carioca em frente ao local. A reunião deveria ser secreta. Sentiu que estava demitido. O repórter da Globo, Marco Aurélio Souza leu minha matéria na época. E me mandou uma mensagem dizendo ter sido "coincidência" o carro de reportagem da emissora estar em frente ao prédio de Marin. Marco Aurélio é o mesmo que chamou Herrera de "babaca" no twitter. O atacante marcou três gols pelo Botafogo e não quis pedir música no Fantástico. Assustado pela repercussão, Marco Aurélio tirou a mensagem do ar. Felipão não acredita na versão de "coincidência" até hoje. E tem a convicção de escapou de ser filmado por haver saído por uma porta lateral do prédio. Mas o que importa agora é a versão que Marin fez questão de divulgar. Parreira e Scolari perderam a Copa do Mundo na vitória contra a Colômbia. "Quando o David Luiz fez o segundo gol de falta, tinha de tirar o Neymar e o Thiago Silva, que estavam com cartão amarelo. Não vi ninguém falando nesse detalhe. Na hora em que saiu o gol, imediatamente o Parreira, não é só o Felipão...A Comissão Técnica deveria tirá-los." "O Neymar era peça fundamental. Além da falta técnica, a ausência do Neymar provocou um problema psicológico muito grande. Entrar com um chapéu (boné)... No jogo contra a Alemanha, o pensamento estava mais no Neymar do que no adversário. Respeito isso, mas a verdade é uma só: temos que encarar a realidade. Perdemos a Copa contra a Colômbia."

É esta a resposta que Marin deu ao Lance! é que o octogenário presidente deseja que fique na história. Que não houve traição. Mas só uma punição a Felipão e Parreira pelo fracasso na Copa de 2014. Assim é feita a história. Prevalece a versão dos vencedores. Ou dos perdedores que seguem no poder. É exatamente o caso de Marin e Marco Polo del Nero. O atual presidente acaba de ganhar o cargo de membro honorário da Conmebol. E mais, depois de 16 de abril, quando Marco Polo assumir a entidade, para onde irá Marin? Voltará a ser vice da própria CBF. Ou seja, continuará dividindo o comando do futebol brasileiro. A promessa feita por ele e Marco Polo a Dunga é que ele comandará, de qualquer maneira, a Seleção até a Copa de 2018. Restam três anos até lá. Há duas Copas Américas, Eliminatórias e Copa da Confederação, se o Brasil vencer a Copa América. Há também a Olimpíada, mas que Dunga, espertamente pulou fora. Mesmo assim são competições demais. Fora amistosos representativos. A única garantia de sobrevivência de Dunga é a mesma que Felipão e Parreira tinham que seguiriam até 2018: a promessa de Marin e Marco Polo. Mas se surgirem derrotas desmoralizantes, não haverá cargo algum na Rússia. A não ser o de comentarista convidado de alguma emissora. Gallo, por exemplo, depois do vexame no Sul-Americano sub-20, perdeu a coordenação da base da Seleção Brasileira. Agora é apenas o treinador olímpico. Mas seu cargo corre sério risco. Apesar de Dunga não querer assumir, Marin e Marco Polo estudam chamar um treinador mais rodado e identificado com garotos, como Ney Franco.

Se não há compromisso algum com planejamento, os comandantes do futebol neste país não deveriam prometer, jurar que não trocarão treinadores. Ser mais sinceros. Dizer que não há condições de imitar por exemplo a Alemanha de Joachim Löw. E não escolher a escolha errada em uma partida para justificar demissões. Tudo fica constrangedor. Porque a alternância de futebol na CBF significa Marin deixar o cargo de presidente e o ceder ao vice Marco Polo del Nero. E ao assumir, Del Nero chamar o vice Marin para dividir o poder. Será assim a partir do dia 16 de abril. "Tudo novo, revolucionário..."





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 12 Mar 2015 11:58:02

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