sexta-feira, 13 de março de 2015

Veteranos como Robinho e garotos como Gabriel optaram por Marcelo Fernandes. Viraram as costas para Dorival Júnior e Vagner Mancini. No Santos quem escolhe treinador são os jogadores...

Veteranos como Robinho e garotos como Gabriel optaram por Marcelo Fernandes. Viraram as costas para Dorival Júnior e Vagner Mancini. No Santos quem escolhe treinador são os jogadores...




"Posso dizer o português claro? Tem pai que enche o saco, sabia? Então foi esse o problema que o Enderson saiu. Tenho certeza que é isso. Os pais parecem que jogam mais que os garotos. E jogador não tem de dar palpite (sobre técnico), compadre. (Robinho) que jogue a bolinha dele, que é muito bem pago para isso e fim de papo. "Ninguém interferiu na escolha do novo técnico. Vou falar claramente. Não foi a mãe do Gabriel que interfere. Não é o pai, não é o empresário, não é ninguém. A opinião do atleta é importante, sim. A opinião do atleta. Ninguém de fora do grupo influencia em decisão nenhuma." Foi interessante e reveladora demais essa troca de revelações sobre o Santos Futebol Clube. De um lado, o ex-jogador Coutinho deixou claro o que todos já sabem na Vila Belmiro. Das reclamações imensas dos pais das jovens revelações santistas da maneira com que Enderson Moreira tratava suas crias. E do outro, o próprio presidente Modesto Roma Júnior, confirmando que jogadores tiveram espaço para opinar, escolher quem seria o novo treinador santista. Principalmente Robinho, capitão e porta-voz dos garotos santistas. E ele não quis a volta de Dorival Júnior ou Vagner Mancini. Escolheu a efetivação de Marcelo Fernandes. Foi uma escolha de Robinho, dos jogadores e de Léo, ex-jogador e que conta com toda a confiança de Modesto Roma em relação ao futebol. Com a escolha efetivada, Modesto Roma avisava aos conselheiros que havia conseguido economizar R$ 300 mil mensais. Era a pedida de Dorival Júnior, seu técnico predileto. Mancini foi logo descartado. Todos se lembravam das desavenças com Fábio Costa e como o ex-goleiro tinha espaço demais com o ex-treinador do Botafogo. O interessante é que Dorival Júnior também não deixou saudade entre os atletas. Pelo contrário. As discussões com Neymar, Ganso, André, Madson não foram esquecidas. Robinho viveu esses problemas. Não há a menor dúvida que os jogadores experientes definiram a efetivação de Marcelo Fernandes. Ele é muito amigo dos garotos, das revelações santistas. Dá espaço para os mais velhos participarem da discussão até no esquema tático. Robinho, Elano, Renato e Ricardo Oliveira foram ouvidos com toda a atenção antes do clássico contra o Palmeiras.

A opção por um time leve, ofensivo e utilização de vários atletas da base será a filosofia de Marcelo Fernandes. Exatamente a mesma promessa dos últimos quatro treinadores que o Santos efetivou desde 2008. Marcio Fernandes, Marcelo Martelotti e Claudinei Oliveira tiveram exatamente essas obrigações. Nenhum deles conseguiu levar o Santos à conquista alguma. Mas lançaram vários atletas e acabaram perdendo seus cargos quando decidiram agir como treinadores "de verdade" e peitar a diretoria. Questionar jogadores. O destino foi sempre o da demissão. Eles sempre reclamaram da falta de liberdade verdadeira para agir, tomar decisões. Acabavam sendo vistos sempre como auxiliares improvisados no cargo de treinadores. Por isso não tinham respeito de jogadores, dirigentes e torcedores. No mercado nacional, clube algum foi tão submisso à vontade de seus atletas como o Santos. Ainda mais agora, com o clube vivendo enorme dificuldade financeira. Modesto Roma ficou extremamente feliz ao ter a garantia de Marcelo que a prioridade será apostar nos garotos e no elenco que já estão na Vila Belmiro. Ele não seguiu o caminho suicida de Enderson Moreira, o de pedir reforços. Não há dinheiro. A força dos atletas no mandato de Modesto Roma é incrível. A queda de Enderson Moreira era um sonho de grande parte do elenco. Principalmente os meninos. Eles se sentiam desvalorizados pelo técnico. Seus gritos com Gabriel e Gustavo Henrique foram a gota d"água de uma relação péssima com a diretoria. Enderson foi contratado por Odílio Rodrigues com a principal missão de recuperar Leandro Damião e salvar o investimento de R$ 42 milhões. Não conseguiu. Ficou para que Modesto Roma analisasse seu trabalho. Não havia dinheiro para buscar Mano Menezes ou Abel Braga. Deveria ficar pelo menos até o final do Paulista. Mas as brigas com os garotos foram fatais. Como aconteceu com os outros três auxiliares que foram promovidos nos últimos sete anos, os jogadores juraram a Modesto Roma que darão a vida para justificar tanto apoio. Marcio Fernandes ficou 27 partidas. Marcelo Martelotte, 16 jogos. E Claudinei Oliveira, 41 jogos. Como o trio, Marcelo Fernandes jura que terá toda a independência para tomar decisões. Escalar time, esquema. E garante que não precisa de reforços. Reza a cartilha que a diretoria e os jogadores santistas querem. Na Vila Belmiro é assim. Em plena crise financeira, quem escolhe o treinador não é o presidente do clube. Mas o time. Principalmente os veteranos. Robinho, Renato, Elano e Ricardo Oliveira escolheram Marcelo Fernandes. Viraram as costas para Dorival Júnior e Vagner Mancini. Modesto Roma deu a última palavra. "Claro"...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 13 Mar 2015 14:15:40

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