sábado, 3 de janeiro de 2015

Carlos Miguel e Andrés Sanches tornam questão pessoal o leilão por Dudu. Dirigentes de Corinthians e São Paulo não aceitam ficar sem o jogador. A guerra pela Libertadores começou raivosa...

Carlos Miguel e Andrés Sanches tornam questão pessoal o leilão por Dudu. Dirigentes de Corinthians e São Paulo não aceitam ficar sem o jogador. A guerra pela Libertadores começou raivosa...




"O Corinthians não será feito de bobo como o Palmeiras. O São Paulo vai descobrir com quem está mexendo." O conselheiro ligado ao grupo de Roberto de Andrade e André Sanchez está revoltado. Assim como toda a cúpula do Parque São Jorge. Virou questão de honra a contratação de Dudu do Dinamo de Kiev. A história tinha tudo para ser simples. O jogador começou na base no Atlético Goianiense, ainda garoto foi jogar pelo Cruzeiro. Foi emprestado ao Coritiba, teve ótima passagem por lá em 2010. Acabou convocado para a Seleção Brasileira sub-20, onde foi campeão mundial em 2011. Acabou comprado pelo clube ucraniano por cinco milhões de euros, cerca de R$ 16,1 milhões. Não se adaptou. E logo quis voltar ao Brasil. O Grêmio conseguiu seu empréstimo. O preço dos seus direitos foi fixado em seis milhões de euros, cerca de R$ 19,4 milhões. Atacante de velocidade, ágil, inteligente, Dudu fez ótimo Brasileiro. Luiz Felipe Scolari queria a sua contratação. Só que o novo presidente gremista foi claro. "Não temos condições financeiras de comprá-lo. Só se surgir algum grupo investidor." Ninguém surgiu e o clube gaúcho teve de liberar o atleta. A mando de Vanderlei Luxemburgo, o Flamengo fez uma proposta ao Dínamo: três milhões de euros, cerca de R$ 9,7 milhões. Os ucranianos nem abriram negociação. Queriam no mínimo quatro milhões de euros, R$ 12,4 milhões. E por 50% dos direitos. Foi quando o representante da Doyen Sports, Renato Duprat, procurou Luxemburgo. E falou que levaria Marcelo Cirino à Gávea. O clube carioca desistiu da transação, perdeu a prioridade. Foi quando Tite recomendou a Edu Gaspar a contratação do velocista atacante de 22 anos. Garantiu que seria excelente negócio para a Libertadores. Poderia exercer a função de Romarinho em 2012, com muito mais qualidade. Havia a certeza de ser excelente negócio. O mercado brasileiro está sem dinheiro. Edu Gaspar entrou em contato com os empresários e com o atacante. Deixou tudo fechado com a parte do atleta. O gerente também deixou encaminhada a transação com o Dínamo. A proposta: 4 milhões de euros por 60% dos direitos. Com uma parcela de 500 mil euros até maio, cerca de R$ 1,6 milhão. E o restante para ser quitado em um ano. Edu Gaspar acreditou que estava tudo certo. E embarcou em um cruzeiro para o Rio de Janeiro, para aproveitar o final de 2014.

Mas acontece que os ucranianos exigiram os 500 mil em janeiro. O Corinthians mandou avisar que pagaria em maio. Representantes do São Paulo souberam da desavença. Carlos Miguel Aidar conversou com Muricy Ramalho. O treinador ficou empolgadíssimo com a possibilidade de contar com o jogador. E se livrar da dependência dos velocistas Osvaldo e Ademílson. "Correm demais e pensam de menos", resumiu há tempos um conselheiro ligado a Juvenal Juvêncio. Com o entusiasmo do técnico, o vice Ataíde Gil Guerreiro tomou à frente das negociações. Desprezou os representantes de Dudu. E tratou diretamente com a cúpula do Dínamo. Ofereceu três milhões de euros, cerca de R$ 9,7 milhões por 50% dos direitos do atleta. Primeira parcela de 500 mil euros paga imediatamente. E o restante até o final do ano. Andrés Sanchez reagiu como se tivesse levado um tapa na cara. Cobrou Edu. Avisou Roberto de Andrade que Mario Gobbi teria de pagar os 500 mil euros já para o Dínamo. Edu Gaspar pressionado cobrou os representantes e o jogador. Eles deveriam arcar com a palavra empenhada e não ficar promovendo um leilão com o São Paulo. A resposta foi que os dirigentes do Dínamo é que estão tratando com o São Paulo. A primeira negativa dos 500 mil euros está pesando contra o Corinthians. A guerra agora é intensa. E ficará feia para o clube que perder este leilão. Os dois times deverão ser adversários na Libertadores. Basta o Corinthians conseguir superar o Once Caldas na Pré-Libertadores e o encontro está garantido no grupo 2, o "da Morte". Além dos rivais, o atual campeão San Lorenzo os aguarda. De quebra, o complicado Danubio uruguaio. Dos quatro só dois continuarão na competição.

Os ucranianos mandarão representantes oficiais do clube para o Brasil. Farão de maneira escancarada o leilão. Não têm compromisso fechado com nenhuma das duas equipes. O lado corintiano acreditava que Dudu assumiria sua preferência publicamente por atuar no Parque São Jorge. Quando não havia a concorrência do São Paulo, o atacante chegou a conversar com seu ex-companheiro de Cruzeiro, Gil. Estava animado com a perspectiva de jogar no Corinthians. Essa firmeza, Gil passou para o gerente Edu Gaspar no início de dezembro. Estava tudo mais do acertado para o gerente. Até que houve o impasse da primeira parcela. E o aparecimento inesperado do interesse do pior rival. Carlos Miguel Aidar e Andrés são pessoas absolutamente vaidosas. Costumam levar para o lado pessoal as disputas. Ambos sonham em comandar o futebol brasileiro, encabeçando uma liga independente. O presidente do São Paulo já se referiu ao ex-presidente corintiano como "mestre de obras" do Itaquerão. Foi chamado de "preconceituoso, elitista" por criticar o estádio na Zona Leste. E ridicularizou a revelação : o São Paulo estava para dar 20% de comissão na troca de fornecedor de material esportivo à namorada de Aidar. "Se fosse no Corinthians estava todo mundo preso." Eles verdadeiramente não se dão. Se enxergam como rivais. E agora brigam com todas as armas para ter o jovem atacante Dudu. São muitas disputas históricas por jogadores entre os dois clubes. O Corinthians levou vantagem em relação a Sócrates. Mas perdeu Raí para o São Paulo. A saída de Ricardinho do Parque São Jorge para passar a jogar no Morumbi quase provoca o rompimento definitivo entre os dois clubes. Na base, o São Paulo levou Lucas do Corinthians. Entre outras transações. A afirmação raivosa do conselheiro corintiano jurando que o São Paulo não tratará seu clube como fez com o Palmeiras é profunda. Ninguém esqueceu a maneira com que Alan Kardec saiu do Palestra Itália. Assim como o acerto antecipado com Wesley. Esse medo de "tomar um chapéu", como gostam de resumir os dirigentes, norteia os passos de Andrés, Roberto de Andrade, Gobbi e Edu Gaspar. O quarteto jura a conselheiros que não perderá Dudu. Ainda mais para vê-lo no Morumbi. Já Carlos Miguel garante a conselheiros são paulinos justamente o contrário. O Dínamo já tem a "melhor" proposta. E o dinheiro espera pelos ucranianos na próxima semana. Há a possibilidade até de o valor a ser pago como primeira parcela saltar de 500 mil para um milhão de euros. Postura de quem entrou para valer no leilão. Wellington Nem não seria uma compensação à altura para o dirigente, em caso de Dudu ir para o Parque São Jorge. Assustado por estar no olho do furação, Dudu garante que não vai assumir lado algum. Já se esqueceu da sua empolgação com o Corinthians. Se a torna pública e vai para o Morumbi, seu ambiente ficaria péssimo. Por isso espera a definição do duelo entre os gigantes paulistas. Algo está mais do que certo. Quem perder essa disputa aberta começará o ano com um gosto amargo na boca. Sabendo que terá pela frente um jogador promissor que pode atrapalhar a caminhada na Libertadores. Não haverá meio termo nessa selvagem disputa entre Corinthians e São Paulo. A Libertadores de 2015 já começou. E banhada a ódio...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 03 Jan 2015 13:04:14

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