quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Com contrato amarrado pelo escritório do pai de Luciano Huck, Kléber ainda tem R$ 16 milhões a receber do Grêmio até 2017. Felipão é o único a barrar a sua volta. Não o perdoa por dizer que o técnico formou a 'família Richthofen' no Palmeiras...

Com contrato amarrado pelo escritório do pai de Luciano Huck, Kléber ainda tem R$ 16 milhões a receber do Grêmio até 2017. Felipão é o único a barrar a sua volta. Não o perdoa por dizer que o técnico formou a 'família Richthofen' no Palmeiras...




Além do óbvio 7 a 1, um dos maiores motivos que fizeram Marin e Marco Polo não continuarem com Felipão foi sua teimosia. Em reuniões, os presidentes da CBF deixavam claro sua insatisfação com Fred. Assim como grande parte da imprensa que cobria diariamente a Seleção. E também a torcida nos jogos do Brasil. Apesar de todo nacionalismo, vaias e palavrões foram dirigidos ao atacante. Felipão não se importou. Justa ou injustamente, morreu abraçado ao atacante. "Sou assim, quando tenho as minhas convicções, vou até o fim." Essa personalidade do treinador faz o Grêmio estar enroscado em uma negociação que pode custar cerca de R$ 16 milhões aos seus combalidos cofres. O novo presidente Romildo Bolzan Junior não sabe o que fazer. Ao assumir, ele quase teve um infarto. Assim como Fabio Koff. Ambos tiveram seus corações quase saindo pela boca quando viram o contrato de Kléber. O ex-presidente Paulo Odone assinou com o jogador até 2017. Só que não foi um contrato qualquer. A negociação demorou mais de um mês. O atacante e seu empresário Giusepe Dioguardi procuraram o renomado escritório de Hermes Huck. Um dos advogados mais respeitados do país, e pai do apresentador Luciano Huck, o Lilla, Huck, Otranto e Camargo Advogados. Juristas gremistas confidenciam que o contrato é dos melhores já feitos no futebol brasileiro. Não há escapatória jurídica. A não ser pagar o combinado com o jogador até o último dia. Odone estava desesperado em 2011 para ter um ídolo no Olímpico. E não mediu esforços para buscar o "Gladiador". Comprou 50% dos direitos do jogador ao Palmeiras por R$ 5 milhões. A outra metade ficou com o Cruzeiro, que ganhou 35% do lateral esquerdo Gilson. A festa foi imensa, refletindo na adesão de milhares de sócios-torcedores ao clube. Só que pouca gente, na época, percebeu. O acordo conseguido por Dioguardi para seu atleta foi fabuloso. Ele combinou que o atacante receberia nestes cinco anos nada menos do que R$ 5 milhões em luvas. R$ 1 milhão a cada início de ano. Esse dinheiro seria diluído e acrescido ao salário durante 12 meses. Por isso, ele começou ganhando R$ 500 mil em 2012. Em 2014 já ganhava R$ 630 mil. Seu rendimento mensal deve saltar para mais de R$ 750 mil neste ano. Será assim até janeiro de 2017. Toda a transação do jogador, envolvendo Palmeiras, Cruzeiro e o atacante já teria custado R$ 27 milhões. Kléber tem ainda cerca de R$ 16 milhões para receber. Fabio Koff e Romildo Bolzan tentaram a rescisão de maneira amistosa. Ofereceram R$ 8 milhões ao atacante. Kléber tem 31 anos. E nenhum motivo para aceitar R$ 8 milhões no lixo. Basta ter paciência e cumprir o que a lei determina: trabalhar e treinar. Que, em janeiro de 2017, terá na sua conta bancária, R$ 16 milhões. O departamento jurídico do clube gaúcho já revirou o contrato do atleta de ponta cabeça. Não há brecha para o clube se livrar do jogador.

A permanência do jogador interfere diretamente na meta de Romildo. O presidente deseja manter a folha salarial gremista em torno de R$ 5 milhões em 2015. É aí que entra Felipão. Os dirigentes gremistas foram pedir para o técnico reincorporar Kléber. O jogador tem excelente ambiente com os demais atletas. É muito querido pelos companheiros. Até mesmo a torcida se mostra disposta a apoiá-lo. O atacante começou bem no clube, mas sofreu contusões graves em 2012. Sempre por pancadas de adversários. A fratura na fíbula direita lhe custou uma operação delicada, com a colocação de placa e seis parafusos. Depois uma grave torção no seu tornozelo esquerdo. Kléber acabou sucumbindo com os times que o Grêmio montou. Em 2012 atuou 49 vezes, fez 15 gols. Em 2013, 31 jogos e marcou sete vezes. Começou mal 2014 e foi emprestado para o Vasco, disputar a Segunda Divisão. Com o clube gaúcho pagando 50% dos salários. Atou em 27 jogos. Marcou seis gols, inclusive aquele que garantiu a volta à Série A. Foi parar duas vezes no STJD por acertar tapas no rosto de Alisson do Paraná e em Gustavo Geladeira, do Vila Nova. Foi devolvido ao Grêmio. Voltou ao clube em condições físicas surpreendentes. Avisou aos companheiro de time que estava disposto a ficar em Porto Alegre. E justificar o investimento, recuperar prestígio. Revelou sua vontade a alguns dirigentes. Por eles, o caminho estaria aberto. Mas Felipão foi direto. Não aceita ter o jogador no seu grupo de trabalho. De jeito algum. O motivo. Em outubro de 2011, o volante João Victor foi agredido por torcedores. A notícia chegou quando o Palmeiras estava para embarcar para o Rio, onde enfrentaria o Flamengo. Houve uma fortíssima discussão entre Luiz Felipe Scolari e Kléber, capitão do time.

O jogador propôs à equipe não viajar, em solidariedade a João Victor. O Palmeiras fazia uma campanha fraca. Felipão disse que não era hora de mostrar medo. E teriam sim de viajar. Se Kléber não quisesse, ele que ficasse em São Paulo. Os demais jogadores ficaram surpreendidos com a reação do jogador. Ele atacou Scolari de forma direta, na frente do técnico, para todos ouvirem, como nunca outro atleta ousou fazer. "Tudo o que está acontecendo é culpa sua. Você joga a torcida contra nós na derrota. Esses caras da organizada já foram na tua casa te ameaçar? Já tentaram te agredir? Eles andam armados. No Palmeiras agora é sempre assim. Tudo é culpa dos jogadores. A torcida te ama e nos odeia. E você não faz nada pela gente. Não perde uma chance de dizer que o grupo é ruim. Eu sou capitão do Palmeiras e não o seu capitão. Penso no time como um todo e não em você. Por mim, não temos de jogar." Felipão procurou imediatamente Arnaldo Tirone. E disse que ele teria de escolher. "Ou eu o Kléber." O então presidente ficou com o treinador. O jogador foi afastado. Piorou de vez as coisas ao dar uma história declaração à Rádio 105 FM. "O Felipão é bom em fazer família. Fez a família Scolari na Seleção, em 2002, e no Palmeiras fez a Von Richthofen. Porque é um querendo acabar com o outro lá dentro." Ele se referia ao famoso caso da estudante Susane von Richthofen que estimulou seu namorado e o irmão dele a matarem os próprios pais com golpes de barras de ferro. Desde então, os dois nunca mais se falaram. Kléber foi para o Grêmio. E assinou o contrato que lhe assegura mais R$ 16 milhões até 2017. Felipão diz que não é problema seu. Não quer de maneira alguma o jogador no seu time. Mesmo com pedidos de jogadores e até de dirigentes. Está irredutível. Não verbaliza, mas é claro que o clube precisa optar entre o técnico e o atacante.

Jogadores que sugeriam uma conversa, a reconciliação, perderam tempo. Barcos é muito amigo do polêmico atacante. Felipão está irredutível. Kléber e seus empresários, também. E têm a lei do seu lado. "Olha, me desculpe. Não quero falar nada sobre esta situação. A não ser que o Kléber quer jogar pelo Grêmio. Não está nem um pouco satisfeito em receber sem entrar em campo. Quer retribuir o investimento do clube e o apoio que recebeu dos torcedores. Mas não depende dele ou da diretoria gremista. Ele vai treinar, cumprir sua obrigação como atleta. Vai respeitar o seu contrato. Só isso que vou dizer", me afirmou, ontem. Giuseppe Dioguardi. Está claro que o empresário não vai fazer seu atleta desperdiçar R$ 8 milhões que já tem garantido até 2017. A situação é complicadíssima. Mas mereceria ser tratada com maturidade. Sem birras. Felipão tem 66 anos. Kléber, 31 anos. No meio dos dois, um contrato muito bem amarrado que ainda vai custar R$ 16 milhões. O presidente Romildo que faça valer seu cargo. E junte os desafetos em uma sala, os faça conversar. Em nome de quem realmente importa: o Grêmio Foot-ball Porto Alegrense...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 14 Jan 2015 12:05:14

Nenhum comentário:

Postar um comentário