terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Paulo Nobre se livrou do ultrapassado Brunoro. Criou coragem. Por isso Dudu, Zé Roberto chegaram. Arouca está apalavrado. E o sonho de Conca não morreu. Parece que o Palmeiras, afinal, tem um presidente. Parece...

Paulo Nobre se livrou do ultrapassado Brunoro. Criou coragem. Por isso Dudu, Zé Roberto chegaram. Arouca está apalavrado. E o sonho de Conca não morreu. Parece que o Palmeiras, afinal, tem um presidente. Parece...




Modesto Roma Júnior recebeu um recado no final da semana passada. Pessoa importante da cúpula do Palmeiras falava em nome de Paulo Nobre. O presidente mandava avisar que só negociaria com Arouca quando ele se desligasse do Santos. Até por uma questão de respeito. Surpreso, o dirigente santista mandou agradecer e respondeu que era assim que deveriam agir os comandantes dos clubes brasileiros, "com lealdade". Mesmo com tudo indicando que Arouca será novo reforço palmeirense, Nobre ganhou, com o gesto, um aliado na Vila Belmiro. Livre de José Carlos Brunoro, a quem tratava com uma reverência ingênua de fã, o presidente palmeirense acordou. Entendeu o quanto o futebol é importante para o tradicional clube que preside. E tratou de se livrar do seu ultrapassado executivo a quem havia dado a camisa 10, R$ 120 mil mensais e mais o uso de um carro de R$ 100 mil, com gasolina paga pelo clube. Foi buscar o com melhor currículo no mercado. Alexandre Mattos, responsável pela montagem do Cruzeiro campeão brasileiro nos dois últimos anos. Apaixonado por distribuir camisas do Palmeiras, Nobre entregou a 100 para Mattos. Em uma referência que ele era dez vezes melhor do que Brunoro. E foi claro. A política de contratações mudaria. Nos dois últimos anos, o clube perdeu atletas importantes como Barcos, Henrique, Alan Kardec. E trouxe 39 atletas, a maioria, medíocres. Teve de apelar para garotos da base para não ser rebaixado.

O mais irônico da situação é que o mentor de Paulo Nobre, Mustafá Contursi, era contra Brunoro. Ele que foi conhecido como o homem do "bom e barato", repetia que o ex-executivo estava completamente perdido. Contratando jogadores de salários baixos para não onerar o endividado clube. Mas o potencial dos atletas era muito mais baixo do que recebiam. Foram dez jogadores dispensados no final de 2014. As saídas deixaram a folha salarial mais leve em R$ 1,1 milhão. Dorival Júnior, apesar de salvar o time do rebaixamento, foi embora. Seu péssimo desempenho e a aversão aos argentinos tornaram sua permanência insustentável. Oswaldo de Oliveira, com seu currículo de campeão mundial, foi escolhido por Nobre para comandar o time em 2014. Alexandre Mattos e Cícero Souza trabalham de uma maneira diferente. Eles têm várias indicações de Oswaldo. Mas também ganharam autonomia para sugerir nomes ao treinador, a Paulo Nobre. Na maneira Brunoro de trabalhar, os treinadores mal eram consultados. O presidente via nele o responsável pelos esquadrões montados no início da década de 90. Só ao final de dois anos de decepções, cedeu. Era mesmo o dinheiro da Parmalat o segredo do sucesso das equipes montadas pelo Palmeiras. Foi assim que foram sendo feitas as contratações. Os laterais Lucas e João Paulo, os zagueiros Vitor Hugo e Vitor Ramos, os volantes Amaral, Andrei Girotto e Gabriel, os meias Zé Roberto e Robinho e os atacantes Dudu, Leandro Pereira e Rafael Marques. O clube tem quase tudo acertado para fechar com o atacante Cafu da Ponte Preta. Talvez ainda hoje. Aranha cansou dos atrasos salariais no Santos e também do desprezo da diretoria, que busca outro goleiro. E aceita jogar no Palmeiras. No início ser reserva de Fernando Prass. O Santos deve três meses de salários e quatro de direito de imagem, além do 13º a Arouca. Ele entrou com uma ação na Justiça na sexta-feira, pedindo o desligamento do clube. E ainda o seu dinheiro até o final do contrato, em dezembro de 2016. O que daria mais de R$ 8 milhões. A chance de haver um acordo e o volante de 28 anos ser dispensado do Santos é enorme. Aí ele ficaria livre para negociar com o Palmeiras. Com a bênção de Modesto Roma. Quanto ao São Paulo, a situação é completamente diferente. Nobre jurou a conselheiros que não terá relação alguma com o clube rival enquanto Carlos Miguel Aidar for o presidente. Ainda não aceitou perder Alan Kardec.

"Foi uma das coisas mais antiéticas que vivi. O jogador tinha contrato com o Palmeiras, eu tinha um mês de prazo com o Benfica. Era uma coisa pública e aconteceu o que aconteceu. Ele recebeu uma proposta boa e o empresário envenenou de dar nojo. Eu acho que teve falta de respeito com o Palmeiras e cortamos a relação com esse presidente (Carlos Miguel Aidar). Enquanto ele for presidente fica difícil ter uma relação com o São Paulo", disse ontem à Fox Sports. Ele foi muito ameno na tevê. Nos bastidores do clube, o presidente mostra toda a sua raiva de Aidar. Não o perdoa por ter dito que o Palmeiras havia se "apequenado" e que a reação de Nobre com a perda do jogador foi "patética", "juvenil". Nobre nega em público, mas teve o maior prazer em tirar Dudu do Morumbi. Evitou que o jogador velocista e inteligente desejado por Muricy para a Libertadores, fosse atuar no time de Aidar. E fará mais. Não liberará Wesley de seu contrato. Até o dia 27 de fevereiro terá de treinar no Palmeiras. O volante já tem acordo de atuar nos próximos quatro anos no Morumbi. O Palmeiras gastou R$ 14 milhões para contratá-lo em 2012. Ele irá embora sem render um centavo aos cofres. Nobre não se conforma com a total falta de comprometimento do jogador nos três anos que ficou no Palestra Itália. O dirigente se vingará dele e de Aidar de uma vez só. O mineiro Alexandre Mattos ainda tentou a conciliação. Mas, esperto, percebeu que perderia tempo ao tentar convencer Nobre a se reaproximar do São Paulo. O vice de futebol do Morumbi, Ataíde Gil Guerreiro, seria seu cúmplice em selar a paz. Mas o presidente palmeirense mandou abortar a tentativa no nascedouro.

Bilionário, Nobre já colocou do bolso R$ 153 milhões. Está gastando mais no futebol neste início de temporada do que nos anos passados. Percebeu que a relevância do futebol ao Palmeiras. O perfil da equipe está muito mais forte do que em 2013 e 2014. Só que ainda sonha com mais uma estrela. Capaz de atrair público, encher a nova arena. Seu desejo por Conca não passou. Mattos recomendou calma. O Flamengo tentou. Assim como o Corinthians e o São Paulo sondaram. O Fluminense garante que irá manter o jogador. Só que o presidente Peter Siemsen percebeu o óbvio. Com o deficitário Campeonato Carioca e as primeiras fases da Copa do Brasil, dinheiro será raridade no clube. O argentino custa, somando luvas e salários, R$ 900 mil às Laranjeiras. O futebol chinês quer levá-lo de volta. Ele não quer retornar ao outro lado do mundo. Nobre e Mattos estão monitorando a situação com muita atenção. Muita coisa mudou no Palestra Itália em 2015. O fim da postura ultrapassada e incoerente de Brunoro foi enorme avanço. Paulo Nobre percebeu que comanda um clube de futebol. Não está em uma gincana escolar, tentando provar para o seu professor, Mustafá Contursi, o quanto pode economizar. Ganhou mais dois anos no cargo para agir. O garoto milionário finalmente saiu da arquibancada. Parece que finalmente a Sociedade Esportiva Palmeiras tem um presidente. Parece... (E Alexandre Mattos não para. Ele deixou praticamente fechada a contratação de Alan Patrick, meia que não rendeu no Internacional. Apesar disso, é uma boa aposta...)





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 13 Jan 2015 12:49:22

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