quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Edu Dracena. A postura leal com o caótico Santos só estimula o Corinthians. Apesar de Mario Gobbi ser o último a saber, o clube já tem tudo acertado com o novo capitão da Libertadores...

Edu Dracena. A postura leal com o caótico Santos só estimula o Corinthians. Apesar de Mario Gobbi ser o último a saber, o clube já tem tudo acertado com o novo capitão da Libertadores...




Três meses de salários atrasados. Quatro de direito de imagem. Assim como Arouca, Mena, Leandro Damião, Edu Dracena tinha amparo legal para buscar a Justiça e se livrar do Santos. Aos 33 anos ficar com os seus direitos. Escolher o seu destino. Muricy Ramalho o desejava no São Paulo, por exemplo. Mas Edu Dracena teve dignidade. Lembrou que quando chegou à Vila Belmiro em 2009 era uma incógnita. Ele passou sete meses se recuperando de uma grave contusão. Havia rompido os ligamentos cruzados do joelho direito, quando atuava no Fenerbahçe, na Turquia. Joaquim Grava o operou. O zagueiro era objeto de desejo do Corinthians e do Palmeiras. Mas os dois clubes recuaram diante da intervenção cirúrgica. Só o Santos confiou na sua plena recuperação. E o contratou. Viveu um período de sonhos. Com o aparecimento de Neymar, Ganso, o primeiro retorno de Robinho. O time ganhou Libertadores, Copa do Brasil, Paulistas. O jogador que começou no Guarani, passou pelo Olimpiakos, Cruzeiro, Fenerbahçe nunca acumulou tantas premiações, bichos. Além do alto salário de R$ 350 mil. De personalidade forte, ótima antecipação e pelo alto, Edu Dracena se impôs como capitão do time. Tudo ia bem até que rompeu os ligamentos do joelho esquerdo em 2012. Outra operação delicada. Sete meses afastado. Outra vez Joaquim Grava operando. E, de novo, o zagueiro teve todo apoio em Santos. Voltou. Enfrentou todo o período de transição. A saída de Ganso, Neymar, a decadência do clube. Aí, novo rompimento do ligamento cruzado esquerdo, em 2014. Artroscopia no início do ano passado. Mais oito meses afastado do futebol. Foi de novo operado por Joaquim Grava. Seu relacionamento com o médico que batiza o CT corintiano virou enorme amizade. Grava é muito amigo do ex-presidente Andrés Sanchez, o coordenador da campanha de Roberto de Andrade à presidência. Sanchez e Andrade tomaram uma enorme invertida em relação a Dudu. Os dois haviam deixado certo a contratação do atacante para o Corinthians, mas Mario Gobbi vetou. Alegou que era muito caro. E também ficou incomodado por ser o último a saber da transação.

Sanchez não se conformou. Com a volta de Anderson Martins ao Al Jaish, em uma negociação feita de maneira primária, o Corinthians ficou sem um zagueiro confiável para atuar ao lado de Gil. Ninguém no clube confia no inseguro Felipe. Em uma conversa entre Grava e Sanchez surgiu o nome de Edu Dracena. O médico garantiu que ele está em excelente estado físico. Era público que o zagueiro santista estava sem receber no caótico fim de mandato de Odílio Rodrigues no Santos. Ele poderia tranquilamente entrar na justiça e ir para o Corinthians sem custo. Andrés e Roberto de Andrade entraram em contato com o jogador. Ele deu uma resposta muito firme. Estava sim interessado em atuar no Parque São Jorge. Mas não sairia do Santos pela "porta dos fundos". Não sacanearia o clube que sempre o apoiou nas três delicadas cirurgias nos joelhos. Não entraria de jeito algum na Justiça. E que, se o Corinthians realmente o quisesse, procuraria a diretoria e faria um acerto. Trocaria os atrasados pela liberação. Iria embora dignamente. Andrés e Roberto de Andrade ficaram impressionados com a postura leal de Edu Dracena. Se convenceram que ele seria o jogador ideal para a Libertadores. Com o perfil para ser inclusive capitão do time. Os três conversaram e praticamente deixaram acertado um contrato de dois anos. Levaram o pacote amarrado a Mario Gobbi. O presidente corintiano foi outra vez o último a saber. Só que ele não poderia recusar. O importante jogador não custaria nada. Sem saída, percebeu que teria de ceder. Conselheiros da situação já o acusaram de sabotar o clube vetando Dudu. A sorte foi que o atacante acabou indo parar no Palmeiras. Se fosse para o São Paulo, rival na Libertadores, tudo ficaria pior.

"Queremos o Edu. Ele é um zagueiro experiente e que precisamos. Tem tudo para ser o novo xerife do Corinthians", disse à rádio Globo ontem, sem a menor convicção. Gobbi tentava mostrar autoridade, assumir uma contratação que nunca foi sua. Tite adorou a possibilidade da contratação de Edu Dracena. Só não pode ser mais efusivo para não desvalorizar ainda mais o questionado Felipe. A liderança positiva do capitão santista é comentada até entre os jogadores corintianos. Fechada a transação, o caminho está aberto até para que assuma a braçadeira no novo clube. O presidente santista Modesto Roma Júnior soube da postura do jogador. E vai facilitar a transação. Não colocará qualquer obstáculo, apesar dele ter contrato até o final de 2015. Há mais um elemento na Vila Belmiro que estimula a saída. O ex-jogador Léo é estagiário no departamento de futebol. Os dois brigaram quando atuavam juntos e hoje nem se falam. Léo se tornou conselheiro do novo presidente. A convivência tinha tudo para ser péssima. Edu Dracena pediu dois anos de contrato com o Corinthians e mais um aumento de salário. Deseja receber R$ 500 mil no Parque São Jorge. Tudo está caminhando muito rapidamente. Quando o time retornar dos Estados Unidos há grande possibilidade de o zagueiro já se incorporar ao grupo. Pronto para se tornar o novo capitão para a Libertadores, como diz Mario Gobbi.O último a saber das contratações no Corinthians...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 15 Jan 2015 11:18:05

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