terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Cristiano Ronaldo. Terceira vez escolhido como o melhor jogador do mundo pela Fifa. Nunca o talento esteve tão unido ao narcisismo e marketing. Tempos modernos...

Cristiano Ronaldo. Terceira vez escolhido como o melhor jogador do mundo pela Fifa. Nunca o talento esteve tão unido ao narcisismo e marketing. Tempos modernos...




É um privilégio acompanhar a carreira do melhor e mais narcisista jogador da história. Nunca houve e nem haverá alguém como Cristiano Ronaldo. Capaz de juntar ego com os mais intensos treinamentos. Comemorar gols como um toureiro transloucado e ainda bater no peito e apontar o chão, dizendo na sua linguagem dos sinais: "eu estou aqui". Pela terceira vez, ele venceu a bola de Ouro da Fifa. Foi escolhido, com toda a justiça, o melhor do mundo em 2014. Seus números foram espetaculares. Somou mais votos do que Messi e Neuer juntos. Ou se a análise ficar apenas com o seu maior rival, teve mais do que o dobro do argentino, que já venceu quatro vezes." "Nunca imaginei ganhar essa bolinha três vezes, mas espero não parar aqui. Quero apanhar o Messi, quem sabe na próxima temporada. Sempre ambicionei isso. Quero entrar na história como o melhor." Ser o melhor em tudo é obsessão deste português que fará 30 anos no dia 5 de fevereiro. Quer ser o jogador de maior fortuna, mais belo, de corpo melhor esculpido. No museu que foi construído em sua homenagem fez questão que sua estátua fossem bem dotada sexualmente. É um prato cheio para psicólogos e psiquiatras de plantão.

Tudo isso importa. Mas o fundamental é o seu talento. E ele não é genial por acaso. Talvez poucas pessoas saibam, mas Cristiano Ronaldo é um dos jogadores que mais treinam no mundo. Não tem o dom absurdo que premia Messi para os dribles, as arrancadas impressionantes, não cola a bola nos pés e nenhum zagueiro consegue tirar. Não, nada disso. Cristiano Ronaldo e improviso não são parceiros. Pelo contrário. A palavra que combina com o atacante é o treinamento exaustivo. É o símbolo do jogador moderno. Mistura a força atlética do arranque. A precisão e violência dos chutes de esquerda, direita. As cabeçadas. As pedaladas não surgem à toa. Nada disso. Ele as treina sempre. Tendo reservas, juniores, cones, o que for como sparrings. Sua obstinação em ser o melhor jogador do seu tempo vem desde garoto. Estreou no Sporting com 16 anos. Com a sua conhecida marra. Não aceitava ser mais um. Queria desde sempre que o time atuasse para que ele definisse o jogo. Essa característica foi aprimorada com Alex Ferguson no Manchester United. Depois foi brilhar no Real Madrid. Ser o melhor do mundo beira a paranoia. Ele tem na sua mansão em Madrid uma academia só para ele. Que tem aparelhos até mais modernos do que estão à sua disposição no cube. Sabe o quanto depende de sua forma física. Tanto treinamento acabou tendo como resultado um corpo esculpido. Que ele com orgulho faz questão de mostrar em campanhas publicitárias de cuecas. Cristiano e seu staff são muito competentes. Sabem o quanto vale ser o jogador de futebol mais midiático do planeta. O patrimônio já passou dos R$ 500 milhões. Caminha com força para ser um bilionário. Ele sabe como usar as redes sociais. Não é por acaso que tem quase 105 milhões de fãs no Facebook. No Twitter são mais de 32 milhões de seguidores. No Instagram, são 10,7 milhões de pessoas recebendo as fotos que o narcista e seus funcionários colocam.

O mercado publicitário é hipnotizado por Cristiano Ronaldo. Nike, CR7 Underwear, Herbalife, Banco Espírito Santo, Samsaung e Clear. Ele adora câmeras. Fotos, filmes publicitários. O que seja. Desde que o personagem principal seja ele. Desde 2008, ele trava um duelo particular com Messi pela Bola de Ouro. O argentino conseguiu quatro e ele chegou hoje à sua terceira. Ganhou com todo favoritismo porque acumulou quatro títulos com o Real Madrid. Ganhou o mais importante do planeta: a Champions League. O calo de Messi está na hora de defender o país que ama. Ele é mesmo muito patriota. E sofre muito com seus fracos companheiros na Seleção Portuguesa. Fora a estupidez dos dirigentes. Na Copa do Mundo de 2014, o time ficou concentrado em Campinas, a 20 graus. Mas teve de atuar em Salvador e Manaus a mais de 30 graus. A equipe foi goleada pela Alemanha, empatou com os Estados Unidos, e venceu Gana, em Brasília, apenas por 2 a 1. Nesta partida de despedida, Cristiano Ronaldo marcou seu único gol no Mundial. Jogou com uma tendinite no joelho esquerdo. "Só vou me sentir completo como jogador quando levantar um troféu com Portugal", repete o tempo todo. Só que essa sua vontade está muito difícil. Enquanto isso, continua encantando o mundo sozinho. Fazendo o poderoso Real Madrid jogar em função dele, quebrando recordes, acumulando título, fazendo pose e ganhando muito dinheiro. A terceira Bola de Ouro que leva para casa mostrou. A Copa do Mundo virou uma competição de segundo nível diante do que Cristiano Ronaldo fez no seu clube. Neuer pode ter saído desapontado. Não foi nem de longe tão decisivo para o time tetracampeão do mundo. O primeiro europeu a vencer longe do seu continente. Em vez do excelente goleiro, o múltiplo Toni Kroos deveria estar brigando entre os três melhores de 2014. Mesmo assim, não poderia tomar o prêmio do português. Enquanto arrumava o cabelo milimetricamente arrumado com gel e olhava furtivamente para sua própria imagem refletida nos telões, Cristiano Ronaldo levantava orgulhoso sua terceira Bola de Ouro. E avisava, levantando suas sobrancelhas feitas a laser, que voltaria para buscar a quarta. Para empatar com Messi. Depois, a quinta, para se tornar o melhor entre os melhores. Quem ainda tem coragem de duvidar de Cristiano Ronaldo dos Santos Aveiro? O melhor e mais narcisista jogador de futebol da história?




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 12 Jan 2015 19:50:05

Nenhum comentário:

Postar um comentário