segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

"O Internacional é um clube grande com administradores pequenos. O Fernando Carvalho é um dirigente de várzea." A revolta do prefeito de Chapecó. Ele sabe o que é uma verdadeira tragédia...

"O Internacional é um clube grande com administradores pequenos. O Fernando Carvalho é um dirigente de várzea." A revolta do prefeito de Chapecó. Ele sabe o que é uma verdadeira tragédia...




"O Internacional é um clube grande com pequenos administradores. O Fernando Carvalho é um dirigente de várzea dirigindo um clube grande. O Inter tem direção de várzea, amadora. Tem uma bela torcida, muitos sócios e um dirigente de várzea." Em meio à terrível dor pela tragédia que se abateu sobre a Chapecoense, o prefeito de Chapecó, Luciano Buligon, mostrou sua revolta à postura do vice de futebol do Internacional, Fernando Carvalho. Luciano participou de todos os momentos do terrível acidente. Passou por momentos de intensa consternação. Primeiro, escapou da morte pelo acaso. Deveria estar no fatídico voo da Lamia. Não foi porque tinha compromissos como prefeito em São Paulo. Depois, assim que soube da queda do avião, foi para Medellin. E acompanhou tudo. Desde a retirada dos corpos, o desespero para cuidar dos sobreviventes, o lastimoso e obrigatório reconhecimento dos mortos, esteve na emocionada e inesquecível demonstração de solidariedade do povo colombiano, cuidou do velório na Arena Condá e da sucessão de enterros. O prefeito acompanhou de perto o sucesso da Chapecoense. Era amigo de Caio Júnior, da direção do clube e de vários jogadores. "É como se tivesse perdido grande parte da minha família de uma vez. É terrível", disse. Mas, em meio a tanto sofrimento, Luciano teve acesso à terrível declaração de Fernando Carvalho. A insensível comparação a provável queda do Internacional à Série B, como tragédia. "Além da consternação geral, temos a nossa tragédia particular que é fugir do rebaixamento. Estamos nos agarrando nas folhas da última árvore. Esse adiamento de rodada certamente vai ser prejudicial. Nem estou falando nisso, a consternação é geral e a solidariedade é unanime. Mas esse adiamento certamente vai trazer embaraços que lá adiante vamos ter que comentar", reclamou à TV Pampa. Ele teve a coragem de reclamar do adiamento da rodada que deveria acontecer neste fim de semana que passou. Não levou em consideração que não houve jogos para o Brasil homenagear os mortos na queda do avião que dizimou o time da Chapecoense.

E o pior foi utilizar a palavra tragédia. Se existe alguém no Brasil que sabe o significado intenso de tragédia se chama Luciano Buligon. A sua declaração ao UOL não foi um mero desabafo. Mas sintetiza a falta absoluta de humanidade diante ao maior acidente envolvendo uma delegação esportiva da história. Nunca no mundo morreram tantas pessoas em um voo para uma disputa esportiva. Os pedidos de desculpas de Fernando Carvalho e a acusar a edição da entrevista não convenceram ninguém. Os resquícios da falta de solidariedade do dirigente atingiram em cheio o Internacional. Nas redes sociais, o clube segue sendo acusado de egoísmo descabido. As críticas e a torcida pelo rebaixamento crescem a cada dia. No velório dos jogadores da Chapecoense, o presidente Vitorio Piffero foi hostilizado pelos torcedores na Arena Condá. Teve de ouvir gritos de "fora daqui", "vai para casa", "não merece colocar os pés nessa grama". Piffero fingiu não escutar. A própria torcida colorada se mostra contra as palavras de Fernando Carvalho. E pela postura de Piffero. Enquanto o Brasil vivia a comoção pela tragédia da Chapecoense, ele ingressava no STJD tentando evitar a queda do Internacional no tapetão. Questionando a escalação do zagueiro Victor Ramos do Vitória. No treinamento de ontem, em Porto Alegre, uma faixa resumia a postura dos torcedores. "Clube grande. Direção pequena. Na A ou na B, estaremos contigo. Cala-te Piffero. Força, Chape."

A reprimenda dos torcedores foi desmoralizante. As palavras pesadas do prefeito de Chapecó chegaram até Porto Alegre. Mas Fernando Carvalho e Vitório Piffero combinaram. E não vão alimentar mais polêmica. Eles também proibiram os jogadores de tocar no assunto. Esperavam que as desculpas de Carvalho bastariam. A postura orquestrada dos atletas de não quererem disputar a última rodada também caiu muito mal. O abalo dos jogadores com o acidente da Chapecoense seria tanto que não queriam enfrentar o Fluminense, no próximo domingo. A sugestão de virada de mesa ficou implícita. Sem última rodada, sem a confirmação do rebaixamento. E o Internacional seguiria normalmente na Série A em 2017.

"O Internacional é um clube grande com pequenos administradores. O Fernando Carvalho é um dirigente de várzea dirigindo um clube grande. O Inter tem direção de várzea, amadora. Tem uma bela torcida, muitos sócios e um dirigente de várzea." A declaração do prefeito de Chapecó será repetida durante esta semana decisiva do Brasileiro. Este clima de animosidade é muito ruim. Para sobreviver na Série A, o Internacional precisa vencer o Fluminense, no Rio, e torcer para o Vitória perder para o Palmeiras já campeão, em Salvador. E o Sport não derrote o já rebaixado Figueirense, equipe de Santa Catarina, mesmo estado da Chapecoense. A insensibilidade de Fernando Carvalho sabotou o Internacional. Se depender da torcida do Brasil, a Segunda Divisão o aguarda em 2017...



   

Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 05 Dec 2016 05:34:39

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