terça-feira, 19 de agosto de 2014

Ricardo Goulart, Elias, Everton Ribeiro, Philippe Coutinho. Com Dunga, o Brasil abre mão de vez do toque de bola. Busca a vibração, marcação, contragolpe, velocidade. A inspiração está no Real Madrid de seu mentor, Carlo Ancelotti...

Ricardo Goulart, Elias, Everton Ribeiro, Philippe Coutinho. Com Dunga, o Brasil abre mão de vez do toque de bola. Busca a vibração, marcação, contragolpe, velocidade. A inspiração está no Real Madrid de seu mentor, Carlo Ancelotti...




Goleiros: Jefferson (Botafogo) e Rafael Cabral (Napoli); zagueiros: David Luiz (PSG), Marquinhos (PSG), Gil (Corinthians) e Miranda (Atlético de Madrid); laterais: Maicon (Roma), Filipe Luis (Chelsea), Alex Sandro (Porto) e Danilo (Porto); volantes e meias: Luis Gustavo (Wolfsburg), Elias (Corinthians), Fernandinho (Manchester City), Ramires (Chelsea), Everton Ribeiro (Cruzeiro), Oscar (Chelsea), Willian (Chelsea), Philippe Coutinho (Liverpool); atacantes: Hulk (Zenit), Ricardo Goulart (Cruzeiro), Neymar (Barcelona) e Diego Tardelli (Atlético Mineiro). A primeira e histórica convocação de Dunga no seu retorno à Seleção. Importante não por ele. Mas por representar a renovação depois da vexatória participação do Brasil na Copa sob o comando de Felipão. Com direito à sua pior derrota em todos os tempos: os inesquecíveis 7 a 1 para a Alemanha. Júlio César, Victor, Dante, Henrique, Thiago Silva, Daniel Alves, Maxwell, Hernanes, Paulinho, Bernard, Jô e Fred foram deixados de lado. Desta lista, apenas o capitão de Felipão, Thiago Silva, está machucado. Júlio César se aposentou da Seleção para não ser aposentado. Os demais foram preteridos. Não interessam a Dunga.

No perfil da Seleção que enfrentará Colômbia e Equador nos Estados Unidos está claro. O treinador quer uma seleção muito mais combativa, participativa. Veloz e forte o suficiente para preencher os espaços, recompor o meio de campo com vibração, raiva. Na teoria um time que não permitiria, por exemplo, as inúmeras trocas de bola que alemães e holandeses fizeram à vontade na intermediária do Brasil na Copa. As grandes apostas estão em Elias, Everton Ribeiro, Philippe Coutinho e Ricardo Goulart. Jogadores vibrantes, com visão de jogo, raça. Capazes de atuar em várias posições do meio de campo ao ataque. Dunga deixa claro que, para escândalo dos puristas, ele não está nem um pouco interessado no velho e bonito toque de bola brasileiro. Ele não quis montar um novo Harlem Globetrotters de verde e amarelo. Está claro que está muito mais comprometido com a competição do que Felipão e Parreira jamais estiveram. Não está interessado nos toques, nos dribles de cinema de Neymar. Ele quer saber é do Brasil articulando um contragolpe em poucos segundos. Seu meio de campo, ataque e defesa formando uma simbiose. Atacar com trocas de posição, triangulações e em bloco quando estiver com a bola. Sem ela, marcar. O perfil dos seus convocados tem em comum, a vontade aliada ao talento. Até mesmo Diego Tardelli aprendeu a compor, ajudar seu meio de campo. No ano passado substituiu Ronaldinho Gaúcho machucado. Na meia, descobriu a importância de correr com a cabeça erguida na intermediária.

Como pude antecipar em post anterior, Marcelo é o exemplo de jogador que Dunga não deseja no elenco. Técnico, talentoso, mas muito displicente. Para total falta de sorte do lateral esquerdo, o grande mentor que o treinador brasileiro resolveu seguir se chama Carlo Ancelotti. O treinador italiano do Real Madrid. Dunga entende porque cada vez mais Coentrão tem espaço no time. Há mais seriedade, consistência pelo lado esquerdo do campo. O time fica muito menos vulnerável. Os volantes não precisam se desesperar com a cobertura quando atua Marcelo. Por isso Filipi Luis. Pelas laterais, Dunga deseja força, vitalidade. Por isso também esqueceu Daniel Alves. Há tempos ele só se preocupa em atacar como ponta direita. O técnico optou por menos talento, mas segurança. Com Maicon, Danilo e Alex Sandro há a certeza de que todos têm potencial para atacar. Mas sabem marcar. Inclusive também cabecear. São jogadores mais racionais e menos emotivos que os titulares da Copa do Mundo. Aliás, o perfil "selfie e choro" vai acabar com Dunga. O treinador deverá ter uma conversa séria com David Luiz. Ele quer o zagueiro mais preocupado em jogar futebol e menos em aparecer para a torcida. A briga será séria com Miranda, Marquinhos, Gil e Thiago Silva, quando se recuperar. Dunga quer muito mais objetividade e firmeza dos zagueiros. Muito mais responsabilidade com a posição do que tiveram na Copa do Mundo. Ele é um grande fã de Miranda. Não será nada surpreendente se o fizer titular da posição. E os outros zagueiros que briguem para jogar com ele. No gol, Jefferson terá a chance que nunca teve. O goleiro do Botafogo tem 31 anos. Mas nunca chegou o reconhecimento por seu ótimo futebol. Nos bastidores, bobagens são ditas. Como goleiro negro não dá certo na Seleção Brasileiras desde Barbosa. Se o Brasil ganhasse a Copa de 2014 dedicaria o título ao sofrido goleiro de 1950. Com Dunga sua sobriedade deverá ser levada a sério. Mas não poderá bobear. Rafael, ex-Santos, e que atua no Napoli é o preferido de Taffarel, o preparador de arqueiros da Seleção. Elias e Ramires são favoritos para colocar Luiz Gustavo e Fernandinho no banco. Desde que Dunga coloque meias que tenham energia e vibração. Assim o Brasil sairá mais rápido da defesa e também terá um poder de recomposição sem a bola muito importante. Daí Philippe Coutinho, Everton Ribeiro e Willian brigarão de verdade com Oscar por lugares no time. Deverá ser os duelos mais interessantes e que refletirão em todo o time. Na frente, Dunga, como também foi escrito neste blog, está empolgado com Ricardo Goulart. Ele quer sentir nos amistosos se o jogador de 23 anos do Cruzeiro tem personalidade para repetir na Seleção o que faz no Brasileiro. Deseja dele desde os treinamentos muita vibração, empenho não só para surgir de surpresa na área adversária. Mas para flutuar, trocar de posição para atrapalhar a marcação adversária. Tabelar, fazer triangulações. Além de dar seus chutes fortíssimos e cabeçadas ao gol. Se repetir o que faz com a camisa azul será uma das apostas como titular da Seleção.

Hulk e Tardelli foram chamados como homens de definição. Mas que deverão participar do jogo. Ao atacante do Zenit não caberá a missão de ficar na ponta direita, cortar para o meio e chutar de esquerda para o gol. De preferência de cabeça baixa. Foi o que cansou de fazer na Copa. Individualista e complicador de jogadas. Dunga quer o toque final para o gol, assim como também o de Tardelli. Mas quem não entender a palavra mágica recomposição, ficará fora do time, das próximas convocações. Nem pensar em ficar estático como um cone entre os zagueiros, como fazia Fred. Neymar terá de entender que não terá toda a liberdade para ser a prima donna. Nem no comportamento festivo e muito menos em campo. Como jogador brasileiro mais talentoso, precisará se mexer nas intermediárias. Nada de ficar parado na ponta esquerda como cansou de fazer com Felipão. Dunga o quer muito mais participativo. Muito mais uma cópia do que Cristiano Ronaldo faz em campo do que Messi. O resumo do espírito do novo grupo formado para representar o futebol brasileiro: a técnica será um detalhe que poderá resolver ajudar a resolver as partidas. Mas, na cabeça de Dunga, os resultados virão graças ao sacrifício tático. Em uma fortíssima marcação a partir da intermediária adversária. Com pelo menos oito, nove, dez jogadores atrás da linha da bola. A ordem será acabar o espaço que tantos os alemães e holandeses desfrutaram contra o Brasil na Copa do Mundo. Mais do que nomes, a filosofia está mudada. O Brasil não será mais refém do 4-2-3-1 que Felipão descobriu e fixou no time como em uma partida de pebolim. O sonho de Dunga é um time vibrante, compacto e sem vergonha de marcar sem a bola. Veloz, decidido e, por que não?, técnico na hora de atacar. Sua inspiração? Preste atenção no Real Madrid de seu mentor, Carlo Ancelloti...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 19 Aug 2014 13:37:01
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