segunda-feira, 28 de julho de 2014

Alexandre Kalil precisa ter coragem. E defender o Atlético Mineiro de Ronaldinho Gaúcho. Ele passou de todos os limites. A hora é de dizer adeus, sem dor na consciência...

Alexandre Kalil precisa ter coragem. E defender o Atlético Mineiro de Ronaldinho Gaúcho. Ele passou de todos os limites. A hora é de dizer adeus, sem dor na consciência...




Passou da hora de Alexandre Kalil agir. Ronaldinho Gaúcho é o maior ídolo da história do Atlético Mineiro. Sua magnitude deixou para trás Reinaldo, Éder, Toninho Cerezo, Humberto Ramos e tantos outros. Foi fundamental na conquista da Libertadores, na redescoberta do amor próprio. Mas o clube não pode mais se dobrar ao desprezo do jogador. É necessário dizer adeus. Ronaldinho já mandou seu recado na madrugada de hoje, na boate Pink Elephant, em Salvador. Dançando, flertando, curtindo a 'vida loca' que tanto adora. Aos 34 anos, ele está milionário. E cada vez mais cansado da rotina do futebol sério. Dos treinamentos, da disciplina alimentar, das horas que precisa dormir. Das concentrações. Tudo isso perdeu o sentido. Sabe que não tem mais projeto sério no futebol de competição. Os grandes clubes europeus já o expurgaram há quatro anos. A Seleção lhe virou as costas de vez desde o ano passado. Considera cumprida sua missão no Atlético Mineiro desde que foi o maestro na inesquecível campanha da Libertadores em 2013. Sua desilusão veio ao perceber que não disputaria a Copa das Confederações e muito menos a Copa do Mundo no Brasil. Desde então se dividiu entre a esbórnia e os treinamentos, jogos e receber seu R$ 1,1 milhão a cada 30 dias no Atlético Mineiro. Ele já tinha tomado essa atitude na Gávea. Chegando até a dormir com mulher na concentração. A desculpa dos atrasos salariais se impunha. Mas isso não acontece na Cidade do Galo. Ronaldinho simplesmente cansou. Em Minas Gerais, todos sabem de suas festas dignas de Sodoma e Gomorra. Que ele tem direito de fazer nas folgas. E fazia mesmo, na mansão que possui perto do aeroporto de Confins. Comprar um camarote no Carnaval baiano, formar o seu bloco foi considerada mais uma excentricidade. Como ter a coragem de gravar um clip na sua casa com o refrão "Jogo o copo pro alto e vamos beber". Ronaldo ironizava, mostrava que nasceu para aproveitar a vida. O que é justo. Injusto é amarrar, travar um clube com a importância do Atlético Mineiro nas suas farras. Alexandre Kalil está longe de ser ingênuo. Ele sabe o que midiaticamente Ronaldinho Gaúcho significa. Ainda é um dos maiores ídolos do futebol mundial. Apesar da Internet, os indianos, russos, árabes, havaianos, tailandeses, lituanos não têm a menor ideia de jogar futebol não é mais sua razão de viver. Acreditam que ele ainda continua com sua magia impressionante com a bola nos pés, que tinha no começo dos anos 2000. E quase como a devoção de fãs de Axl Rose. Nos Estados Unidos, os shows do último membro original do Guns N' Roses não desperta mais tanta atenção há anos e anos. Axl desperdiçou seu potencial e hoje é obrigado a fazer shows na periferia do mundo. Onde é reverenciado por quem não o vê constantemente, não tem ideia e nem quer ter do que anda fazendo com sua vida. As arenas na Colômbia, México, Brasil, Argentina estarão sempre lotadas, de fãs cantando apaixonados sucessos de Appetite for Destruction. Se esquecendo que o disco foi lançado em 1997!

O ídolo atleticano não tem qualquer ligação com drogas, como Axl. Sua atração é irresistível pelas noitadas. Manter Ronaldinho como chamariz de cotas de amistosos não tem mais sentido. Não com Levir Culpi como treinador. Ele quer montar um time de verdade, competitivo. Mas isso é impossível com os exemplos nada profissionais de seu camisa dez. Como cobrar dos outros jogadores depois de tudo o que tem a coragem de fazer? As situações se acumulam. Os péssimos, fraquíssimos desempenhos desde a contusão que sofreu após a Libertadores de 2013. Tentou se recuperar, mas não conseguiu ser mais do que um triste figurante no Mundial no Marrocos. Desde então, atraso na reapresentação do Carnaval. Gravação do clip do 'vamos beber'. Depois da vitória contra o Lanús pela Recopa, passou a madrugada em um cassino com Messi e Mascherano. Perdeu a hora de embarcar de volta ao Brasil. Viu, revoltado, que o ônibus que o levaria ao aeroporto não o esperou. Ficou no ar o confronto com Levir. Ronaldinho começou a agir como se estivesse se despedindo. Fez questão de jogar outra vez contra os argentinos e confirmar a conquista da Recopa no Mineirão. Filmou a premiação de forma debochada. Chamando Kalil de 'papai'. Depois pediu dispensa para fazer a partida de despedida de Deco. Mas de forma inacreditável, não jogou. Mandou avisar a organização que perdeu o vôo para Portugal. Não voltou ao Atlético Mineiro.
E enquanto o time perdia ontem para o Sport, ele passava perfume, arrumava o cabelo. E se aprontava para mais uma noite de farra no Pink Elephant. Sem o menor cuidado, posou para fotos que sabia que iriam parar no Instagram. Postura inaceitável com os companheiros de time, com Levir Culpi, com a diretoria que lhe paga mais de R$ 1 milhão por mês. E principalmente com os apaixonados atleticanos que tanto o apoiaram. No dia 9 de janeiro, Kalil e Assis se acertaram. E houve a renovação até o final do ano. Se uma das partes desistir, precisa restituir a outra. Estão faltando cinco meses. Ou R$ 5,5 milhões em salários. Esse é o grande impasse para acabar o vínculo. O Atlético Mineiro não quer pagar esse dinheiro. Ao mesmo tempo, Ronaldinho já cansou de mostrar que perdeu o interesse em continuar. Chegou a hora da direção do Atlético Mineiro se impor. Buscar uma saída alternativa. A situação é insustentável, desmoraliza qualquer elenco. Provoca vergonha alheia. Quanto vale o Clube Atlético Mineiro passar por essa humilhação? Mesmo sendo do seu maior ídolo na história. Alexandre Kalil precisa ter a coragem de avaliar. E seguir em frente. Deixar Ronaldinho Gaúcho seguir levando sua 'vida loca' longe da Cidade do Galo. Chega de passar tanta vergonha. Quanto a Ronaldinho Gaúcho, quem ama o futebol será sempre grato a tudo o que ele fez em campo. Mas nem Pelé durou para sempre. Se o seu limite de tolerância à vida de um jogador de futebol profissional acabou, siga seu caminho. É injusto demais o que faz com o Atlético Mineiro, único clube a acreditar nele quando estava no fundo do poço na Gávea. E lhe deu a chance da recuperação, ostentado a tarja de capitão. Tivesse um pingo de juízo teria disputado até a Copa do Mundo. Pare de envergonhar os atleticanos. Vá ser feliz, Ronaldinho. Deixe saudades, não rancor...




Autor: cosmermoli
Publicado em: Mon, 28 Jul 2014 11:42:35 -0300
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