terça-feira, 29 de julho de 2014

Felipão voltou ao Grêmio para calar a boca dos críticos. Mostrar que ainda está vivo depois do vexame com a Seleção na Copa. Chegou a sua hora de dar o troco em quem o massacrou...

Felipão voltou ao Grêmio para calar a boca dos críticos. Mostrar que ainda está vivo depois do vexame com a Seleção na Copa. Chegou a sua hora de dar o troco em quem o massacrou...




Orgulho. Essa é a palavra que fez Luiz Felipe Scolari voltar ao Grêmio. Apenas 16 dias depois de acabar a Copa do Mundo. 17 dias de ser o comandante na derrota para a Holanda por 3 a 0, na disputa do terceiro lugar. E há exatas três semanas da goleada por 7 a 1 para a Alemanha. Felipão resolveu aceitar ser o plano B de Fábio Koff. A primeira opção, Tite, recusou. Não quis voltar ao estádio Olímpico. Scolari decidiu que não ficaria mais quieto, sendo humilhado por jornalistas, críticos. Muitos deles que o paparicaram durante a Copa do Mundo. Até virem as duas derrotas, os dez gols tomados contra alemães e holandeses. O treinador sabia que com aquelas derrotas seus sonhos estavam destruídos. O primeiro deles era trabalhar em uma grande seleção na Copa de 2018. O amor secreto era a Itália, terra dos seus ancestrais. Se não fosse possível, a Rússia cairia como um luva. Ele sabe como incendiar o país anfitrião de grandes competições. Já tinha sido assim com Portugal na Eurocopa. E com o Brasil no Mundial. Só que vieram os dois vexames. Eles tiveram o poder de espantar qualquer empresário interessado em apresentá-lo como bom comandante para uma grande seleção. Nem mesmo Jorge Mendes, aquele que o havia levado pelas mãos para Portugal e depois ao Chelsea. Com o mercado internacional virando as costas para Felipão, restaria o Brasil. Afinal de contas, José Maria Marin e Marco Polo del Nero haviam prometido. Logo após o 7 a 1 diante da Alemanha, o trio havia se reunido. E ele ouviu dos dois comandantes da CBF a jura que poderia continuar à frente da Seleção. Mas depois da derrota contra a Holanda, a dupla sumiu. Felipão só os reencontrou quando deveria entregar o relatório com o que aconteceu com o Brasil na Copa. Mas aí já havia até uma viatura da Globo esperando por ele. Percebeu que, além das promessas não terem validade alguma, sua cabeça já havia sido cortada. E oferecida à emissora que contabilizou enormes prejuízos com as derrotas da Seleção. Desde então, o treinador tem sido massacrado pela imprensa. Assim como nos gols da Alemanha, Felipão titubeava. Não sabia o que fazer. Seu telefone não tocava para novos trabalhos. Ele não queria convocar uma coletiva porque se sentia traído por muitas pessoas que o abraçaram, o afagaram, sentaram no seu colo. Ele precisava se manifestar. Dar a sua versão. Se defender do massacre a que foi submetido. Mas precisava de um escudo. Foi o que o Grêmio de Fabio Koff tinha a oferecer. O time gaúcho mesmo precisava de um treinador importante. Koff afirmou que encontrou um treinador incompetente: Vanderlei Luxemburgo. Fracassou com ele na Libertadores. Contratou a promessa Enderson Moreira. Mas o técnico se dobrou diante do Internacional, com direito a goleada e perda do Gaúcho. O time gremista não engrenava mesmo com o tempo que teve para treinar durante a Copa. A gota d'água foi a virada diante do Coritiba em casa. Koff partiu para cima de Tite. Tomou uma invertida. Ele está muito magoado por não ter sido escolhido como o novo treinador da Seleção. Quer trabalhar no Exterior.

Foi quando o velho presidente resolveu apostar no velho treinador. Reviver a dupla que fez tanto sucesso no início da década de 90. Há 20 anos, por exemplo, ganhava a Copa do Brasil. Depois viriam a Libertadores no ano seguinte e o Brasileiro em 1996. Koff quis Felipão e fechou contrato com ele até o final de 2016. Teve de prometer ao técnico que ficará com ele até o término de contrato, quando o presidente terá 85 anos. Felipão não quis demonstrar. Mas está até mais feliz do que Fábio Koff. Voltará para a sua origem. Terá toda a liberdade e apoio para fazer o que quiser no Olímpico. E o desejo é claro. Mostrar que está mais do que vivo. Calar a boca dos não só dos seus críticos. Mas dos que qualifica como traidores, duas caras. Gente que o apoiava no início da Copa. Mas bastaram as duas derrotas e passaram a considerá-lo o responsável pelo atraso do futebol brasileiro. Por trás do retorno depois de 18 anos há uma mistura que vai empurrar a retomada da carreira de Felipão: gana e muito rancor. Ele é uma pessoa vingativa. Não perdoa o quanto ele foi massacrado. A tristeza que fez passar sua família e seus amigos mais íntimos. Fabio Koff conhece bem o 'Gringo' e sabe o quanto ele está ferido. Por isso tem a certeza do acerto em contratá-lo. Não poderia estar mais desgastado. Felipão vai esquecer todo o dinheiro que já acumulou. A vida boa que poderia ter ao lado de sua esposa Olga, com um filho casado e com o outro na faculdade. Mas ele quer limpar sua honra. Mostrar que ainda está vivo e merece ser respeitado. Tapar a boca de quem o considera ultrapassado desde a triste passagem pelo Palmeiras. E principalmente pela Copa do Mundo que disputou pelo Brasil. Foi ele quem criou a expectativa do título ao prometer que a Seleção seria campeã. No íntimo, Felipão poderia até saber que estava falando bobagem. Sabia que várias peças eram novas, inexperientes, inseguras. Mas quis agradar Aldo Rebelo, Dilma Rousseff, Globo, patrocinadores, a população. Criou uma armadilha que não só o derrubou, mas o humilhou. De herói passou a vilão após apenas duas partidas. Por isso agora veste as bombachas com todo prazer. A erva vai descer pela garganta ainda mais amarga, mais quente. Está preparado como antigamente, para a guerra. Sem ter de agradar Marin, Marco Polo, Aldo Rebelo. Nem Patricia Poeta, Galvão Bueno. Ninguém, a não ser a nação gremista. Chegou a hora do troco...





Autor: cosmermoli
Publicado em: Tue, 29 Jul 2014 19:14:09 -0300
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