quinta-feira, 25 de setembro de 2014

A CBF não quer revanche com a Alemanha. Deseja é voltar a ganhar muito dinheiro com a Seleção. A humilhação diante dos germânicos fez o preço dos amistosos cair por mais da metade. Isso incomoda...

A CBF não quer revanche com a Alemanha. Deseja é voltar a ganhar muito dinheiro com a Seleção. A humilhação diante dos germânicos fez o preço dos amistosos cair por mais da metade. Isso incomoda...




O motivo para José Maria Marin e Marco Polo Del Nero estarem tentando fazer dois amistosos com a Alemanha é diferente. Não tem nada a ver com o sentimento de revanche, raiva, engasgo na garganta com o 7 a 1 no Mineirão. O motivo é financeinro. Eles querem voltar a viabilizar economicamente a Seleção Brasileira. A Copa foi danosa para a imagem do pentacampeão mundial. Principalmente depois do vexame contra os germânicos. O patamar cobrado pelos jogos do Brasil teve de cair drasticamente. O time agora de Dunga deixou de ser atração como era antes do Mundial. O reflexo foi imediato. E revelado sem o menor constrangimento pelo presidente da Federação Ucraniana, Vladimir Lashkul. Falou com todas as letras. Vale lembrar suas palavras. "As negociações com os brasileiros estão encerradas. O principal motivo foi o desempenho do Brasil na Copa do Mundo. Antes do Mundial, os valores giravam em torno de US$ 3,5 milhões (cerca de R$ 8 milhões), além de uma adicional de U$ 250 mil, caso o Brasil fosse campeão. Gostamos, mas ficamos de retomar a negociações após a Copa, o que não nos interessa mais." Disse ao jornal ucraniano "Sport Express". A conversa começou antes do Mundial. E seria fechada logo após. Foi cancelada. O desgaste atingiu diretamente a empresa árabe ISL e a inglesa Pitch. Seus interesses financeiros foram atingidos. O patamar do cachê da Seleção caiu drasticamente. Não há país que pague nem perto dos US$ 3,5 milhões para o Brasil. Muito menos bônus pelo time ter ficado em quarto lugar. O pedido é o mesmo de antes da Copa das Confederações: entre US$ 1,5 milhão (R$ 3,6 milhões) e US$ 1 milhão (R$ 2,4 milhões). Para a CBF chegam entre R$ 1,5 milhão e R$ 1 milhão, sem impostos. Mais todo o transporte e hospedagem da Seleção. ISL, Pitch, Marin e Marco Polo querem aumentar esse dinheiro.

Depois de pensarem chegaram à conclusão que o melhor caminho é ter pela frente os alemães. Seria uma mostra ao mundo que a derrota por 7 a 1 teria sido um mero apagão. E que o Brasil continua forte como sempre. E porque esses dois amistosos contra o time de Joaquim Low? Porque para os europeus, asiáticos e norte-americanos, a Copa América não tem o menor valor. A equipe de Dunga pode vencer com um futebol deslumbrante as duas edições. A primeira no próximo ano no Chile. E a segunda, em 2016, nos Estados Unidos. Vitórias maravilhosas também nas Eliminatórias teriam ainda menos valor. Para amenizar o vexame da Copa, os alemães se tornaram obrigatórios. Dunga já foi mesmo consultado por Marin. O treinador nunca diria não ou mostraria medo diante de qualquer partida. Ainda mais nessas. Elas seriam as ideais para mostrar à crônica esportiva brasileira que tem muito mais visão do que Felipão. "Não tem problema nenhum (os dois amistosos). Temos que respeitar (a Alemanha), mas não tem que ter medo. Se você pegar jogador por jogador não tem uma diferença tão grande entre Brasil e Alemanha. Dunga comentou que o jeito de a Alemanha jogar não é uma novidade. “Nós (Brasil) já jogamos assim", disse à Fox Sports. O treinador não iria perder uma oportunidade dessas para valorizar seu trabalho. Sua modernidade. Na verdade, até um vendedor de zona azul na Praça da Sé não usaria a tática de Felipão e Parreira contra os campeões mundiais. Nem o cobrador de ônibus, da rota Capão Redondo-Praça da República, enfrentaria a Alemanha com uma equipe que treinou por dez minutos. Foi o que o Brasil fez, entrando no Mineirão, com Bernard. Passou vergonha. Dentro do campo, os alemães continuam muito melhor. A geração é bem mais talentosa que a brasileira. Mas o time de Dunga é muito mais competitivo, marca mais e dá mais pontapés do que o de Felipão. Psicologicamente é mais amadurecida. Menos juvenil do que a de Felipão. Duas derrotas ainda poderiam acontecer. Mas não por 7 a 1. Até para os jogadores seria excelente se acontecer os amistosos. E o Brasil for bem. Depois da vergonha que a Seleção fez a população passar, os atletas foram banidos das propagandas na tevê. Apenas Neymar e David Luiz fazem aparições esporádicas. Os restantes, nem pensar. Assim como Felipão e Murtosa. Essa enorme fonte de renda acabou para a dupla. O meio publicitário ainda não procurou Dunga. Empresa alguma quer, neste momento, relacionar seu nome com a Seleção que fracassou há pouco mais de três meses.

Há algo muito mais importante que vai além do fato comercial. Não há como ter uma revanche contra a Alemanha. Nem se o Brasil vencer os dois jogos por 10 a 0. Ninguém a sério compara meros amistosos com partidas por uma Copa. O que passou, passou. Ficou para a história. Há 64 anos o Brasil tenta se vingar o Uruguai pela derrota em 1950. Cada confronto entre os dois países é apontado como "vingança". Pura bobagem. Ninguém tira o título uruguaio. Nem voltará atrás a incrível vitória da Alemanha na semifinal da Copa em Belo Horizonte por 7 a 1. O que Marin e Marco Polo estão tentando fazer é resgatar a viabilidade comercial do Brasil. Que deixou de ser um produto de luxo para se tornar algo barato, sem impacto ou credibilidade. Basta lembrar o mais recente amistoso, há apenas 16 dias. Contra o Equador nos Estados Unidos, em New Jersey. O Metlife Stadium tem capacidade para 82 mil pessoas. Apenas 35 mil se animaram para ver o jogo. Pouco mais de um terço da capacidade da arena. A arrecadação foi um fracasso. Organizadores de amistosos espalhados pelo mundo todo sabem: a Seleção Brasileira está muito desvalorizada. Por ironia, a saída pode estar no time que a envergonhou, a Alemanha...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 25 Sep 2014 11:11:15
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