segunda-feira, 29 de setembro de 2014

A diretoria do Avaí acredita que todos os brasileiros são idiotas. Antônio Carlos xingou Francis do Boa Esporte de macaco. Fez até um B.O. E o árbitro Ceretta 'não viu e nem ouviu nada'. O STJD precisa agir contra o racismo e a omissão...

A diretoria do Avaí acredita que todos os brasileiros são idiotas. Antônio Carlos xingou Francis do Boa Esporte de macaco. Fez até um B.O. E o árbitro Ceretta 'não viu e nem ouviu nada'. O STJD precisa agir contra o racismo e a omissão...




"Relata o comunicante no decorrer do segundo tempo, entre Avaí e Boa Esporte, válido pelo Campeonato Brasileiro da Série B, 26ª rodada, após uma disputa de bola, em que o atleta Valmir Aparecido Franci de Campos Junior, do Boa Esporte Clube, disputando a bola com o atleta de número 3 do Avaí Futebol Clube, Sr. Antonio Carlos Cunha Capocasali Junior. Após a disputa foi em direção do atleta do Boa Esporte Clube, Sr. Valmir Aparecido Francis de Campos Junior, chamando-o de "macaco do caralho", após esse fato o atleta foi em direção ao árbitro da partida, Sr. Guilherme Ceretta de Lima dizendo para ele você está vendo do que ele está me chamando, neste momento o árbitro da partida falou a seguinte reposta: " vamos joga Francis, vamos jogar", não foi nada". Que ao final do jogo o atleta de número 3 do Avaí procurou o atleta Valmir, para pedir desculpas, mas o atleta Valmir não aceitou. Nada mais." Este foi o Boletim de Ocorrência que o atacante Francis do Boa Esporte fez após a partida entre seu time e o Avaí, no sábado. Ele foi no primeiro Distrito Policial de Florianópolis e registrou o que sofreu no gramado. O atacante negro foi chamado de "macaco do caralho" pelo zagueiro Antônio Carlos.

Outra vez um jogador teve a coragem de enfrentar o sistema. Seria mais fácil se calar. Aceitar as desculpas de Antônio Carlos após o jogo. A omissão de Ceretta. Só que as câmeras do Sportv escancararam a situação. A frase foi captada de maneira clara, indiscutível. A revolta do jogador do Boa Esporte foi instantânea. O STJD já pediu as imagens para analisar. E Antônio Carlos corre o risco de ser suspenso por dez jogos. O Avaí, ao contrário do Grêmio, não pode ser punido. Só se vários atletas do mesmo clube cometessem a "injúria racial". O que não foi o caso. Mas a diretoria do time catarinense está apavorada. Não quer que o clube tenha a imagem arranhada, ligada ao racismo. Sabe o quanto isso afasta patrocinadores. O Avaí faz excelente campanha na Série B. Ocupa a segunda colocação. Briga com todas as chances de classificação à Série A em 2015. Só tem a perder com essa ofensa absurda de seu zagueiro. Só que em vez de lamentar, tenta o caminho mais absurdo. Negar o que aconteceu. Acreditar que os brasileiros são desprovidos de neurônios. Somos todos idiotas. E que Antônio Carlos teria chamado Francis de "malaco" e não "macaco". Uma defesa infantil, que só piora as coisas. As imagens mostram muito bem a articulação da boca do zagueiro na hora da ofensa.

"O carioca utiliza muito uma expressão que segundo Antonio Carlos, zagueiro do Avaí, teria usado contra o atacante Francis do Boa Esporte. Aliás, ambos são da raça negra. Depois de muita catimba durante por parte do atacante do Boa Esporte o zagueiro do Avaí irritado teria dito "Levanta, malaco" expressão usada pela chamada malandragem carioca", foi a versão que o gerente de futebol do Avaí, Chico Lins, teve a coragem de divulgar. Se tivesse ouvido malaco, Francis não teria ido ficado revoltado, ido até a delegacia, mentido para a Polícia Militar. O que a diretoria do Avaí está fazendo é complicar mais as coisas. Chico Lins, tenta desmentir o indesmentível. Para não ver seu jogador acusado, acusa. "Existe uma paranoia. Todos querem levar o Avaí ao STJD. Primeiro que o atleta é negro. A mãe dele é negra. Não acredito que ele tenha xingado outro cara da mesma raça", diz, sem convicção, Lins. Sua declaração às rádios mais revolta do que serve como desculpa. Há muitos negros que ofendem outros de macaco, infelizmente. A frase de Antônio Carlos está tristemente cristalina. Envergonha o futebol brasileiro. O jogador tem de ser punido para que seu exemplo não seja seguido. Gramado também não é lugar para atitudes racistas. Não é porque Francis pertence ao pequeno Boa Esporte que deve ter menos atenção do que mereceu Aranha. O racismo é algo abjeto e que precisa ser banido do futebol brasileiro. E também está na hora do STJD punir de verdade os árbitros omissos. Com medo de se envolver em confusões e não serem mais escalados, deixam de ouvir e enxergar.

Ceretta, conseguiu ser pior do que Wilton Pereira Sampaio. Embora perto da jogada, não ouviu Antônio Carlos chamar Francis de macaco. Assim como Wilton, do quadro da Fifa, não ouviu ou viu os dezenas de torcedores gremistas chamando Aranha de "macaco" e "preto fedido". Depois, relatou na súmula. Disse que "viu na televisão". Sua omissão foi punida com 45 dias, muito pouco para o que aconteceu. Só que o juiz de Avaí e Boa Esporte, nem isso. Não colocou nada na sua súmula. Deveria ter colocado ao menos a reclamação de Francis. Um absurdo! Vai ser duro, o racismo precisa acabar. O futebol tolera o racismo desde que o esporte chegou ao país, há mais de cem ano. Mas finalmente acordou para o absurdo de um jogador negro ser comparado a um macaco. Os poucos torcedores racistas infiltrados na torcida gremista aprenderam a lição. E vão deixar sua intolerância para a sua vida, bem longe dos estádios. Que a diretoria do Avaí eduque seus jogadores. E que também não pense que o país é formado por idiotas. Querer fazer que o mundo acredite que Antônio Carlos disse malaco e não macaco chega a ser agressivo, estúpido. Na ansiedade de tentar proteger o clube, os dirigentes acabam tendo uma postura covarde diante atitude racista de seu zagueiro. Inaceitável...



Imagens do Sportv na Internet

Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 29 Sep 2014 14:32:55
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