sábado, 27 de setembro de 2014

O R7 completa cinco anos. O prazer de ser um dos muitos pais deste projeto. Talvez o mais orgulhoso. A repercussão pelo mundo, da primeira entrevista do blog, já mostrava a credibilidade do portal...

O R7 completa cinco anos. O prazer de ser um dos muitos pais deste projeto. Talvez o mais orgulhoso. A repercussão pelo mundo, da primeira entrevista do blog, já mostrava a credibilidade do portal...




No site oficial da Fifa, http://tinyurl.com/yd9ww54, no da CNN, http://tinyurl.com/yzqdhg9, no Corriere dello Sport (Itália), http://tinyurl.com/yhjgszy, no World News, com 28 idiomas diferentes http://tinyurl.com/ykmdle9. Na Sports Illustrated, http://tinyurl.com/yzqdhg9. Four Four Two australiana,http://tinyurl.com/yza83sx. No Russia Today, http://tinyurl.com/yjz4ky5. Na Sky Sports Football, http://tinyurl.com/ydbrh2p. No Fussballboom da Alemanha, http://tinyurl.com/ygjpbtv. No México, o site da Televisa, http://tinyurl.com/yhp7k5p. No Mundo Deportivo (Espanha), http://tinyurl.com/yj9kpag. Record de Portugal, http://tinyurl.com/yzqdhg9. A Bola (Portugal), http://tinyurl.com/ykbgft8. No Ole da Argentina,http://tinyurl.com/yf6vzn6. Cronica Viva , do Peru httptinyurl.com/yhogtrz. O Yahoo europeu,http://tinyurl.com/ykhqcdb. Esses foram só alguns sites do mundo todo que repercutiram a entrevista com Adriano no R7. Foi a minha primeira matéria na inauguração do portal. Há exatos cinco anos. 4.820 posts e 320 mil e duzentos e dois comentários depois, a constatação do quanto valeu a aposta. Estava empolgado com o blog no UOL. Vendo o blog brigar cada dia pelo privilégio de ser o mais acessado no Esportes. Duelo mais do que estimulante com Juca Kfouri, uma referência do jornalismo esportivo. Tendo o prazer de ver os nossos nomes divulgados pelo portal em propagandas na Folha de São Paulo. Acertava detalhes da viagem, da cobertura pelo UOL da Copa da África. Quando fui convidado para conversar com Antônio Guerreiro. Me deixei contagiar com seu entusiasmo pelo novo portal que a TV Record criaria. Os planos eram ambiciosos, a proposta ousada. Soube da seleção dos jornalistas que trabalhariam ao meu lado como blogueiros. Pessoas importantes, consagradas nas suas diversas áreas. Além disso, Guerreiro me queria comentando futebol no jornal da Record News. Heródoto Barbeiro estava sendo contratado. Uma pessoa que exala credibilidade no jornalismo neste país. O entusiasmo me contagiou. Sabia que o UOL seguiria muito bem sem mim. A sensação de ser um dos muitos pais do novo portal foi irresistível. A vida oferece algumas escolhas que podem mudar ou não sua vida. Trabalhei no Jornal da Tarde por 22 anos. Tive oito propostas de trabalho para ganhar bem mais do que recebia. TV Globo, Bandeirantes, Cultura e Folha de São Paulo. Recebi dois convites, em anos alternados, de cada um desses importantes veículos de comunicação. Resolvi ficar no JT, enebriado pelo ambiente espetacular de trabalho, pela ousadia jornalística. Mas mal administrado, o jornal fechou. Estava feliz no UOL, tendo todo o respaldo do meu chefe Alexandre Gimenez. Por anos foi meu concorrente, trabalhando com competência pela Folha, no dia-a-dia nos clubes, na cobertura da Seleção. Estava até mais entusiasmado do que eu com o sucesso do meu blog. A ideia havia sido dele. Ficou chocado quando o chamei para conversar e avisei que iria para o R7. Me ofereceu aumento, falou da importância do portal. Agradeci muito e expliquei que queria estar neste novo projeto. Gimenez se despediu dizendo que as portas estariam sempre abertas. Sei que ainda estão. Mas sinto que acertei na aposta. Aqui me sinto em casa. Guerreiro não exagerou. Os objetivos ousados do R7 foram alcançados, dia após dia. O respeito, a credibilidade, a audiência do portal são impressionantes. Principalmente levando em conta que tem apenas cinco anos. Pelo R7 cobri as Copas da África do Sul, do Brasil. Olimpíada de Londres. Panamericano do México. Mundial de Clubes do Japão. Etapas do UFC. Libertadores, Brasileiro, Copa do Brasil. Entrevistei Vicente del Bosque, Neymar, Romário, Marta, Muricy, Anderson Silva, Felipão, Carlos Alberto, Ademir da Guia, Marcelo Oliveira, Kaká, Dunga, Paulo André e muitos outros personagens importantes do esporte. Passo horas e horas do meu dia buscando informações para contextualizar, explicar, criticar o jogo muitas vezes sujo dos bastidores do futebol. Não é fácil. Mas a participação incrível dos leitores é revigorante. Sou competitivo por natureza. E saber que o blog é o mais comentado entre os 96 que o R7 oferece me estimula a cada dia. Ainda mais sabendo do alto nível dos meus colegas. Acompanho diariamente a importância do jornalismo digital. Percebo que sua agilidade está ganhando profundidade, respeito. É o caso deste portal. Tenho mesmo orgulho em trabalhar nesta casa. Sou um jornalista de vestir camisa, fincar raízes. Feliz, com uma estranha sensação de paternidade neste aniversário de cinco anos. Reparto com os leitores, meus companheiros de todos os dias, essa alegria. Faço questão de reproduzir como presente para mim e para quem lê o blog a entrevista com o Adriano. Sua primeira confissão para a mídia dos graves problemas que tinha. E os sonhos que não conseguiu alcançar. Hoje é um dia muito importante na vida do R7 e na minha. Há cinco anos se confundem, entrelaçadas. Grande abraço. Muito obrigado a todos pela companhia...

Casa nova. Adriano. A fragilidade por trás dos músculos. A prova do que a tristeza pôde causar na vida de um dos melhores jogadores do mundo. Na entrevista exclusiva ao blog, ele abriu o coração e contou, sem meias palavras, tudo que viveu. Foi um depoimento duro, sincero. No Rio de Janeiro, na Gávea, no clube que tanto ama, Adriano não teve vergonha de ser Adriano. E jura que nunca esteve mais forte na vida. Desceu ao inferno e voltou. Você sabe o que significa ao futebol brasileiro? Não tinha o direito de fazer tudo o que vez com você mesmo... Não concordo. Precisava passar pelo que passei para ser quem sou hoje. Eu tenho plena noção do que represento. Era um ídolo. Eu mostrei o que é superação, de volta por cima. As crianças, as pessoas olham para sim e me vêem como um exemplo. Como assim? Eu fiz muita coisa errada e consegui superar. Se eu pude, as outras pessoas também podem. Vou contar o que eu enfrentei. Eu enfrentei uma depressão que foi de 2005 até 2009. Só eu sei o quanto sofri. A morte do meu pai deixou um buraco enorme na minha vida.

Ele morreu em agosto de 2004.

Foi a pessoa que me fez quem eu sou.

Devo tudo a ele e a minha família.

Eu acabei ficando muito sozinho, me isolando quando ele morreu.

Foi a pior coisa.

Me vi sozinho, triste, deprimido na Itália.



Foi quando surgiu o problema de alcoolismo?

Foi.

E vou ser bem sincero para você entender o que vivi.

Eu passei a beber, só me sentia feliz bebendo.

Eram festas todas as noites.

E bebia o que passava pela frente: vinho, uísque, vodca, cerveja... muita cerveja.

A situação ficou fora de controle.

Eu só conseguia dormir bebendo.

Acordava e não sabia nem onde estava.

Eu era jogador de um dos maiores times do mundo.

Comecei a ter problemas com o treinador, o Mancini, com os companheiros.

Eles perceberam?

Não tinha como não perceber.

Eu chegava bêbado para os treinos da manhã.

Com medo de perder a hora dormindo, eu ia bêbado mesmo.

Isso aconteceu várias vezes.

Eu ia dormir no departamento médico e diziam para a imprensa que eu estava com dores musculares.

A direção da Inter foi sensacional comigo, tentou me ajudar de todos os jeitos.

Eu passei a me dar mal com o Mancini, o técnico.

A situção ficou insuportável.

Eu não parava de beber, tive de sair da Inter.

O São Paulo me ajudou muito a consertar a minha vida.



Como assim?

Olha, a ideia de vir para o São Paulo por empréstimo foi do meu empresário, Gilmar Rinaldi.

Quando eu cheguei havia um esquema preparado para a minha recuperação.

Me deram psicólogo, carinho, acompanhamento 24 horas.

Eles se propuseram a salvar a minha carreira.

Tive várias conversas com os dirigentes, com o Muricy.

Conversas de apoio e até conversas duras.

Eu fui percebendo o mal que estava fazendo para mim.

A carreira estava indo indo embora.

E passei a perceber o quanto estava mal cercado de amigos.

Amigos que só me levavam para as farras, mulheres, bebidas

Não eram meus amigos, eram pessoas que queriam usufrir do que eu poderia proporcionar.

Foi a direção do São Paulo que me abriu os olhos.

Sinto que poderia ter retribuído mais ao São Paulo.

Deveria ter feito mais por tudo que fizeram para mim.

Por que você voltou para a Inter de Milão?

Porque o Mourinho assumiu e o Mancini tinha ido embora.

Só que quando me vi novamente na Itália, me senti sozinho, sem o apoio que precisava.

Voltei a beber.

Lembrando hoje, fico até com pena do Mourinho.

Ele queria demais me ajudar, ficou brigando com a diretoria, que queria me mandar embora.

O fundo do poço foi quando eu tinha voltado para o Brasil, parado de treinar e bebido muito.

A Inter mandou o preparador físico ao Rio para me ver.

Eu estava um boi de tão gordo, de tão inchado.

Quando vi a cara do preparador físico me olhando, eu senti: cheguei no fundo.

Decidi encerrar o meu contrato com a Inter.

Não queria voltar para lá.

Não tinha forças para superar.

Se tivesse voltado seria o fim da minha carreira.

Mas você tinha mais um ano e meio de contrato.

Era um dos jogadores mais bem pagos do mundo.

Muita gente diz que você foi louco e rasgou dinheiro...


Eu vou ser bem sincero com você.

Eu não rasguei dinheiro.

O que eu fiz foi comprar a minha felicidade.

Não tem milhões de euros que compense eu ter voltado para o Brasil.

Foi nessa época que o Gilmar Rinaldi quis te internar?

Sim. Essa história eu agora posso falar que foi verdadeira.

Ele queria de todo o jeito me internar para acabar com meu problema com o alcool.

Ele e o meu assessor, o Flávio Pinto, cuidaram de mim como puderam.

Mas eu me recusei.

Sabia que a cura para o alcoolismo estava em mim, na minha infelicidade.

Voltei ao Brasil, à comunidade, à favela da Vila Cruzeiro, onde cresci.

E me vi forte, confiante, cercado da minha família e dos meus verdadeiros amigos.

Isso me fez voltar a ser eu mesmo e sair da depressão.

O que você fez quando sumiu na favela da Vila Cruzeiro?

Até hoje é um mistério...

Eu fui ser o Adriano de verdade.

O que gosta de andar só de bermuda, com os pés no chão.

Fiquei conversando, brincando com meus amigos, convivendo com a minha família.

Falaram até que eu estava morto.

Eu tenho raiva dessa parte irresponsável da imprensa que fica espalhando mentiras por aí.

Essa gente irresponsável que se esquece que o jogador tem família, mãe, avó.

Minha mãe, minha vó ficaram apavoradas quando ouviram isso.

Mas você ficou convivendo com traficantes?

Olha, eu vou ser direto com você.

Eu tenho amigos na comunidade que são traficantes, trabalhadores, policiais.

Para mim, dá no mesmo.

Se são meus amigos, eu vou dar a mão, conversar, brincar.

Não vou virar as costas porque seguiram pelo lado que acho errado na vida.

Mas não é por isso que vou ficar cheirando cocaína, como muita gente acha.

Sou um jogador profissional e não uso e quero saber de drogas.

Você não usou cocaína nesta crise que teve?

Não. E não tenho porque mentir.

Hoje estou bem.

Poderia falar que usei e hoje me recuperei.

Mas não usei.

O meu problema era com o álcool.

Eu não me controlava.

Fui forte e superei.

Não sou hipócrita, na minha folga bebo uma cerveja, um vinho, como todo jogador faz.

Bebo uma cerveja e acabou.

No dia seguinte estou treinando, correndo até mais forte.

Sei o que é a minha carreira e dei valor para ela como nunca.

A religião o ajudou, te fortaleceu?

Sim. Minha avó é evangélica.

Ela me levou para várias missas.

Ouvi, prestei atenção no que ouvi nas missas.

Me senti mais em paz, fortalecido.

Não me converti, mas gosto da paz que a religão me traz.

Qual conselho você daria a um jogador que fica deprimido e mergulha no alcoolismo?

Primeiro que confesse a ele mesmo que tem um problema.

Você só sara quando assume para você o problema.

Não para os outros, para você, que é muito mais duro.

E depois peça ajuda.

Até médica se for preciso.

Não tenha vergonha.

Eu não me internei, mas tive ajuda para superar a minha depressão e o alcoolismo.

Como é ser Adriano?

Não é fácil. Ser observado, ser cobrado todos os dias.

São vários convites, várias armadilhas.

Você precisa ter uma estrutura psicológica muito forte.

E graças a Deus, agora eu estou forte o suficiente para ser Adriano...



Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 27 Sep 2014 02:25:27
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