terça-feira, 23 de setembro de 2014

Lulinha inspira o Corinthians sobre o que não fazer com Malcom. Nada de gastar R$ 6 milhões só de salários. Assim como não garantir que nasce um artilheiro da Seleção, do Real Madrid, do Barcelona...

Lulinha inspira o Corinthians sobre o que não fazer com Malcom. Nada de gastar R$ 6 milhões só de salários. Assim como não garantir que nasce um artilheiro da Seleção, do Real Madrid, do Barcelona...




Mano Menezes queria de qualquer maneira Nilmar. Insistiu com Mario Gobbi que, com ele, o rendimento do time seria outro. O presidente respondeu que não havia dinheiro. E que só se o atacante pedisse muito baixo seria contratado. A pedida do seu procurador Orlando da Hora foi de R$ 800 mil e mais luvas de R$ 2 milhões por um contrato de três. Gobbi nem fez contraproposta. Mano se lembrou de Jones. Gobbi resolveu abrir o jogo. Se o treinador quisesse, que buscasse novo atacante na base. O clube precisa pagar pelo Itaquerão. Foi quando a sorte se abriu para Malcom. Carrega o nome inspirado no revolucionário norte-americano radical. Ele era famoso pela luta pelos direitos dos negros. Morreu assassinado. Garoto pobre, mas de muita personalidade. Sua aptidão para jogar surgiu na favela da zona Leste, Buraco Quente. Sua mãe e avô o levavam para fazer testes nos clubes. Seu pai abandonou a família quando ele ainda era criança. Estava jogando no Espéria quando se destacou contra o Corinthians. Logo passo a atuar pela base corintiana. Impressionava a sua velocidade, habilidade e personalidade. Artilheiro nato, sua média de gols passava de três quando chegou a Copa São Paulo. Outra vez foi muito bem, apesar da derrota na final para o Santos. Mano quis que, mesmo com 17 anos, passasse a treinar com os profissionais. Ele ganhava R$ 2 mil. Depois de alguns treinos, recebeu um aumento para R$ 5 mil. Assinou novo contrato de dois anos e passou a receber R$ 10 mil. A grande chance veio contra a Chapecoense. Atuou ao lado de Guerrero e Luciano. Foi melhor do que os dois. Marcou até gol. O grande teste veio no domingo diante do São Paulo. Teve participação decisiva em dois gols na vitória por 3 a 2. Mas o que impressionou Mano foi a forma com que encarou o clássico. Nem parecia um menino de 17 anos, mas um veterano acostumado a atuar sob pressão. O efeito veio à tona. O Corinthians o convocou para a extensão do seu contrato. O vínculo atual vai até 2016. A proposta é que vá até 2019. E quer sua multa rescisória fique em 20 milhões de euros, cerca R$ 62 milhões. O jogador deverá ter novo aumento. Mas o clube quer mais do que os 70% dos seus direitos atuais. A ideia é ter 90%, no mínimo.

Mario Gobbi proibiu a assessoria corintiana de agendar entrevistas exclusivas com o menino. A ordem do presidente é blindar o garoto. A inspiração para que o presidente delegado tome esse atitude vem do próprio Corinthians. De toda badalação que o clube fez com Lulinha. Surgido na base, ele era apontado pela diretoria como um dos titulares da Seleção na Copa de 2014. Atuando por uma grande equipe europeia, lógico. Mas não foi nada disso que aconteceu com Luiz Marcelo Marcelo dos Reis. Ele não conseguiu fazer a transição da categoria de base para o profissional. De nada adiantou ter a assessoria de Wagner Ribeiro. Ou melhor, adiantou para ter uma rescisão de contrato altíssima. O empresário alegou que equipes como o Chelsea, Real Madrid se mostravam interessados em Lulinha. O Corinthians, para segurá-lo, deu um imenso aumento e fixou a multa de US$ 50 milhões. Em 2007 era o equivalente a R$ 105 milhões. Salários de R$ 100 mil. Cinco anos de contrato. Até 2012. Andrés Sanchez, responsável pelo contrato, dizia quando o atacante começava a decepcionar. "Vamos ter paciência. O Lulinha fez 297 gols na base. Ninguém se esquece de jogar. Logo ele estará fazendo gol atrás de gol." Não fez. Se tornou uma profunda desilusão. Fracassou com a camisa 10 da Seleção no Panamericano no Rio. Passou a ter a concorrência interna e menos badalada de Dentinho. Foi se acumulando cada vez mais fraco futebol e timidez. Mano Menezes logo o deixou de lado. A direção teve de emprestá-lo. E ele foi para o Exterior. Não para o Barcelona, Real Madrid, Chelsea ou Bayern. Foi jogar no fraquíssimo Olhense de Portugal. Os R$ 100 mil que o Corinthians pagava a ele eram visto como enorme desperdício. A diretoria o passou a emprestar de graça, pagando metade dos seus salários. Foi assim que foi atuar no Bahia, no seu último ano como jogador corintiano.

Depois de receber seus últimos R$ 100 mil do Parque São Jorge, em dezembro de 2012, era dono do seu destino. Nenhum clube grande brasileiro o aceitou. Foi para o emergente Ceará. De graça. Fez 47 jogos e 19 gols. O Criciúma resolve investir no ex-corintiano. Ele se contundiu. Quando jogou foi muito mal. Atuou por 15 partidas e fez dois gols. Acabou dispensado. Voltou esse ano para o Ceará. Onde é reserva. Analisando toda a frustração que o time passou com Lulinha, Gobbi blinda Malcom. Nada de empresário propagar os gols da base, alardear interesses de grandes clubes europeus que nunca se efetivam. Todo o desperdício com o protegido de Andrés Sanchez serviu como referência. De como não se deve agir com um atacante talentoso da base corintiana. Por isso, Malcom até terá um bom contrato. Mas não comprometerá R$ 6 milhões em salários como foi o caso de Lulinha. De jeito algum. Lulinha mostrou o caminho a não ser seguido. Não há garantia do que acontece na base se repete entre os profissionais...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 23 Sep 2014 16:50:51
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