sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

A Polícia do Rio solta os 97 cavalheiros envolvidos na briga entre organizadas do Fluminense e Vasco. A legislação brasileira trata com todo o carinho os gentlemen infiltrados nas torcidas organizadas...

A Polícia do Rio solta os 97 cavalheiros envolvidos na briga entre organizadas do Fluminense e Vasco. A legislação brasileira trata com todo o carinho os gentlemen infiltrados nas torcidas organizadas...




A Justiça do Rio de Janeiro acaba de libertar 97 presos. Eles têm algo de especial. Fazem parte das torcidas organizadas do Fluminense e do Vasco da Gama. Eles haviam combinado brigar pela Internet no domingo passado. De acordo com a polícia carioca, membros da Força Jovem do Vasco desobedeceu o trajeto combinado para ir ao Engenhão. Foi pela estação de trem do Meier e se encontrou, de propósito, com dignos representantes da Young Flu. Cerca de 300 cavalheiros bem apessoados, trajando bermudas e camisetas, ou de peito nu, trataram de mostrar toda a afeição à raça humana. Elegantes, com paus, rojões, socos ingleses, pedras e protetores bucais, partiram para uma selvagem briga. A Polícia Militar do Rio, avisada, fez ótimo trabalho. E conseguiu proteger a população dos vândalos. 119 gentlemen foram presos. Entre eles havia menores, que foram encaminhados ao juizado. Os adolescentes foram liberados em seguida. Os pais com certeza deverão cortar mesada e cobrar, com mais afinco, a lição de casa. Restaram encarcerados 97 cidadãos de bem. Ele acabam deslocados para o presídio Bangu 10. Onde a etiqueta, a arte do chá das cinco e a tabuada seriam cobradas pelos guardas. Aliás, representantes da Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro avisava. Desta vez, os vândalos teriam o "tratamento que mereciam". E que sentiriam na pele a força da legislação brasileira. Não se sabe se eles estavam se referindo ao fim das gemadas no café da manhã ou à restrição da carne argentina no almoço ou talvez ao fim do direito de dormirem ouvindo Benito de Paula. Presos, para passar o tempo e mostrar às autoridades quem é que manda, os torcedores se distraiam cantando hinos de suas facções. Um verdadeiro deleito aos ouvidos dos presos. E também prova de bom gosto, com os refrões recheados de palavras de incentivo à vida. Afinal, o que são ameaças de morte e palavrões se não uma homenagem ao homem moderno?

Na quinta-feira, o juiz Marcelo de Oliveira Silva transformou a prisão preventiva dos cavalheiros. Ela passou para flagrante. Teriam de responder, imaginem, pela terrível acusação de formação de quadrilha e violência no esporte. Um ultraje. Ninguém mais respeita uma boa e sincera troca de carinho. Mas os dignos advogados representados do torcedor Lusenrik Sarandi Pinto, conseguiu um habeas corpus para o seu cliente. Ou seja, ele poderia deixar a cadeia. A medida acabou beneficiando todos os demais 96 cavalheiros que o acompanham no caloroso encontro de domingo passado. Impressionados com a personalidade forte e fraternal dos torcedores, o Tribunal de Justiça do Rio decidiu. Eles não poderão frequentar estádios de futebol durante os jogos. Terão de comparecer a delegacias do perigoso centro carioca duas horas antes das partidas. E só poderão sair de lá duas horas após o confronto esportivo acabar. A decisão é do desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto, da Sétima Câmara Criminal. Os representantes da justiça no Rio comemoraram a decisão. Lógico que advogados dos presos, alguns pagos pelas torcidas organizadas, tentarão livrá-los da pesadíssima pena. Com certeza, conseguirão.
Infelizmente é sempre a mesma história. A legislação brasileira é arcaica, ultrapassada. Impede que os vândalos, criminosos infiltrados nas torcidas organizadas sejam realmente punidos. Enquanto isso acontecer, cada vez mais brigas e mortes acontecerão pelo país. A prisão dos 119 membros de organizadas do Fluminense e do Vasco havia sido histórica. Impressionante a firmeza das autoridades, que enviaram 97 brigões para a penitenciária de Bangu. A polícia carioca trabalhou de forma brilhante. Evitou o que poderia ser uma calamidade na estação de trem do Meier. Mas a Justiça brasileira conseguiu encarcerar essas pessoas por apenas cinco dias. Todos já deverão voltar às ruas ainda hoje. Comemorar as visitas às penitenciárias é algo tímido demais. Essas pessoas deveriam ao menos utilizar tornozeleiras eletrônicas. Serem vigiadas de verdade. O serviço de inteligência da Polícia Civil entrar em ação. E separar o joio do trigo. Prender os traficantes e criminosos que partem para o confronto querendo matar o torcedor rival. E a legislação ser modificada, para que que essas estúpidas e selvagens brigas fossem qualificadas como realmente são: tentativas de homicídio. Se esses vândalos soubesse que correriam o risco de ficar anos atrás da grade, não se agiriam com tanta naturalidade. Sabem que nada de mais acontecerá se resolver se juntar em bandos e combinar brigas pela Internet. Como se as cidades não passarem de cenário e as pessoas comuns testemunhas de sua ignorância, da sua vontade de sangrar o oponente. A polícia brasileira está mais atuante. Os juízes, desembargadores também estão muito mais envolvidos. Os promotores do Ministério Público também. Mas infelizmente todos se defrontam com um inimigo insuperável. A velha legislação brasileira. Feita décadas atrás quando os torcedores eram pessoas comuns. Não foi adequada para os criminosos vândalos infiltrados. Aqueles que têm sede de sangue. Por isso, a alegria com a prisão de membros das violentas organizadas termina em pouco tempo. Qualquer advogado minimamente instruído tira da cadeia gente perigosa. Com a maior facilidade. E logo recoloca essas pessoas nas ruas. As devolve para a sociedade. Onde logo elas estarão planejando novas brigas, novos confrontos, novas mortes. E assim segue a vida neste país. Com cada vez mais motivos para simpáticos membros das torcidas organizadas sorrirem. Mesmo algemados. Porque sabem que as algemas durarão poucos dias, poucas horas...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 27 Feb 2015 18:03:57

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