sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Com o aval de Felipão, Arnaldo Tirone fez o Palmeiras desperdiçar R$ 36 milhões com Wesley. O volante foi a pior contratação da história do Palmeiras. Agora está livre para o São Paulo...

Com o aval de Felipão, Arnaldo Tirone fez o Palmeiras desperdiçar R$ 36 milhões com Wesley. O volante foi a pior contratação da história do Palmeiras. Agora está livre para o São Paulo...




Se os dirigentes do futebol brasileiro fossem responsabilizados por seus erros, hoje seria um dia terrível para a família Tirone. Termina hoje o contrato de Wesley com o Palmeiras. O clube desperdiçou com o volante R$ 21 milhões pelos seus direitos e mais R$ 12 milhões em salários e luvas. Arnaldo Tirone deveria ter de arcar com R$ 36 milhões jogados pelo ralo. O jogador está livre para assinar com o São Paulo, com quem negocia há mais de seis meses. Com o clube de Carlos Miguel Aidar sem precisar mandar um centavo ao Palestra Itália. No Palmeiras, Arnaldo Tirone se defende. Disse que a contratação foi um pedido expresso de Luiz Felipe Scolari. Se desculpa dizendo que foi um presidente obedecendo pedido do seu treinador. E mais. Avisa que foi convencido pelo departamento de marketing que o clube teria o jogador de graça. Acreditou no sistema crownfunding, ou seja, tinha a certeza que os torcedores iriam pagar cotas de R$ 100,00 para ter o meia. Tirone acabou expondo o clube à uma situação ridícula. Tentou esconder a incompetência administrativa que afundava o Palmeiras em dívidas. Buscava explorar o amor do torcedor. Pior, a empresa responsável pelo esdrúxula campanha anunciou a meta: R$ 21.377.300,00. Aí incluídos o dinheiro do Werder Bremen, R$ 13 milhões e mais R$ 8 milhões de "custos". Ou seja, dinheiro que o Santos teria direito, taxas bancárias e, lógico, comissão à empresa autora da ideia. O pedido de esmola foi rejeitado pelos torcedores. Não se deixaram enganar pela chantagem emocional. Dos R$ 21,7 milhões, apenas R$ 600 mil foi coletado. Com o detalhe. Nos últimos dias, certos de que a campanha não daria certo, pessoas ligadas à diretoria de Tirone "compraram" cotas altas. Sabiam que não teriam de pagar efetivamente. Buscavam ao menos diminuir a vergonha. O Palmeiras pensou até em desistir da transação. Mas como Wesley já havia até treinado no clube, o Werder Bremen ameaçou ir à Fifa querendo o dinheiro. Os alemães alegavam que o acordo estava feito e não seria desfeito. Não aceitavam o brasileiro de volta de jeito algum.

O empresário e presidente do Criciúma, Antenor Angeloni, foi procurado. Tirone pediu que ele desse as garantias bancárias pela transação. O Palmeiras não só o pagaria, mas ainda faria um acordo de intercâmbio com o clube catarinense. "Fui enganado. Dei o dinheiro na maior boa fé. Não houve intercâmbio nenhum. E os dirigentes passaram a não atender minhas ligações quando eu cobrava. Entrei na justiça para reaver o meu dinheiro. Essa gente não tem palavra", desabafou Angeloni. O Palmeiras terá de ressarcir o empresário. Felipão ficou muito feliz com a chegada de Wesley. Tinha certeza que revolucionaria o então time limitado palmeirense. E Seleção Brasileira seria uma garantia ao jogador. Perguntado sobre o porque do fracasso no Werder, Wesley foi vago. Alegou que foi escalado errado. Tinha de de atuar como ponta direita, como atacante. Algo muito estranho, porque os alemães sabiam estar levando um volante. Wesley já não estava treinando bem. Suas primeiras participações no time, decepcionantes. Até que veio uma lesão no joelho, logo na sua quarta partida, contra o Guarani. Levou sete meses para se recuperar. Ao voltar, não conseguia render o que se esperava. Se mostrava lento, indeciso, desinteressado em campo. Logo torcedores, dirigentes e jornalistas passaram a questioná-lo. Sua desvalorização foi fulminante. A diretoria palmeirense incumbiu empresários de tentar vender o jogador. Mas não havia interessados em comprá-lo. Apenas em pegá-lo por empréstimo. Com o Palmeiras arcando com 50% dos salários. Atlético Mineiro, Grêmio e Fluminense iniciaram negociações. Mas desistiram.

Wesley continuava sua decadência em campo. Irreconhecível. Parecia que o Palmeiras havia contratado um sósia e não aquele jogador versátil, inteligente, veloz do Santos. A inflamável torcida organizada do clube via "má vontade" do meio campista. Repetia que estava "encostado" porque tinha contrato de três anos, garantindo R$ 350 mil a cada 30 dias. Ele acabou sendo ameaçado de agressão na rua. O assunto logo foi abafado no Palestra Itália. Paulo Nobre cobrou Gilson Kleina e Gareca sobre o comportamento displicente do volante. Em campo, se acostumou com as vaias da própria torcida. Jogava cada vez pior. Os ex-treinadores tiveram inúmeras conversas com o volante. Mas não houve jeito. Já diagnosticando pura má vontade e desconfiado que negociava com o São Paulo, Nobre deu uma ordem expressa a Dorival Júnior. Não escalar Wesley de jeito algum nas últimas partidas do Brasileiro. O clube precisava desesperadamente de pontos para não ser pela terceira vez rebaixado.

Dorival Júnior desobedeceu Nobre. Apostou em Wesley. Foi um dos motivos de sua demissão, apesar de ter salvo o Palmeiras de novo vexame. Desde então, o volante passou a ser tratado com total desprezo no clube. Seus agentes tentaram a antecipação da rescisão de contrato. Acabar o vínculo em dezembro do ano passado. Nobre acreditou que, na verdade, seria Carlos Miguel Aidar quem estaria por trás da conversa. E, depois de liberado em dezembro, Wesley chegaria ao São Paulo. E seria inscrito para a Libertadores. O bilionário presidente palmeirense foi vingativo. Preferiu gastar mais três salários, mesmo sabendo que Wesley não entraria em campo, do que cedê-lo antes do final de seu contrato, hoje. Assim, o São Paulo perderia o prazo para inscrever o atleta na primeira fase da Libertadores. A situação deixou ainda mais desgastado Wesley. Nos últimos dias, ele treinava separado. Com o goleiro Raphael Alemão, o lateral-direito Weldinho, o zagueiro Gabriel Dias e o meia Lucas Morelato, atletas que Oswaldo de Oliveira não utilizará. Wesley estará livre hoje do seu inferno particular. Aos 27 anos está livre para assinar contrato com quem quiser. Tudo indica que será mesmo o São Paulo. Muricy Ramalho já várias conversas com Aidar. E assegurou que, com ele, o volante joga. A dupla teve ótima convivência no Santos. Enquanto o atleta acerta seu futuro, o Palmeiras faz sua contabilidade. R$ 36 milhões de prejuízo. Uma dos maiores desperdícios financeiros do futebol brasileiro nos últimos anos. Com direito a processo do empresário que emprestou dinheiro para a contratação. E mais a vergonha da campanha da esmola. Como Arnaldo Tirone e Felipão não arcarão com um real, a conta e o vexame ficam para o clube. Assim trabalham os administradores no futebol brasileiro. Gastando milhões, sem a menor responsabilidade. Sem precisar arcar com a própria incompetência...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 27 Feb 2015 09:25:31

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