sábado, 28 de fevereiro de 2015

Muricy paz e amor? "Tem a hora da porrada e a do beijo", diz

Muricy paz e amor? "Tem a hora da porrada e a do beijo", diz

Quem via Muricy Ramalho distribuir respostas atravessadas e exalar mau humor em entrevistas coletivas durante anos pode estar estranhando o recente comportamento do treinador do São Paulo. Desde que foi internado com diverticulite na pré-temporada, o comandante tem exibido o seu lado mais calmo no contato com a imprensa. Isto ficou mais claro durante a última semana. Por qual motivo? Simplesmente porque ela teve extrema tensão e, em outros tempos, seria mais do que suficiente para tirar o técnico dos eixos. Para começar, Muricy escalou time questionável para o duelo de Libertadores diante do Corinthians, em Itaquera, foi derrotado por 2 a 0 e viu sua cabeça ser pedida por membros de uma torcida organizada do clube. Três dias depois, não poupou titulares (com exceção para Paulo Henrique Ganso) para o confronto com o Grêmio Osasco Audax, pelo Campeonato Paulista, viu o São Paulo golear por 4 a 0 e ainda teve o nome gritado pelas arquibancadas do Morumbi. Momento certo para usar a entrevista coletiva pós-partida para desabafar e protagonizar discussões com jornalistas, certo? Errado. Muricy voltou a apelar ao tom de voz baixo e semblante tranquilo ao falar com a imprensa. Isto causou estranhamento em repórteres, que perguntaram se havia algo de errado. Mas é engraçado: quando eu dava porrada, vocês reclamavam, e agora que eu não dou vocês dizem que estou educado demais? Não dá para entender, disse o técnico, provocando risos na sala de imprensa do Cícero Pompeu de Toledo. Naquele jogo (contra o Corinthians), que o time não jogou nada, eu tinha que estar tranquilo, passar calma aos jogadores. Eu poderia ir lá, falar que a culpa era do árbitro e tudo mais... Mas não era o momento de procurar desculpas. Naquela hora você tem que ter equilíbrio. Vocês queriam que eu fizesse o que? Que desse um tiro na minha cabeça?, acrescentou. E dentro do vestiário? Qual foi o teor do papo com os jogadores após a má atuação em Itaquera? Muricy garante que a tranquilidade também prevaleceu. Só dar porrada não adianta. Tem que botar o cara para jogar, dar carinho. É igual filho: tem hora que tem que dar porrada e tem hora que tem que dar beijo. Desta vez foi a hora do beijo, disse, bem-humorado. Menos para vocês (jornalistas), claro, acrescentou, novamente provocando gargalhadas. Muito disto tem a ver com os constantes problemas de saúde vividos por Muricy Ramalho nos últimos anos. Em 2009, o treinador foi constatado com pedras no rim e acabou hospitalizado logo após um jogo do São Paulo diante do Corinthians. Em 2011, já no Santos, o comandante teve hérnia de disco, e, em abril de 2013, ficou dez dias afastado do clube alvinegro por diverticulite. O técnico ainda deu um susto nos torcedores no ano passado, após ter arritma cardíaca, e há um mês, quando novamente protagonizou crise de diverticulite. Houve recomendações médicas para ficar mais calmo, Muricy? Eles falaram para eu morar em Ibiuna, mas não dá, né?, brincou, citando a cidade no interior paulista em que tem um sítio, antes de admitir. Eu estou mais calmo, mesmo, me controlando, porque o que eu tive foi muito sério. Cheguei a perguntar aos médicos se poderia continuar trabalhando. Estou fazendo muito exercício de manhã, me alimentando melhor, então isso ajuda. Você vai mudando, também. Vai ficando mais velho, decretou, já no alto de seus 59 anos. O ranzinza Muricy parece, cada vez mais, coisa do passado. Quem viu, viu.


Quem via Muricy Ramalho distribuir respostas atravessadas e exalar mau humor em entrevistas coletivas durante anos pode estar estranhando o recente comportamento do treinador do São Paulo. Desde que foi internado com diverticulite na pré-temporada, o comandante tem exibido o seu lado mais calmo no contato com a imprensa....

Fonte: Futebol Terra
Categoria: São Paulo
Publicado em: 22 Feb 2015 11:59:14

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