segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Tite recebe a notícia que sonhava em Itu. Jadson e Gil ficarão até o final da Libertadores. Apesar da dívida bilionária com o Itaquerão e a 'herança maldita' financeira de Mario Gobbi...

Tite recebe a notícia que sonhava em Itu. Jadson e Gil ficarão até o final da Libertadores. Apesar da dívida bilionária com o Itaquerão e a 'herança maldita' financeira de Mario Gobbi...




Tite foi o único corintiano realmente feliz na volta de Itu. Não pelo medíocre futebol que o time misto mostrou no empate com o Ituano, pelo obrigatório e péssimo Campeonato Paulista. O treinador estava exultante porque teve uma conversa séria com os dirigentes. E teve a garantia, apesar de o clube estar vivendo uma profunda crise financeira, Jadson e Gil não serão vendidos até o final da Libertadores. A situação econômica corintiana é complicadíssima. Os R$ 420 milhões na forma de CIDs (Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento) para o Itaquerão ainda estão travados. A Prefeitura de São Paulo os liberou, mas o Ministério Público questiona o privilégio dado ao clube. Há uma ação na justiça. As empresas, com dívidas municipais, poderiam comprar esses títulos. Para se livrar de débitos de INSS e IPTU. Mas com a ação na Justiça, Corinthians e a construtora Odebrecht não conseguem vender os CIDs. A situação se arrasta desde antes da Copa do Mundo. O Itaquerão custou oficialmente R$ 1,05 bilhão. O clube busca formas de pagar a enorme dívida em que se meteu por causa do estádio. O prefeito Fernando Haddad ouviu um pedido formal. O Corinthians quer que a Prefeitura garanta que os títulos têm validade. Ou então que ela mesma compre esses títulos e dê o dinheiro ao clube. Haddad ironizou o pedido. Mandou avisar que não fará nem uma coisa nem outra. O Ministério Público paulista continua firme, garantindo que a doação do antigo alcaide Gilberto Kassab foi ilegal. O entrave pode levar anos. Para piorar a situação, o ex-presidente Andrés Sanchez está há três anos prometendo vender o naming rights do Itaquerão. Não consegue. Já fez inúmeras viagens para o Oriente Médio, China. Antes de cada viagem, seus assessores trataram de "vazar" para jornais e tevês que o negócio estava fechado. Foram mais de dez vezes que manchetes estamparam que o nome do Itaquerão havia sido vendido. E mais de dez vezes foram desmentidas. O pior que poderia acontecer, aconteceu. O estádio já é conhecido por Itaquerão. Publicitários garantem que, como o Morumbi, o Maracanã, a Fonte Nova, o Mineirão, não há mais volta. Seria desperdício uma empresa gastar os alegados R$ 400 milhões que Andrés havia se comprometido a levantar pelo batismo. No novo estádio do Palmeiras, a ação deu certo porque antes mesmo dele estar construído, já havia sido rebatizado. O Corinthians perdeu longo três anos. E parece que irá desperdiçar mais tempo. A recessão ainda está espalhada pelo planeta. O balanço de 2014 mostrava uma dívida preocupante, nada menos do que R$ 350 milhões. Neste ano, a Odebrecht precisa começar a ser realmente paga. Daí a pressão do clube em relação à Prefeitura de São Paulo. Inclusive com direito à nota pública. Haddad não mostra a menor preocupação. O problema é inteiro dos corintianos. Não dele.

Sem saída, o clube tem de se voltar ao seu patrimônio: os jogadores. Aí é que entra a felicidade de Tite. O assédio do Wolfsburg em relação ao zagueiro Gil é para valer. O clube alemão aceita pagar sete milhões de euros, cerca de R$ 22 milhões. O Corinthians tem direito a 90% do atleta, R$ 19,8 milhões. O empresário do jogador é Carlos Leite. O agente emprestou, do próprio bolso, R$ 2 milhões ao clube. Para o ex-presidente Mario Gobbi pagar o 13º de funcionários e atletas. A negociação deve ser fechada ainda nesta semana. Mas Tite ouviu dos dirigentes corintianos que o zagueiro só será entregue aos alemães após a Libertadores. Até porque a janela de transferências para a Europa está fechada. O que não acontece com a China. E enviados do Jiangsu Sainty assumiram. Querem Jadson. E para já. Tite estava sem dormir desde a semana passada com o assédio. Cansou de falar com o novo presidente, Roberto de Andrade. O clube não poderia, "de jeito algum", liberar o meia. O treinador garantiu que ele é fundamental na Libertadores. Roberto de Andrade não poderia prometer nada. Em mais uma péssima negociação feita pelo ex-presidente Mario Gobbi, o Corinthians combinou com Jadson. O clube dividiria os direitos do meia em 2014. Em 2015, o meia passaria a ter 70%. Inacreditável. Ou seja, dependeria mais do atleta ir para o Jiangsu Sainty ou não. A sua multa rescisória é baixíssima, outra obra de arte de Mario Gobbi, 5 milhões de euros, cerca de R$ 16,2 milhões. Se ele fosse para a China, o Corinthians não ficaria nem com R$ 5 milhões. Essa quantia é irrisória. Roberto de Andrade conversou com os agentes de Jadson. Tite passou aflito os últimos dias. Tinha medo que o presidente não convencesse os empresários a deixar o atleta disputar a Libertadores até o final. Só que o meia interveio. Garantiu que só sai depois da competição sul-americana.

O presidente teve essa confirmação com os agentes. A negociação, como a de Gil, pode até ser fechada. Mas a "mercadoria" só será entregue após a Libertadores. Tite saiu de Itu mais do que empolgado. Vale a pena repetir. Não com o medíocre futebol do time misto, no empate com o Ituano, pelo fraquíssimo e desinteressante Campeonato Paulista. Mas com a certeza de que terá dois titulares fundamentais ao seu time até o final da Libertadores. O que, com a atual situação financeira corintiana, é um verdadeiro milagre. Tanto pela dívida bilionária com o Itaquerão quanto a sequência de péssimos negócios feitos pelo ex-presidente Mario Gobbi. E que receberam o sutil apelido da diretoria de Roberto de Andrade: "herança maldita"...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 22 Feb 2015 23:14:07

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