quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

O Corinthians deu uma aula de futebol e de personalidade no Itaquerão. 2 a 0 foi até pouco. O apático São Paulo de Muricy poderia ter sido goleado. Nem parecia clássico pela Libertadores...

O Corinthians deu uma aula de futebol e de personalidade no Itaquerão. 2 a 0 foi até pouco. O apático São Paulo de Muricy poderia ter sido goleado. Nem parecia clássico pela Libertadores...




O Corinthians foi mais competitivo e se impôs diante do São Paulo, com excelente atuação de Elias, Danilo Sheik e Jadson, que se vingou por tudo que sofreu no Morumbi. Deu passe para o primeiro gol e ainda marcou o segundo. Conseguiu excelente arrancada no Grupo da Morte vencendo no Itaquerão por 2 a 0. Jogou com personalidade, dedicação, entrega física e muita estratégia. Poderia até golear. Muricy Ramalho tentou surpreender, imitar o adversário, espalhando suas peças espelhadas no rival. O que se mostrou um grande erro. Não bastasse isso, foi assustadora a apatia de seus jogadores. Daí a perigosa derrota no disputadíssimo grupo. "Eu estava muito motivado. Era o meu primeiro clássico contra o São Paulo. Conseguimos impor o nosso futebol. Ganhamos bem, mas vamos manter os pés no chão. É só o começo", dizia Jadson, sem querer humilhar o rival. "Não demos chance para o São Paulo. O time deles tem ótimos jogadores. Mas conseguimos neutralizá-los. Não criaram chance, não nos incomodaram", resumia, Fábio Santos. Péssima foi a arbitragem do mineiro Ricardo Marques Ribeiro. Inseguro, poupou cartões durante toda a partida. E ainda não marcou falta clara de Sheik em Bruno no início do segundo gol corintiano. Inaceitável um árbitro tão sem pulso para trabalhar em um jogo tão importante. A favor dele estava a escolha de ter sido o melhor juiz do Brasileiro de 2014. Mas hoje, em Itaquera, ele tremeu diante de tanta responsabilidade. "Não foi erro. Foi roubo. Se o Serginho Chulapa ainda jogasse, entraria no vestiário dele para bater nesse juiz. O que fez foi palhaçada. Ele deveria sair daqui de camburão", desabafava Ganso. "O juiz não aguentou a pressão de apitar um jogo tão importante. Foi um absurdo o início do segundo gol do Corinthians", desabafava Luís Fabiano. Tite aproveitou muito bem o ano que ficou estudando o futebol europeu. Percebeu que o fundamental atualmente é a intensidade, preenchimento de espaços. Por isso, chegou à conclusão que o melhor sistema de jogo é o 4-1-4-1. Principalmente por não ter Guerrero, suspenso. O treinador não pensou dois minutos em confirmar a escalação do meia Danilo e não do atacante Vagner Love. O plano tático corintiano tem muita semelhança com o que equipes grandes, como o Real Madrid e Bayern costumam fazer quando disputam clássicos, em casa. Muita pressão na saída de bola, jogadores do meio para a frente sem posição fixa. Com exceção de Ralf, fixo na frente de Gil e de Felipe, uma movimentação frenética. Confundindo o sistema de marcação são paulino.

Danilo e Renato Augusto se revezavam mais à frente. Jadson e Sheik abertos pelas pontas. Ligados, habilidosos, inteligentes. E surgindo de surpresa, como Paulinho fez bem demais em 2012, Elias. Danilo e Renato Augusto várias vezes saíam da área. E o volante surgia sozinho. Tudo muito treinado, combinado. Fagner guardava mais posição enquanto Fábio Santos surgia como ponta esquerda, várias vezes. Muricy tentou repetir o mesmo esquema corintiano. Também colocou seu time no 4-1-4-1. Só que fez péssimas escolhas. Houve três grandes erros. Com Denílson fixo na frente da zaga, ele precisa de jogadores habilidosos para sair com a bola da defesa. Era evidente que o Corinthians marcaria sob pressão. Portanto, Maicon foi um enorme erro. Thiago Mendes seria muito mais indicado. O segundo erro foi deslocar Michel Bastos para a lateral. O jogador estava vivendo ótimo momento como meia. Foi um desperdício que custou caro. Paulo Henrique Ganso ficou sozinho para tentar alimentar o ataque. Era o único jogador com potencial no meio de campo. E acabou engolido por Ralf.

Muricy estava em uma péssima noite. Como ele foi capaz de colocar Alan Kardec aberto na ponta direita, para tentar acompanhar Fábio Santos? Era evidente que não teria velocidade para realizar a missão. Obediente, tentou fazer o que o treinador pediu. O resultado foi ridículo. O lateral fez o que quis e Kardec, quase desmaiando de cansaço, teve de ser substituído. Luís Fabiano acabou mais isolado na frente do que a presidente Dilma Rousseff na crise da Petrobrás. Com o Corinthians encurralando o São Paulo na defesa, a bola não chegava a seus pés. O Corinthians foi superior em todos os aspectos nesse clássico. Taticamente, o time está muito mais habituado às deslocações, a pressionar e recompor sem a bola. Tite deu um nó em Muricy. O primeiro gol aos 11 minutos foi uma pintura. Troca de bola rápida, eficaz na intermediária. Fagner serve Danilo, que toca para Jadson. Com toque sutil, ele descobre Elias livre, nas costas do desesperado Rafael Tolói. O volante bate de primeira, "matando" Rogério Ceni: 1 a 0. Tite vibrava muito no banco. A jogada foi treinada à exaustão. Nada foi por acaso. Outro detalhe fundamental: o evidente preparo físico corintiano. Muito melhor do que o do São Paulo. A blitz durou por 30 minutos. O que é impressionante, devido ao desgaste depois de tanta intensidade. Foi o suficiente para o time criar e perder mais dois gols. O mais fácil com Fábio Santos. Muricy Ramalho só xingava no banco de reservas. Inaceitável também sua apatia. Ele tinha de reagir. Seu plano tático se mostrava um grande fracasso. Deve agradecer aos céus ter ido para o intervalo perdendo só por 1 a 0. Seu São Paulo era uma imensa decepção. Nem no intervalo, Muricy corrigiu seus erros. Ótimo para o Corinthians. Jadson, Danilo e Renato Augusto continuavam trocando de posição e sempre recebendo a bola livres. Sheik e Fábio Santos faziam o que queriam pela esquerda. O volume de jogo indicava que o segundo gol era questão de tempo. Muricy levou oito minutos para acordar. Foi quando tirou o extenuado e inútil Alan Kardec. No seu lugar entrou Reinaldo na lateral esquerda. E Michel Bastos passou a atuar onde não deveria ter saído, no meio. O jogo ficou mais disputado, brigado. Os jogadores perceberam a insegurança do péssimo árbitro Ricardo Marques Ribeiro. Ele queria se consagrar, sem dar cartão para ninguém. Mas não houve jeito. Os pontapés e provocações, mãos nos rostos estavam indecentes. O Corinthians continuava melhor. E aos 23 minutos veio o gol que matou a partida. Nasceu em um erro infantil de Ricardo Marques. Sheik empurrou o fraco lateral Bruno. Roubou a bola de maneira ilegal, tocou para Jadson. Ele invade a área e dá um lindo corte em Reinaldo e chuta. Rogério Ceni não tem reflexo para defender, a bola passa debaixo do goleiro. 2 a 0, São Paulo. Os jogadores são paulinos perderam de vez a concentração. Irritados com o árbitro, com a péssima atuação do time. O Corinthians tocava a bola com muita consciência. Criou pelo menos mais três chances para ampliar. Danilo perdeu dois gols que não costuma perder. A goleada escapou. Mas para a torcida que lotou o Itaquerão não importava. A vitória já estava garantida. Humilhação maior para o São Paulo. Nos últimos cinco minutos foram ensurdecedores os gritos de olé vindo dos torcedores. O Corinthians largou como queria no grupo da Morte. Venceu e agora terá pela frente no dia 4 de março o San Lorenzo, na Argentina. Por sorte, sem público. O time argentino cumprirá suspensão da Conmebol. Já o time de Muricy já voltará a campo na próxima quarta-feira, no Morumbi. Enfrentará o uruguaio Danubio. O São Paulo, pressionado, precisa da vitória de qualquer maneira. Para isso precisa jogar muito melhor do que hoje. Sua atuação foi deprimente. O ótimo Corinthians de Tite deveria ter goleado...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 18 Feb 2015 23:55:44

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