terça-feira, 14 de outubro de 2014

Depois da Copa, Jô mergulha de cabeça na depressão. Nada de Alemanha, Europa. Está há seis meses sem marcar um gol. Saudoso do companheiro Ronaldinho, foi pego na balada. E está com dois pés fora do Atlético Mineiro...

Depois da Copa, Jô mergulha de cabeça na depressão. Nada de Alemanha, Europa. Está há seis meses sem marcar um gol. Saudoso do companheiro Ronaldinho, foi pego na balada. E está com dois pés fora do Atlético Mineiro...




Em abril, há exatos seis meses, as rádios de Belo Horizonte garantiram. Jô já estava vendido para um clube da Alemanha. A transferência seria por 15 milhões de euros, cerca de R$ 45 milhões. Setoristas de jornais do Atlético Mineiro deixavam escapar. A negociação seria com o Borussia Dortmund. No início do treinamento do Brasil para a Copa, Jô estava feliz. Se dizia no melhor momento da sua carreira. E que devia tudo ao Atlético Mineiro. Dizia que só sairia se fosse bem para o clube. Ele sabia que das dificuldades financeiras, com o dinheiro da venda de Bernard retido pela Fazenda. Era um eufemismo óbvio que estava disposto a sair. Felipão garantia ao atacante que ele faria muito sucesso na Alemanha. Voltaria à Europa mais maduro, "pronto". A diretoria do Atlético Mineiro sentia a euforia pela chegada da Copa. O clima de vitória levou dirigentes experientes a tentar ganhar mais com Jô. Por que 15 milhões de euros e não 20 milhões?, sonhavam conselheiros mais animados. O Borussia desistiu de tentar o brasileiro. Fechou com o italiano Mobille, artilheiro do Campeonato Italiano de 2013. Por 19,4 milhões de euros, cerca de R$ 58,8 milhões. A notícia não abalou a Cidade do Galo. Afinal, haveria outras propostas. Com toda certeza, Felipão utilizaria Jô. E se tudo desse certo, o preço de um campeão do mundo dispararia. Só que acabou a ficção. Veio a realidade. A Seleção Brasileira foi um fiasco. E a participação de Jô, fraquíssima. Lógico que os empresários sumiram. Se esqueceram do atacante brasileiro reserva da Seleção Brasileira, que perdeu em casa por 7 a 1. Os reflexos da Copa atingiram em cheio a Jô. O jogador perdeu a motivação. Voltar ao Atlético Mineiro era algo que não esperava. Os treinamentos, as atuações eram decepcionantes. Sem entusiasmo, comprometimento. E havia mais. O técnico não era o compreensivo Cuca. Mas Levir Culpi. Ele foi contratado por Alexandre Kalil para acabar com a indisciplina, com a acomodação atleticana. O dirigente percebia algo parecido com o que havia acontecido no Corinthians, depois da conquista da Libertadores e do Mundial. 2013 foi um ano péssimo no Parque São Jorge. Kalil exige ao menos a classificação para a Libertadores de 2015. Levir percebeu que era hora de enfrentar o inevitável. O primeiro alvo foi Ronaldinho Gaúcho. O treinador se reuniu com o presidente do clube. E foi direto. O meia não estava rendendo. Seria melhor antecipar sua saída. E enquanto fosse algo amigável. O vivido jogador já percebia que não era mais peça fundamental na organização tática atleticana. E começava a criar problemas. Como quando foi liberado para atuar na despedida de Deco. Afirmou que perdeu o voo para Portugal. Mas não se reapresentou no clube, não treinou. Era chegada a hora. E foi feita a rescisão de contrato. Jô se sentiu sem seu grande parceiro. Ficou ainda mais fechado, incomodado.

Foi quando faltou a um treinamento em agosto. Kalil mandou avisar que estava multado em 40% dos seus salários. Recebe R$ 200 mil a cada 30 dias. Muito embora membros de sindicatos de atletas do país garantem que as multas dadas pelos clubes só podem chegar a 10%. Depois da punição, o jogador pediu desculpas. E prometeu que iria mudar. Realmente mudou. Seu futebol nunca esteve pior. Levir passou a deixar de considerá-lo fundamental à equipe. Sem movimentação, força, disposição nas partidas. Os gols sumiram. Há 22 jogos que Jô não consegue fazer um único tento a favor do Atlético. Seis meses. O treinador começou a não levá-lo para vários jogos. Não bastasse isso. Na semana passada, o atacante procurou a diretoria alegando estar com problemas particulares. Não treinou na sexta, no sábado. Não jogou contra o São Paulo no domingo. Mas veio a madrugada da segunda-feira. E onde ele estava? Na quadra da escola de samba Tradição, no Rio de Janeiro. Que tipo de problema particular é esse que o impede de jogar. Mas não de sambar pela madrugada? As fotos do jogador ao lado de fãs irritou demais os dirigentes. Afinal, amanhã o clube decide sua vida na Copa do Brasil no Independência.

O Atlético perdeu a primeira partida das quartas contra o Corinthians por 2 a 0. Levir Culpi queria força total. As fotos de Jô desviaram o foco do treinador por pouco tempo. Logo ontem, segunda de folga, já havia decidido que não o colocaria no jogo. Não queria perder o comando do time. Na manhã de hoje, Jô procurou o diretor de futebol, Eduardo Maluf. A conversa foi rápida. Quem define é Alexandre Kalil. O encontro talvez acontecesse hoje à tarde. Mas foi adiado. Provavelmente para quinta-feira. Jô soube hoje que Levir não o quer na partida de amanhã. Nem como reserva. Não o quis nem junto com os demais jogadores, concentrados. Não é segredo para ninguém que, se dependesse do técnico, Jô teria o seu contrato rescindido. Mas acontece que o Atlético gastou 1,5 milhão de euros, cerca de R$ 4,5 milhões por 50% dos direitos do jogador. O recuperou depois de ter sido dispensado por indisciplina do Internacional. E agora tem nas mãos um atacante sem ânimo, depressivo e indisciplinado. Seu contrato deveria terminar em 2015. A tendência é que seja dispensado. Deixou de ser fundamental há muito tempo na Cidade do Galo. Sua concentração no futebol foi embora com a Copa. Se sente contaminado pelo fracasso do time de Felipão. Tanto que o interesse de clubes europeus no seu futebol desapareceu. Ele está exatamente como no Internacional em maio de 2012. A história se repete. Perdeu muito de sua credibilidade na Cidade do Galo. Sambar na Tradição, em plena madrugada de segunda-feira, não foi exatamente uma bela atitude a tomar. Não com o clube tendo um jogo eliminatório dificílimo contra o Corinthians. Foi sumariamente cortado do grupo que irá se concentrar. Está muito perto de ter seu contrato rescindido. Se não for agora, não ficará no clube em 2015. Jô brincou com a sorte. Perdeu novamente. 2014 está sendo um ano inesquecível na sua carreira. Mas não como imaginava...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 14 Oct 2014 17:58:13
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