domingo, 26 de outubro de 2014

Foi a melhor luta do UFC em 2014. José Aldo e Chad Mendes fizeram um combate inesquecível no Maracanãzinho. O cinturão foi mantido no Brasil. O Zé Aldo que o mundo quer ver está de volta...

Foi a melhor luta do UFC em 2014. José Aldo e Chad Mendes fizeram um combate inesquecível no Maracanãzinho. O cinturão foi mantido no Brasil. O Zé Aldo que o mundo quer ver está de volta...




Foi a melhor luta de 2014. Foram 25 minutos de trocação. José Aldo saiu com um corte enorme no supercílio olho esquerdo, que já estava fechando, inchado. O rosto de Chad Mendes também estava inchado, vermelho de tantos golpes. No final, a vitória unânime de Aldo (49-46, 49-46, 49-46). Suando sangue, literalmente, o Brasil manteve seu único cinturão no UFC, o dos penas. Foi uma festa inesquecível no Maracanãzinho. Dedé Pederneiras já sabia. Tinha informações do team Alpha Male, Chad Mendes estaria bem diferente para esta revanche. Não só não cometeria os mesmos erros de janeiro de 2012. Não seria apenas um desafiante tentando levar Zé Aldo para o lugar que menos gosta no octógono: o chão. E que, no desespero, deixava o rosto exposto para uma certeira joelhada no final do primeiro round. Nada disso. Chad mudou. Dois anos e cinco vitórias depois, fizeram do norte-americano um lutador melhor. Com melhor repertório. Principalmente no boxe. Pisou no octógono nesta madrugada disposto a surpreender o brasileiro no seu território. Na trocação em pé. Estava preparado para um festival de jabs, diretos, cruzados, ganchos e, principalmente, uppercuts. José Aldo sabia muito bem que teria um adversário dificílimo. E, mais do que isso, precisava "voltar aos velhos tempos". Ele já estava sendo duramente criticado pela cúpula do UFC e por fãs. O amazonense havia se acomodado. Caído na armadilha de manter o cinturão sem correr riscos nas últimas lutas. Estava se tornando um boring champion, um campeão chato, como detesta Dana White. Ele é um vendedor. Precisa de lutas emocionantes para que o UFC lucre com os pay-per-view. A rejeição a Aldo já irritava Dana.

Aldo entrou no octógono pronto para mostrar que merecia continuar com o cinturão. E ir além. Voltar a se expor. Comprar a briga de verdade. Recuperar seu estilo agressivo, combinando socos e chutes violentíssimos e velozes. Surpreender o adversário, que nunca sabe de onde vem o golpe, como também empolgar os fãs e telespectadores. UFC é show. Ninguém tem como reclamar do que foi visto por 25 minutos. Aldo e Chad proporcionaram uma luta como há muito tempo não se via. Além da técnica e coragem, ambos estavam fisicamente muito bem preparados. Zé Aldo também se aprimorou. Nada de perder o fôlego nos últimos rounds. A trocação começou logo no primeiro round. Chad estava com o boxe afiado. Assim como sempre esteve o campeão. Foi uma saraivada de socos de lado a lado. A velocidade era imensa. Zé Aldo empolgadíssimo com a torcida o empurrando e o americano querendo de qualquer maneira provar para o mundo, e para ele mesmo, que merecia o cinturão. Deixou o wrestling de lado. Nada de agarração. Ou estudar o adversário. Buscar a melhor distância. Queria era nocautear o mais rápido possível.

Foi impressionante a gana dos dois. E a maneira como conseguiram resistir aos socos que tomaram. Chad conseguiu derrubar Aldo. Um belíssimo knockdown com direito a corte no nariz. Mas o brasileiro caiu e levantou como se nada tivesse acontecido. O combate encurtado anulava os chutes, mas deixava os rostos ao alcance dos jabs, diretos, ganchos e uppercuts. Aldo pôde mostrar sua especialidade. E já se impunha no final do primeiro round. Seu golpe mais forte, no entanto, aconteceu décimos de segundos após o assalto encerrado. A pancada foi tão forte que Chad caiu para trás. Se acontecesse cinco segundos antes, Aldo poderia repetir o que havia feito em 2012, nocauteando o americano. No segundo round, Chad voltou forte, rápido, decidido. Mas José Aldo muito mais. A trocação continuou para delírio dos fãs. O brasileiro continuava superior. Soltando, com cuidado para não ser derrubado, alguns chutes baixos. O terceiro foi marcado por golpes fortíssimos que passaram da guarda dos dois. O americano conseguiu fazer o brasileiro balançar com sequência de diretos. O troco não demorou e logo Aldo dava uma saraivada de socos, terminando com um direto. A resistência de Chad foi no limite. O brasileiro havia vencido de maneira clara os três primeiros assaltos. No quarto, Chad foi muito melhor. Acertou vários uppers que diminuíram a confiança de Aldo. Um deles, cortou o supercílio direito. E outro direto completou o trabalho. O olho direito estava fechando. O sangue que saía do supercílio atrapalhou demais a visão do brasileiro. Round do desafiante.

No último assalto, os dois deram tudo o que tinham. Mesmo depois de vinte minutos de trocação, mais diretos e ganchos de lado a lado. O americano conseguiu derrubar Aldo com double leg. Mas não conseguiu segurá-lo no chão. Nada de ground and pound. Aldo cozinhou por um minuto. Mas logo levantou e mesmo com o olho inchado, foi mais preciso nos socos. Ganhou também o quinto round. O combate acabou com o delírio da torcida. Foi a sétima defesa de cinturão com sucesso. "O reinado está completo. Tem o rei, que sou eu, tem o príncipe, que é o Chad, e agora temos o bobo, que está falando muita besteira." A referência foi feita em relação ao irlandês Conor McGregor. Ele é uma espécie de Chael Sonnen dos penas, com mais talento. Mas o desejo de Dana White é fazer Aldo disputar uma super-luta contra Anthony Pettis, campeão dos leves. Seja qual for o próximo adversário, quem viu a luta desta madrugada tem motivo para ficar empolgado. Assistiu o melhor combate de 2014. E ficou com uma certeza. O José Aldo empolgante, do início do UFC, está de volta. Dedé Pederneiras acabou com a burocracia...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 26 Oct 2014 04:21:55
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