sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Romário só aceitou apoiar Aécio depois que teve a certeza. Se eleito, o candidato a presidente não fará de Ronaldo seu ministro dos Esportes. "Ele é um ninguém na política", ironizou sem piedade...

Romário só aceitou apoiar Aécio depois que teve a certeza. Se eleito, o candidato a presidente não fará de Ronaldo seu ministro dos Esportes. "Ele é um ninguém na política", ironizou sem piedade...




Ronaldo e Romário conseguiram. A briga entre os dois para apoiar Aécio Neves constrangeu até o próprio candidato. Mas sufocado pelas últimas pesquisas que apontam até hoje, vitória de Dilma, o candidato do PSDB resolveu a crise de ciúmes da maneira mais oportunista possível. "Quem tem voto é você. Vamos nessa." Direto disse que precisava dos votos do senador eleito. E não da birra do amigo ciumento, que não levava a nada. E lá foi Romário gravar duas propagandas manifestando seu apoio. A história é simples. Aécio Neves e Ronaldo são amigos de muito tempo. Desde o tempo que o avô de Tancredo era solteiro. Frequentaram várias festas e jantares juntos. Desde o primeiro momento que o então governador de Minas Gerais decidiu ser candidato a presidente, Ronaldo hipotecou seu apoio. Mesmo quando os índices estavam mais baixos. Quando tudo indicava que Aécio não conseguiria chegar nem no segundo turno. A morte de Eduardo Campos fez de Marina Silva a provável candidata que brigaria com Dilma Rousseff à presidência. Mesmo com os índices bem baixos, Ronaldo não desistiu. Foi um cabo eleitoral completamente engajado. Fez jantares de apoio ao político. Sempre que tinha chance era fotografado ao seu lado. A ambição de Ronaldo não é novidade para ninguém. Todos se lembram que ele é amigo íntimo de Andrés Sanchez. Foi o ex-presidente que o reaproximou de Ricardo Teixeira. Ambos eram brigados desde que o ex-presidente da CBF proibiu suas convocações depois da farra que o atacante promoveu na Copa de 2006. O atacante sabia e tinha muita raiva do dirigente. Andrés não conseguiu apenas unir os dois. Como deu a cada um o que precisava.

Teixeira queria um escudo no Comitê Organizador Local da Copa. Ronaldo queria estar envolvido no Mundial. Um abraço selou a paz. E a felicidade dos amigos do ex-presidente corintiano. Mas mal foi indicado ao cargo, o ex-jogador tratou de avisar que, se tivesse apoio, aceitaria ser presidente da CBF. Ele não quis nem saber que este era o desejo de Andrés. O atropelou sem a menor cerimônia. Também não mostrou a menor solidariedade quando Andrés e Ricardo Teixeira perderam seus cargos. Não disse nem "boa sorte". Tratou de continuar abraçando o Fuleco pelo mundo. Virou símbolo do Mundial. A ponto se ser perseguido pelos black blocs na Copa das Confederações. Teve de se esconder nos hotéis onde ficou. Aproveitou a Copa como pôde. Comentou os jogos para a Globo, ganhou dinheiro com seu contratado Neymar. E ainda participou de reuniões importantes com a cúpula da Fifa. Adorou tanto poder.

Com o final da Copa do Mundo, Ronaldo ficou saudoso do poder. E mergulhou de cabeça na campanha de Aécio. Jornalistas políticos conceituados garantem que sua amizade realmente é grande com o candidato. Mas se viesse um convite para se tornar ministro dos Esportes, seria melhor. Mas não é que na semana passada, a revista Veja acabou com seus sonhos? Revelou que, se o PSDB ganhar, o ministro que cuidaria dos Esportes seria Bernardinho, técnico da Seleção Masculina de Vôlei. Desde então, Ronaldo estaria acabrunhado. Foi quando nasceu a história de Romário. Dilma passou a crescer nas pesquisas. Aécio já teve o apoio assumido de Marina Silva. Precisava de outro nome forte. Foi quando o do senador eleito pelo Rio de Janeiro, com 4,6 milhões de votos, surgiu. Mas havia um obstáculo. Ronaldo estava magoado com os vários ataques que recebeu de Romário. O Baixinho se considerava traído por Ronaldo. Ele o convenceu a dar seu apoio público durante a Copa a José Maria Marin. A compensação seria 32 mil ingressos do Mundial para deficientes. As entradas nunca foram liberadas. E o então deputado federal voltou a atacar o presidente da CBF e Marco Polo del Nero. De lambuja, também Ronaldo. Se não fosse ele, não teria sido enganado.

Quando o Fenômeno soube que Aécio queria pedir para Romário gravar propagandas para o candidato, teria se colocado contra. Só aceitaria que as filmagens acontecessem se ele pedisse desculpas pessoalmente. Romário se recusou. Foi quando o político não teria perdido tempo em optar que lado seguir. "Quem tem voto é você. Vamos nessa." Essas frases teriam sido usadas por Aécio em um telefonema ao agora senador. Romário quis checar se o seu rival seria ministro dos Esportes. Soube, com satisfação, que não. Gravou então com o maior prazer duas propagandas. Mas não se conteve e teve, lógico, de dar uma espetada no seu rival. Tratou de constrangê-lo o máximo que pôde. Foi ontem à noite. "Ronaldo é um ninguém na política, não tem autoridade moral pra falar de política. Ele para mim, em termos de política, é um cidadão como outro qualquer. Respeito o que o Ronaldo fez dentro de campo, mas ele não tem autoridade na política. Como disse o Aécio, quem tem voto sou eu." Sabia que, se Aécio for eleito, Ronaldo não terá cargo algum. Daí a expressão "ninguém na política". Mesmo com o apoio, a situação de Aécio Neves está difícil em relação à briga com Dilma. Vencendo ou não, sua campanha escancarou a vexatória situação. O ambicioso amigo do candidato foi deixado para trás. Preterido pelos 4,6 milhões de votos do senador pelo Rio de Janeiro, Romário. Ronaldo pensou que fosse esperto. Mas tem muito a aprender. Principalmente na política...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 24 Oct 2014 00:30:48
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