quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Injustiça no Mineirão. O Palmeiras travou o líder Cruzeiro. Marcou e tomou o empate no final. Dorival e seus jogadores sabem: perderam dois pontos...

Injustiça no Mineirão. O Palmeiras travou o líder Cruzeiro. Marcou e tomou o empate no final. Dorival e seus jogadores sabem: perderam dois pontos...




Foi uma injustiça. O Palmeiras deu lição de dedicação. Seus jogadores limitados, fracos entregaram a alma no Mineirão. Deram a mostra do que devem fazer sábado contra o Corinthians. Em duas linhas fecharam a intermediária. Não permitiram que o líder do Brasileiro usasse a sua maior arma: as tabelas na entrada da área. Obrigaram os mineiros a inúteis levantamentos para a área. Fernando Prass fez ótimas defesas. Tudo que estava ótimo, ficava histórico. Mouche conseguiu fazer 1 a 0 aos 43 minutos do segundo tempo. Parecia que os planos de Dorival Júnior iriam além do esperado. O time conseguiria uma vitória que nem seu mais otimista torcedor poderia esperar. Mas a sorte resolveu ser madrasta. Aos 47 minutos, Willian chutou, Prass falhou. Logo ele que fez pelo menos quatro grandes defesas. Rebateu a bola para a frente. Dagoberto só a empurrou para as redes. O inacreditável acontecia, os palmeirenses ameaçados pelo rebaixamento lamentavam empatar com o primeiro colocado, jogando no Mineirão. O plano de resguardar Valdivia para o clássico contra o Corinthians teve consequências. Dorival não tinha um jogador cerebral para organizar os ataques de seu time. Ele tratou de, em treinos fechados, montar o Palmeiras com atletas com pouco potencial técnico. Mas muito físico. Que compensariam com uma correria absurda a falta de talento com os pés. A intenção do primeiro ao último minuto de partida foi marcar. Não dar sossego aos favoritos cruzeirenses. O medo de Marcelo Oliveira se confirmou. Seu time acreditou nos comentários. Na goleada antecipada pelos comentaristas mineiros. Afinal, o melhor ataque da competição enfrentaria a pior defesa. O esquema do líder do Brasileiro foi exatamente o mesmo que lhe deu o título em 2013. Mas que precisa ser aprimorado. Os adversários já sabem que a chave de tudo está na articulação das intermediárias. A movimentação do canhoto Everton Ribeiro na direita já não é surpresa. Nem as triangulações pelos lados de campo de Ricardo Goulart ou Allyson e Marquinhos entrando na diagonal. Nem o pêndulo feito por Marcelo Moreno. Dorival mandou seus meias e até atacantes se comportarem como volantes. Na frente apenas o esforçado, mas lento Henrique. O Cruzeiro no primeiro tempo teve 64% de posse de bola. Chutou oito bolas a gol contra apenas uma do Palmeiras. Mas foi um domínio estéril. A humilde aplicação dos paulistas atrapalhou, obrigou o time a cruzamentos da intermediária. Ótimo exercício para as cabeçadas de Nathan e Tobio. Aliás, Lúcio não fez falta alguma.

Marcelo Oliveira não percebeu que com seus versáteis atacantes e meias marcados e com os afobados Maike e Egídio pelos lados, deveria agir. Usar os chutes fortes de Nilton. Colocá-lo no lugar do improdutivo e especialista em errar passes, Henrique. Ele atrapalhou, sobrecarregou Lucas Silva. A melhor chance cruzeirense na primeira etapa foi uma bola levantada que Marcelo Moreno desviou e ela tocou na trave. No rebote, Marquinhos obrigou Fernando Prass a duas excepcionais defesas. Everton Ribeiro estava irritado e em uma noite muito fraca. Parecia cansado, improdutivo. O trabalho dos preparadores físicos palmeirenses foi fantástico. O time manteve a mesma dedicação e correria no segundo tempo. Os mineiros já abandonavam sua distribuição tática, buscando a vitória. O espaço para os contragolpes já começavam a surgir. De repente, Henrique já não estava tão sozinho. Bernardo e Mazinho desempenharam um papel importantíssimo. Tinham a missão de travar o início das tabelas cruzeirenses. E tirando fôlego da alma, ainda corriam para tentar fazer alguma coisa nos contragolpes. A torcida cruzeirense que foi ao Mineirão para ver uma goleada começou a vaiar. A se irritar. Percebia que seu time perdia a consciência. Mesmo com Ricardo Goulart, que entrou ainda no primeiro tempo, no lugar do contundido Alysson, o Cruzeiro estava travado. Sem jogadas de linha de fundo pela falta de talento de seus laterais, os mineiros apelavam para o chuveirinho. Ótimo para Fernando Prass.

O 0 a 0 já parecia consolidado, quando o Palmeiras conseguiu encaixar um contragolpe. Treinado exaustivamente por Dorival Júnior. Seus jogadores sabiam muito bem para onde correr. Foi só Felipe Menezes avançar, atrair os volantes, a atenção dos zagueiros. E ele abria a bola para Henrique. Da esquerda, ele ligou na direita o veloz Mouche. O argentino bateu forte, no ângulo esquerdo, na saída de Fábio. O Palmeiras fazia 1 a 0 aos 43 minutos do segundo tempo. Seria a vitória da determinação, da entrega, da falta de vaidade em nome de um objetivo. As vaias e os palavrões dos torcedores ao Cruzeiro eram impressionantes. Nem pareciam que o time é líder do Brasileiro. Quando a derrota se desenhava, Willian pegou uma bola da esquerda, cortou da entrada da área e bateu forte. A bola bateu antes no chão. Atrapalhou Fernando Prass que a rebateu nos pés de Dagoberto. Ele empatou o jogo aos 47 minutos do segundo tempo. Mas irritado com o comportamento da torcida, não quis comemorar. Os jogadores palmeirenses só faltaram chorar. Sabiam que, ao contrário do que possa parecer, não ganharam um ponto no Mineirão. Deixaram escapar dois. Mas se Dorival Júnior souber capitalizar o empate, pode sonhar com a salvação neste final de Brasileiro. Se o seu time conseguiu travar o líder do campeonato pode fazer mais nas oito partidas que faltam. É um jogo que deve servir de espelho. O Palmeiras explorando, aceitando a sua limitação e dando a alma, tem todas as chances de se salvar do rebaixamento. Tem tudo para ser um adversário terrível já para o Corinthians no sábado. Quanto ao líder Cruzeiro, Marcelo Oliveira precisa se cuidar. Fisicamente seus atletas estão esgotados. Os adversários sabem que travando a intermediária, corta o oxigênio do melhor time brasileiro. Seu time precisa ser mais objetivo. Chutar mais ao gol de fora da área. Ter mais jogadas de linha de fundo. Firmeza para se impor. Nem parece ser o Cruzeiro do início do torneio. Precisa reagir, se fazer respeitar. Afobação e irritação não combinam com o campeão do Brasil...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 22 Oct 2014 22:44:36
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