quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Mano dançou cedo demais. O vexame no Mineirão fará o Corinthians deixar de ganhar R$ 10 milhões. Escancarou um sério racha. Campeões mundiais contra os fracos jogadores contratados. A Libertadores de 2015 está por um fio...

Mano dançou cedo demais. O vexame no Mineirão fará o Corinthians deixar de ganhar R$ 10 milhões. Escancarou um sério racha. Campeões mundiais contra os fracos jogadores contratados. A Libertadores de 2015 está por um fio...




Enquanto os jogadores do Atlético Mineiro dançavam, ironizando Mano Menezes, conselheiros da oposição e da situação já trocavam telefonemas, preocupados. A eliminação do Corinthians da Copa do Brasil, depois da vexatória goleada por 4 a 1 implodia o plano mais fácil para a chegada a Libertadores. A incompetência do time sabotava também a possibilidade imediata de ganhar pelo menos R$ 10 milhões. Os preços seriam majorados no Itaquerão para a semifinal e decisão do torneio. Logo de cara seriam dois clássicos contra o Flamengo. E fosse qual fosse o adversário da decisão, Cruzeiro, Santos ou Botafogo, a certeza de estádio abarrotado. Muito dinheiro foi para o ralo com a derrota de ontem. 2014 já será um ano sem títulos para o Corinthians. Fracassos no Paulista, Copa do Brasil e do próprio Brasileiro, Mano já abriu mão. Assumiu que seu time não tem competência para ser campeão. Mario Gobbi aceitou a resignação do treinador. Enfrentou furiosos conselheiros que exigiam a demissão do técnico desde setembro. Apenas fez questão de assumir publicamente a obrigação de classificação para a mais rentável competição na América Latina. "A vaga na Libertadores é o compromisso mínimo. Temos de recolocar o Corinthians na Libertadores." Garantiu o inseguro presidente, quando os líderes do time foram convocados a depor para a imprensa. Dando de "livre e espontânea vontade" sua solidariedade a Mano Menezes. Isso diante de Gobbi, o homem responsável por seus salários. Roberto de Andrade é o candidato de Andrés Sanchez à presidência. A oposição quer que Roque Citadini saia como candidato da oposição. O milionário Paulo Garcia quer concorrer de novo. Em comum com os três, a dependência da Libertadores. Cálculos de conselheiros ligados à economia do clube garantem que o clube arrecadaria pelo menos R$ 30 milhões se chegasse à decisão da competição sul-americana em 2015. Esse dinheiro seria fundamental para amenizar a grande dificuldade financeira criada pelo Itaquerão.

Por isso, o vexame de ontem no Mineirão não será esquecido. O 4 a 1 fechou a tampa do caixão de Mano Menezes. As mínimas chances que tinha de continuar no Corinthians no próximo ano não existem mais. Conselheiros revoltados queriam uma atitude firme de Gobbi, a demissão do técnico na madrugada de ontem. Acontece que o presidente delegado deu sua palavra de honra a Mano que ele ficará até dezembro, quando termina seu contrato. Gobbi estava completamente perdido, desorientado ao dar sua entrevista ontem no Mineirão. Envergonhado com a goleada, xingado pelos torcedores, cobrado pelos conselheiros. Sua opção por manter Mano Menezes provocou a humilhante e história derrota por 4 a 1. E a garantia de prejuízo financeiro. Nervoso, suas palavras não tinham consistência alguma. "Não é porque não teve resultado que vou mandar o treinador embora, não teve resultado de títulos, mas o time jogou, foi feito um novo plantel, tem um trabalho sendo feito. Só que não é do dia pra noite. Agora vem a segunda parte da reformulação, é difícil, tem que ter paciência. No final do ano, vamos por mais qualidade técnica, o time vai crescer muito." Como "vamos por mais qualidade técnica no final do ano"? As contratações estão encerrada. O discurso de Gobbi é vazio. Faltam dez rodadas para o final do Brasileiro. O Corinthians é o sexto colocado, com o time inseguro, inconstante. Internacional, Vitória, Palmeiras, Coritiba, Santos, Bahia, Goiás, Grêmio, Fluminense, Criciúma são os adversários. A pressão já será enorme no domingo, em Porto Alegre, contra o time de Abel Braga. O choro de Guerrero deixando o Mineirão ontem resumia a decepção dos jogadores. Principalmente os mais experientes, os que foram campeões mundiais. Cássio revelou um racha no elenco. A reformulação imposta por Mano e Gobbi foi um fracasso. O Corinthians ficou mais fraco que 2013. Não foi por acaso que o goleiro deixou escapar raivoso sua revolta. "Tem jogador aqui que não está preparado para jogar no Corinthians." Cássio foi direto. Não é só uma questão de idade, não. Estava nítido na partida de ontem seu desespero com a dupla de zagueiros que Mano escolheu. Felipe e Anderson Martins foram outra vez péssimos, inseguros. Guilherme Andrade não protegeu os fracos zagueiros. Malcom se intimidou com a importância da partida de ontem. Jovem demais. Os veteranos também não aprovam o comportamento de Luciano, considerado arrogante, individualista.

Há muita revolta na própria diretoria corintiana em relação a Mano. Como é que Tardelli jogou as duas partidas com a Seleção na China e em Cingapura e foi para a decisão ontem no Mineirão? Enquanto Gil ficou o tempo todo no banco de reservas. Elias só entrou quando o desastre se desenhava. Outro motivo para desabafo. Houve uma discreta comemoração nos bastidores corintianos quando o Atlético tirou a partida do Independência. No Mineirão, a pressão ao time de Mano seria muito menor. Mesmo assim, seus jogadores não suportaram. A declaração de Cássio já começou a ter consequências. Logo no vestiário, ele foi avisado que teria de amenizar o que falou. Por isso procurou os repórteres ontem, tentando se desmentir. "Aqui é um grupo, a gente não tem problema com nenhum jogador, quando se perde, perde todo mundo e, quando se ganha, também. Eu tenho minha parcela assim como todos os outros jogadores." Seu desmentido não adiantou. Já há jogadores descontentes com o que ouviram. Como o vaidoso Luciano, que fez questão de mostrar sua irritação, se negando a dar entrevistas. Há uma divisão, um racha entre os campeões mundiais e os fracos reforços que a diretoria contratou. Isso fica cada vez mais nítido em cada partida. Basta reparar nas reclamações durante os jogos e até nas comemorações de gols. Mano se omite. Como ontem. "A hora é de silêncio", disse, lavando as mãos, diante das declarações de Cássio.

As organizadas prometem outra vez protestar contra Mano Menezes, contra os jogadores, contra Mario Gobbi. Os dirigentes ligados à parte econômica do clube se desesperam. Não esperavam o fracasso ontem. E vão rezar para o time conseguir pelo menos chegar em quarto lugar no Brasileiro. Também abriram mão da conquista do Brasileiro faz tempo. O nome de Tite é repetido do porteiro até o provável novo presidente do clube, Roberto de Andrade. Resta só saber que herança Mario Gobbi e Mano deixarão. Se o time estiver classificado para a Libertadores, reforços importantes serão contratados. Se não, o Corinthians será obrigado a buscar atletas médios, jovens promessas. Terá um time muito mais barato. Com a possibilidade até de perder atletas ao Exterior. Como Guerrero. A dança dos jogadores do Atlético Mineiro trouxe muita dor de cabeça aos parceiros Mario Gobbi, Mano Menezes e Carlos Leite. O empresário terá dificuldade em encontrar um clube forte disposto a pagar R$ 500 mil mensais em 2015 a um treinador que acumula fracassos na Seleção Brasileira, no Flamengo e no Corinthians. Um técnico com trabalhos tão fracos tem de pensar dez vezes antes de sair dançando por aí. Ainda teve de ouvir Levir Culpi desancando sua atitude, de dançar, quando o Corinthians venceu o Atlético por 2 a 0 no primeiro jogo, no Itaquerão. "Acho um baixo nível, sabe... Faz parte do futebol. Já usei, inclusive, e me condeno por ter usado. Mas acho que o futebol deve ser vencido com categoria, educação. Seria impossível para mim, sair correndo e fazendo aviãozinho em um momento como esse porque o cara perdeu por 4 a 1. Não faz parte do esporte. A gozação do torcedor que mantém o futebol animado. Mas do profissional não. Somos brasileiros e muito mal educados."




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 16 Oct 2014 07:22:36
Ler mais aqui.

Nenhum comentário:

Postar um comentário