sábado, 11 de outubro de 2014

O Brasil assumiu sua humildade. Dunga colocou a Seleção contra a Argentina de Messi como Felipão deveria ter feito diante da Alemanha. Vitória sensacional na China por 2 a 0. A humildade é o caminho desta geração...

O Brasil assumiu sua humildade. Dunga colocou a Seleção contra a Argentina de Messi como Felipão deveria ter feito diante da Alemanha. Vitória sensacional na China por 2 a 0. A humildade é o caminho desta geração...




O grande mérito de Dunga é ter encontrado o real local do Brasil no cenário mundial. Com uma geração razoável e só um jogador com talento fora do normal, Neymar, não há outro caminho. Quando enfrenta um grande adversário, a saída é se defender. Apostar no conjunto, na tática, na aplicação da marcação. Nos contragolpes. Foi exatamente isso que a Seleção fez na China diante da Argentina. O time de Messi é muito superior individualmente. Perdeu no conjunto. Do sacrifício, veio a superação. E a vitória por 2 a 0 que avalizará o trabalho de Dunga. Dois gols de Diego Tardelli. E pênalti de Messi, defendido por Jefferson. Mais Neymar se sacrificando pelo time. Os três foram os destaques individuais em uma partida coletiva excelente por parte dos brasileiros. O 7 a 1 contra a Alemanha foi o retrato do que tudo o que a Seleção não poderia fazer no Ninho do Pássaro. E não fez. O grande mérito de Dunga esteve em repetir como técnico, suas atuações em campo. Apesar de ser capitão da Seleção mais vitoriosa do planeta, não tinha o menor constrangimento em dar carrinho. Tirar a bola de canela. Fazia o que fosse para garantir uma conquista. E foi assim que montou a Seleção da maneira mais humilde possível diante dos favoritos argentinos. Tratou de colocar o Brasil no 4-5-1. Como time pequeno, com apenas Neymar na frente. A estratégia era travar o toque de bola dos maiores rivais. Sem o menor drama de consciência. O problema não era dele se puristas ficassem revoltados com a Seleção tão fechada. O vexame diante dos germânicos era o grande escudo de Dunga. Se sentia livre para fazer o que quisesse. Gerardo Martino chegou para o jogo orgulhoso com o 4 a 2 diante da campeã do mundo, a Alemanha. Sabia que enfrentaria o Brasil fechado, buscando contragolpes. Mas nem tão fechado. Seu time tentaria não só vencer, como se impor pelo talento. Seu DNA ofensivo. Com Messi, Di Maria, Lamela, Aguëro...Ele aprendeu alguns conceitos de Guardiola, na sua passagem pelo Barcelona. E tratou de colocar seu time para tocar a bola, sufocar os brasileiros. 4-1-4-1, com muita movimentação, flutuação. Sem atletas com posição fixa do meio para a frente. No primeiro tempo, a sua equipe teve 64% de domínio de bola. O Brasil encolhido, como uma cobra. Esperando para dar o bote. Antes disso, houve a participação infeliz do péssimo juiz chinês Fan Qi. A Pitch, organizadora dos amistosos brasileiros, tem essa mania. Por economia e agradar o país onde é realizado o jogo, dá a arbitragem a alguém nascido no lugar. Por isso, o incompetente Fan Qi quase estragou a grande partida. Faltou coragem ao árbitro chinês para marcar um pênalti claro. Miranda derrubou Agüero aos seis minutos de jogo. Fan Qi fingiu que não percebeu e fez o jogo correr. Os argentinos tocando a bola até a intermediária brasileira. Era onde o time de Dunga mostrava suas garras, se fechando, travando os avanços. Danilo e Filipe Luís eram laterais estáticos como pebolim atrás. Luiz Gustavo, Elias, Oscar, Willian e até Diego Tardelli formavam o quinteto que protegia os zagueiros. Mesmo assim, o time de Tata Martino chutou sete vezes ao gol de Jefferson. Mas o primeiro que o Brasil deu foi mortal. Mostrou toda a estrela e técnica de Diego Tardelli. Em um mero levantamento na área, o ponto fraco dos rivais veio à tona. Fernández se atrapalhou com Zabaleta. O lateral impediu que o zagueiro cabeceasse forte, a bola saiu fraca de sua testa. Caiu nos pés do brasileiro, em uma das raras vezes que esteve na área. O chute saiu de primeira, indefensável para Romero. Brasil 1 a 0, aos 29 minutos do primeiro tempo.

Era tudo o que não poderia acontecer para os argentinos. A tensão passou a dominar o time de Messi. Mexeu com o favorito a vencer o amistoso. Naturalmente, a equipe de Martino se adiantou e passou a dar espaços para quem estava sumido no jogo: Neymar. E ele mostrou o seu talento. Um dos melhores do mundo ficou frente a frente com uma zaga fraca, insegura. Os contragolpes começavam a se encaixar. Logo aos 31 minutos, Neymar pegou a bola no meio de campo. E encontrou todo o sistema defensivo adversário mal colocado. Foi driblando em velocidade. E só pecou na hora do chute, cara a cara com Romero. O Brasil era senhor da partida. Mas quem entrou em cena? O péssimo e inseguro Fan Qi. Ele compensou o pênalti verdadeiro que não marcou. E aos 40 minutos inventou pênalti de Danilo em Di Maria. Lance absurdo, na conta da organizadora Pitch. A economia que fez por não levar um árbitro de qualidade quase estraga o jogo.

Messi foi para a cobrança. Diante dele, Jefferson. "Eu havia estudado como ele cobra. Se o goleiro não se arrisca, ele bate no seu canto favorito, o esquerdo." Foi exatamente o que o brasileiro fez. Esperou e na última hora saltou, convicto, para o lado canhoto do gol. E espalmou a bola. Alívio para o time brasileiro e para o quarto árbitro que ouvia todos os palavrões possível de Dunga pelo pênalti inexistente marcado. O cenário do segundo tempo foi dos sonhos para Dunga. Os argentinos escancarados na frente. Sem paciência para tocar a bola. Queriam buscar o empate e a virada, na individualidade. Abriram seu sistema de jogo. E ficaram à mercê dos brasileiros e seus contragolpes em velocidade. Mas Dunga continuou com o meio de campo fechado, brigando por cada centímetro, cada bola. Neymar já era dono do jogo e dos hematomas, tomando pontapés seguidos. A estrela de Diego Tardelli voltou a brilhar. O jogador que não havia marcado um gol sequer com a camisa da Seleção, marcaria o seu segundo. Justo contra os argentinos. Aos 18 minutos, Oscar cobrou escanteio, David Luiz desviou e, por trás dele, surgiu o jogador do Atlético Mineiro. Cabeceou para as redes. 2 a 0, Brasil.

A partir daí, os argentinos perderam toda a confiança. E o time brasileiro tratou de se conter. Segurar a importantíssima vitória. Sabia que estava em jogo mais do que uma taça dourada pelo "Superclássico". O que estava em jogo era acalentar um pouco a envergonhada torcida brasileira. Resgatar um pedaço da paixão pela Seleção depois do vexame da Seleção na Copa do Mundo. Dunga saiu orgulhoso hoje do Ninho do Pássaro na China. Mostrou a Felipão que não é permitido ao treinador da Seleção se iludir. A geração brasileira é limitada. Não pode jogar aberta contra as grandes seleções. Só assim pode conseguir vitórias importantíssimas. Acreditando no seu passado, o Brasil está sujeito a humilhações, goleadas. A vitória contra a Argentina foi o resgate da consciência, do reconhecimento. O Brasil não é o melhor time do mundo. Se não tiver humildade nos confrontos mais importantes, vai perder. Até que enfim os 7 a 1 da Alemanha serviram para alguma coisa...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 11 Oct 2014 11:05:31
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