sexta-feira, 10 de outubro de 2014

A Coca Cola já deixou de patrocinar futebol na Globo. A emissora tenta parar queda na audiência exigindo adversários fortes para a Seleção. E emprestando dinheiro aos clubes. Executivos observam com carinho o Espanhol e o Inglês...

A Coca Cola já deixou de patrocinar futebol na Globo. A emissora tenta parar queda na audiência exigindo adversários fortes para a Seleção. E emprestando dinheiro aos clubes. Executivos observam com carinho o Espanhol e o Inglês...




Colômbia, Equador, Argentina com Messi e Di Maria, Japão, Turquia e Áustria. Os seis últimos amistosos da Seleção em 2014. Adversários bem diferentes de Panamá, Tanzânia, Tailândia, Honduras. E não por acaso. Se a CBF de Marin e Marco Polo cruzava os braços, a Globo resolveu intervir. E exigir jogos amistosos mais fortes, atrativos para o Brasil em 2015. A emissora quer estancar a fuga de telespectadores depois do fracasso da Copa. A ISL, empresa árabe que comprou os direitos dos amistosos até 2022, repassou os direitos à britânica Pitch. Pelo acordo, a CBF apenas poderia sugerir alguns jogos, exigir, não. Só que a Globo não quer mais saber de omissão. A audiência de jogos da Seleção não para de cair. Na Copa de 2002, a Globo chegou a 69 pontos na semifinal entre Brasil e Turquia. O confronto chegou a um pico de 75 pontos. A final contra a Alemanha ficou em 67 pontos. Desde então o interesse em ver as partidas na tevê aberta decaiu. Brasil e Alemanha, do fatídico placar de 7 a 1, teve 33, 9 pontos. O interessante é que cada gol germânico foi diminuindo cada vez mais a audiência. Após a vexatória Copa, o Brasil enfrentou Colômbia e Equador. A audiência foi a mesma. Ficou em 23 pontos. A esperança é que amanhã, contra a Argentina, a emissora dona do futebol no país chegue a pelo menos 30 pontos. Será o jogo mais importante e interessante desses quatro últimos amistosos até o final de 2014. Japão, Turquia e Áustria serão jogos diante de adversários menos atrativos. Mas aceitáveis. As eliminatórias sul-americanas para a Copa da Rússia, em 2018, começarão no segundo semestre do ano que vem. Em junho começará a Copa América, no Chile. O importante será preparar o telespectador para acompanhar a competição. Despertar outra vez o interesse depois da decepção com a Copa. Daí a pressão da Globo para que a Pitch encontre adversários difíceis, atraentes.

Para Dunga, o melhor seria jogos fáceis. Para dar confiança à nova Seleção. Só que adversários fracos não interessam a executivos da emissora. Há várias reuniões acontecendo em relação ao futebol na emissora. A Coca Cola desistiu de patrocinar o futebol no próximo ano. Oito agências se desdobraram para manter seis patrocinadores. O Magazine Luiza entrou no lugar do refrigerante. AlmapBBDO (Ambev e Volkswagen), África (Ambev, Itaú e Vivo), DM9DDB (Itaú, Johnson & Johnson e Vivo), DPZ (Vivo), Etco Ogilvy (Magazine Luiza), F/Nazca S&S (Ambev), JWT (Johnson & Johnson) e Y&R (Vivo). O patrocínio foi reajustado. A cota é de R$ 225 milhões por empresa. O que chega a um total de R$ 1,3 bilhão. Os patrocinadores exigem boa audiência para suas publicidades. A pressão não atinge apenas a Seleção. Os campeonatos internos também.

Não foi por acaso marcada uma reunião entre os clubes e a Globo na próxima terça-feira. Os dirigentes serão avisados que a emissora cederá mais uma vez. Liberará empréstimos, antecipações até o Brasileiro de 2018. Mas cobrará a montagem de times interessantes. Para que os torneios tenham competitividade, interesse. A princípio não era o que desejava Marcelo Campos Pinto, o responsável pela Globo Esportes. Mas ele teve de se render diante das evidências. Os grandes clubes do país devem juntos mais de R$ 6 bilhões. Além do pedido de dinheiro, Campos Pinto ouvirá um pedido unânime dos clubes. Eles querem o apoio da emissora ao projeto Proforte, que prevê o perdão de R$ 4 bilhões de dívidas junto ao governo federal. São cada vez mais clubes a dever salários para seus jogadores. Até aqui, a Globo tem se mantido neutra.

2015 é considerado pelos economistas um ano com muita probabilidade de recessão. Um ano ruim da audiência do futebol pode refletir nos patrocinadores de 2016 em diante. Executivos disfarçam, mas foi péssimo perder a Coca Cola bancando o futebol. Para que novas debandadas não aconteçam, a Globo exige da CBF e da Pitch jogos interessantes da Seleção. E ela tratará de aumentar o nível técnico do Brasileiro e de regionais. A participação da Globo na vida da Seleção e dos clubes não será nada discreta. Pelo contrário. Será cada vez mais efetiva. Queiram ou não queiram José Maria Marin e Marco Polo del Nero. Dunga que se prepare. A ideia de dois confrontos com a Alemanha, o primeiro em 2015 e o segundo em 2016 não nasceu espontaneamente do cérebro de Marin. Pelo contrário. Executivos da emissora carioca que logo pensaram nestas "revanches", vinganças do 7 a 1. E é bom que dê resultados. Se a audiência do futebol continuar a desabar e atrapalhar principalmente o domingo, novas fórmulas podem ser testadas. Como a rodada acontecer no domingo sem tevê aberta. Duas partidas ficariam reservadas para segunda-feira. Uma para a praça de São Paulo e a outra para o Rio de Janeiro. Os jogos transmitidos passariam a ser às segundas e quartas. Campeonatos espanhol e ingleses também passaram a interessar. Pesquisas mostram que novas gerações de torcedores acompanham de perto esses torneios europeus. Nos últimos dez anos a audiência do futebol na Globo caiu 28%. Este é um dado pesado demais. Os executivos tradicionais estão tentando segurar a velha fórmula com quase 40 anos. Apostam na melhora do nível técnico dos jogos. Se não der certo, algo mais radical será feito em 2016...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 10 Oct 2014 16:21:13
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