
O São Paulo conseguiu uma vitória heroica, vibrante, importantíssima. O time teve raça suficiente para travar o ímpeto do Grêmio dentro da sua arena, em Porto Alegre. A equipe de Milton Cruz não trocou a técnica pelo coração e marcação. Kaká, Alan Kardec, Ganso e Pato tiveram de mudar suas características e priorizar a marcação. Deu resultado. Vitória por 1 a 0, gol de Rogério Ceni, cobrando pênalti. Os gaúchos voltavam a perder depois de nove partidas. Foi um resultado que fez bem para a alma são paulina. "O grande mérito do nosso time foi a dedicação e a superação. Corremos os 90 minutos, brigamos e oportunidade nós criamos sempre. Aproveitamos o pênalti e ganhamos três pontos contra um adversário direto", destacava, feliz, Kaká. Os três pontos renovam até a esperança do time de Milton Cruz até de título. Mas consolida a postura entre os que lutam pela Libertadores. A vitória teve um peso psicológico importante. O time teve nervos para superar a pressão de uma equipe muito competitiva apoiada por 50 mil torcedores. Desde os primeiros minutos ficou claro o cenário da partida. Mesmo sem ser brilhante, o Grêmio partiu para a pressão. Felipão soube organizar muito bem a marcação na saída de bola paulista. A estratégia era não deixar o São Paulo com seus técnicos jogadores tocarem a bola. Além disso, o interesse era tentar impor um ritmo veloz na partida. Milton Cruz foi muito feliz. Ele colocou Hudson na lateral e Maicon no meio de campo. Os dois foram muito aplicados na marcação. Principalmente no primeiro tempo, quando a pressão foi maior. Mas quem teve uma atuação impressionante foi Souza. Firme demais nas duas intermediárias. A convocação para a Seleção o deixou empolgado. Foi muito firme atrás e corajoso na frente. Kaká e Ganso atuaram mais atrás do que estão acostumados. Tinham de preencher o meio de campo. Não permitir que os gaúchos se impusessem. Alan Kardec e Pato fechavam as laterais.

Felipão colocou seu time todo à frente assim que a partida começou. Foi uma blitz. Wallace, Ramiro e Felipe Bastos atuavam mais à frente. Eles empurravam Luan, Dudu e Barcos. Pará e Zé Roberto também estavam abertos como pontas. A obsessão gremista era marcar logo o primeiro gol. Na vibração, na raça, na força. E quase conseguiu. Aos dois minutos, Hudson deu sua única bobeada na partida. Ele perdeu a bola para Wallace na entrada da área. O gremista invadiu a área e chutou, Rogério Ceni fez sensacional defesa. No rebote, novo chute e Paulo Miranda tirou em cima da risca. O jogo seguiu eletrizante. Com os gaúchos compensando a falta de técnica com uma vontade impressionante. Encurralado, o São Paulo tinha pouquíssimo espaço para contragolpear. Mas mesmo assim, deu a resposta em dois lances em um minuto, aos 21. Pato foi ágil, partiu pela esquerda, tabelou com Kardec, e deu um chute fortíssimo. Marcelo Grohe fez uma defesa sensacional. Em seguida, Kaká cobrou escanteio no travessão. Mas os lances foram exceção. O Grêmio sufocou durante todo a primeira etapa. Teve outra chance claríssima de gol. Felipe Bastos teve uma rara chance de bater para o gol, desmarcado. Foi uma pancada que obrigou Rogério Ceni a se desdobrar para espalmar. Mas outro lance agudo quase faz a arena do Grêmio vir abaixo. Zé Roberto surgiu de surpresa na grande área e bateu muito forte na bola. Ela desviou em Paulo Miranda, encobriu Rogério Ceni e Edson Silva tirou em cima da linha. O São Paulo teve muita sorte em não ir para o intervalo perdendo a partida. O clima era de confiança total em uma vitória por parte do Grêmio e de sua torcida. Mas essa expectativa duraria sete minutos apenas. O time de Milton Cruz partiu um contragolpe veloz, pegando a defesa gremista mal colocada. Kaká tocou para Maicon que descobriu Alan Kardec na grande área. Rhodolfo, precipitado, cometeu pênalti desnecessário no atacante. Pará estava na cobertura. Muita firmeza do árbitro Felipe Gomes da Silva. Ele não titubeou. O toque do gremista foi no pé de apoio de Kardec. Marcelo Grohe estava há oito partidas sem sofrer gols. Mas Rogério Ceni cobrou com convicção, fazendo o gol importantíssimo. Felipão ficou descontrolado. Passou a reclamar cada lance. Incendiava os seus jogadores e a torcida contra o juiz. Acabou expulso aos 13 minutos. O clima da partida mudou completamente. Tudo virou uma guerra. Os gremistas estavam nitidamente afetados psicologicamente com o gol que sofreram. Passaram a se preocupar em reclamar com o juiz e simular faltas. Melhor para o São Paulo, ainda mais recuado. A pressão gaúcha era estéril, improdutiva. Milton Cruz trocou Maicon por Reinaldo. Michel Bastos virou volante. Osvaldo entrou no lugar de Kaká para correr na frente, sozinho. Porque Kaká, Ganso e Kardec estavam na intermediária marcando, dando carrinho, dividindo. O São Paulo mostrou raça, coração, alma do primeiro ao último minuto. Mereceu esta vitória importantíssima, que fez bem para a alma. E o recoloca no sonho pelo título. E o fortalece na briga pela Libertadores. O Grêmio de Felipão valorizou demais o triunfo do São Paulo. Mostrou todo o seu poderio físico, sua determinação. Mas faltou técnica no meio de campo. E tranquilidade depois que tomou o gol. Essa consciência deveria ter partido de Scolari. A sua expulsão foi extremamente desnecessária e prejudicial. Mas a campanha dos gaúchos com elenco que possuem é animadora. E faz de todos os jogos em sua arena uma tortura para os rivais. Por isso o São Paulo tem razão sim em comemorar muito a vitória de hoje...

Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 04 Oct 2014 18:13:08
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