
Kaká terá 36 anos na Copa de 2018, na Rússia. Nem ele espera estar jogando futebol até lá. O meia acertou o que espera ser seu último contrato como jogador de futebol com o Orlando City dos Estados Unidos. Assinou até 2017. Ganhará R$ 17,3 milhões por ano. Será o maior salário da liga norte-americana. Sua passagem até o final do ano no São Paulo foi programada para ser a despedida do clube que ama. Depois de uma operação delicada no joelho esquerdo em 2010 e um tratamento intenso no púbis, o meia nunca mais foi o mesmo. Suas arrancadas, dribles em velocidade, ficaram no passado. Nos tempos que foi escolhido, com todos os méritos, como o melhor do mundo em 2007. Mesmo assim, nutria alguma esperança de ser chamado por Felipão para a Copa das Confederações ou mesmo para a Copa. Foi deixado de lado. Felipão e Parreira haviam chegado à uma triste conclusão. Kaká não tem mais físico para suportar o intenso ritmo do futebol da elite mundial. Tanto era verdade que o Real Madrid não criou problema algum para ele ir atuar no Milan. E muito menos o clube italiano quando ele acertou sua ida para os Estados Unidos. Kaká está na fase final de sua brilhante carreira, o que não é nenhum demérito. Voltou ao São Paulo empolgado. Se sentia na obrigação de cumprir a palavra. Ao ser vendido em 2003 jurou que retornaria. Seria um agradecimento ao clube que o lançou para o mundo. Tentaria fazer o time campeão. Se não conseguisse, pelo menos a vaga para a Libertadores de 2015. Em dezembro, malas arrumadas para começar a viver nos Estados Unidos, país que sempre admirou. E só.

Não esperava de jeito algum que Dunga o chamasse para a Seleção Brasileira. Ainda mais agora quando a promessa do treinador é começar a montar um novo time para 2018. A convocação de hoje pela manhã, graças à dispensa de Ricardo Goulart, contundido, mostra que o treinador fala uma coisa e age completamente diferente. Já havia convocado o rodado Robinho. Aos 30 anos e sem a mesma mobilidade e velocidade do passado, o atacante santista faz a festa por aqui, no futebol brasileiro. Tanto que não desperta mais a cobiça dos grandes clubes europeus. Kaká, nem isso. Ele tem tido grandes dificuldades para se impor no Campeonato Brasileiro. É mais um componente no tal "quadrado mágico" criado por jornais tentando sair da crise. Seu futebol tem alternado entre bom e regular. Nada demais. Tem mostrado muito esforço, amor à camisa, vibração. Mas não é mais o mesmo jogador. Ou Dunga resolveu fazer uma homenagem a Kaká, por seu sacrifício na Copa da África, ou então não o está vendo atuar. O chamou pelo nome. Para ser mais uma atração nos confrontos contra a Argentina e Japão. Descabida, fora de hora a convocação do veterano meia. Para a Seleção de Felipão ele poderia ter sido útil com sua experiência, vivência. Um reserva, homem de grupo. Alguém para acalmar, servir de referência para o inexperiente grupo. Nada além disso. Não tem cabimento se Dunga decidir fazer agora isso com o meia do São Paulo. São apenas duas partidas amistosas. Se o chamou é porque o quer ver em campo. Ter um atleta que está longe de seu auge e não chegará a 2018, incoerência absoluta. O presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, reclama, critica a CBF. Perderá seu meia em jogos do Brasileiro, que não irão parar enquanto a Seleção fará os dois amistosos. Lamenta não ter o experiente meia. De nada adianta para o clube a chamada. O atleta é do Orlando, a valorização, se houver será para o clube norte-americano.

Seria muito mais coerente, Dunga dar uma chance para Paulo Henrique Ganso. Atleta de 24 anos e com potencial para chegar no auge na Rússia, com 28 anos. Só que o treinador brasileiro escolheu o veterano Kaká. Perde uma chance de ouro em nome de algo incompreensível. Apenas terá cabimento se for mesmo um agradecimento pelo jogador ter atuado toda a Copa de 2010 com dores incríveis no joelho. Toda a festa da mídia com a convocação de Kaká é por causa do seu carisma. Do talento competitivo que mostrou até 2010. Agora, infelizmente para o futebol brasileiro, ele se tornou um jogador que caminha para o final de carreira. E que suporta sequer o calendário da CBF. A alegria por imaginar de novo Kaká com a camisa da Seleção se esvai. Basta uma pergunta simples: para quê?

Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 03 Oct 2014 14:07:59
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