quinta-feira, 9 de outubro de 2014

O melhor momento do Corinthians está amarrado à necessidade de Mano se mostrar vencedor. Despertar o interesse de outros clubes. Precisa arrumar outro clube para trabalhar em 2015...

O melhor momento do Corinthians está amarrado à necessidade de Mano se mostrar vencedor. Despertar o interesse de outros clubes. Precisa arrumar outro clube para trabalhar em 2015...




Se valorizar no mercado. Ficar pronto para a vida sem o Corinthians em 2015. Esta é a principal motivação de Mano Menezes. O plano foi traçado por seu empresário, Carlos Leite. Por isso a felicidade controlada depois da maior vitória do treinador na temporada. Derrotar o líder Cruzeiro em pleno Mineirão, sem Guerrero, Gil e Elias foi uma façanha. E recolocou o time de Mario Gobbi na luta pela Libertadores tanto no Brasileiro como na Copa do Brasil. Mano é um homem frio, calculista. Sabia que estava desprestigiado. Com os fantasmas de Tite e do provável novo presidente corintiano Roberto de Andrade às suas costas. Os presidentes de outros clubes grandes e a imprensa não querem saber da reformulação que fez no elenco. A temporada só está marcada pela falta de conquistas, títulos, e pela crônica dificuldade que seu time mostrava para marcar gols. Vencer de forma convincente. A impressionante covardia tática quando a partida era fora do Itaquerão. Precisava de uma guinada. E decidiu que compraria a briga. A última impressão é que fica. E tratou de apostar nestes últimos meses de 2014. Montou o Corinthians como torcedores e mídia desejavam. Uma equipe ao contrário da sua característica como técnico. Chega de frieza. Vibração, marcação, raça. E jogadores rápidos, ágeis no ataque. Tendo como prioridade marcar gols e não correr atrás de volantes e laterais adversários. Por isso se aproximou dos atletas, está mais afável, companheiro. A arrogância sumiu como por milagre. Mano comprou a aposta por um motivo simples. Gobbi já afirmou a Carlos Leite que não tem como renovar o contrato do treinador. O presidente adoraria, só que não pode. Ele não quer, como a maioria dos conselheiros corintianos, a volta de Tite. Os dois ficaram muito desgastados na temporada passada. Adenor queria um voto de confiança, conduzir ele mesmo a reformulação do time que montou. Mas Mario Gobbi disse não. Só que o destino é irônico. Roberto de Andrade é o candidato da situação à presidência corintiana. Tem a palavra de apoio incondicional de Andrés Sanchez. Gobbi não pode ser reeleito pelo estatuto e nem quer implodir a situação, abrindo brecha para a oposição, de Paulo Garcia e Antônio Roque Citadini. Como Mário pretende ter vida longa no Conselho Deliberativo do clube, optou por não criar confusão. Aceita, a contragosto, o nome de Andrade. E Roberto já conversou com Tite. Deseja que ele seja o treinador corintiano em 2015. Não é segredo para ninguém. Só que há um hiato de dois meses. O Brasileiro termina em dezembro. E a eleição é em fevereiro. Gobbi já disse que não pode esticar o contrato de Mano por apenas um mês. Muito menos é o que Carlos Leite e seu contratado desejam. O ideal é logo após o Brasileiro se jogar no mercado. Mostrar estar livre para procurar nova casa. Mais: conseguir o título da Copa do Brasil constrangeria Andrade e pressionaria Tite. Além, lógico, de sair por cima do Parque São Jorge...

Mas expor essa situação publicamente é muito desgastante. Por isso Mano Menezes já avisou que não falará mais sobre seu contrato. Ele quer é dar o seu máximo. Colocar o Corinthians na Libertadores, se possível, com o título da Copa do Brasil. As vitórias contra o Atlético Mineiro, no primeiro jogo no Itaquerão, e, principalmente, a de ontem, contra o Cruzeiro estão sendo saboreadas. São tratadas cuidadosamente como arrancadas para o final de ano dos sonhos. O Corinthians é o quinto no Brasileiro, com os mesmos 46 pontos do Grêmio. Tem uma caminhada interessante até o final do torneio. Os adversários: Botafogo em Manaus, Internacional em Porto Alegre, Vitória no Itaquerão, Palmeiras no Pacaembu, Coritiba no Itaquerão, Santos no Itaquerão, Bahia em Salvador, Goiás no Serra Dourada, Grêmio no Itaquerão, Fluminense no Rio e Criciúma no Itaquerão. Na Copa do Brasil já venceu o Atlético Mineiro no Itaquerão por 2 a 0. Tem ótima vantagem para levar a Belo Horizonte, na próxima quarta. Se seu time conseguir a vaga estará na semifinal do torneio. Provavelmente contra o Flamengo. A equipe carioca venceu o primeiro jogo contra o América, em Natal. Decidirá sua vida no Maracanã, também na próxima quarta. Mano sabe que possuiu um time muito melhor do que o de Luxemburgo. Este é o caminho até a final da competição. Nesta gangorra instável que está sendo a campanha do Corinthians em 2014, Mano vive um momento de firmeza. O de sprint final na temporada. Mostrar para o Brasil que é um treinador de ponta. Os fracassos que viveu na Seleção Brasileira e no Flamengo estão colados nas retinas dos dirigentes e torcedores. Ele precisa dar uma resposta. Não em forma de seu discurso decorado, frio, muitas vezes vazio, treinado com fonoaudiólogas. Mas no campo. Com o time conseguindo resultados.

Mario Gobbi já afirmou que a Libertadores se tornou "obrigação" ao Corinthians. A pressão é enorme. O clube precisa do dinheiro das partidas da competição no Itaquerão. Os juros da construção do estádio não param de se acumular. A prefeitura não quer pagar R$ 420 milhões em incentivos fiscais como estava acertado. Mas R$ 415 milhões porque a arena não foi completamente construída. Do empréstimo prometido pelo BNDES, R$ 400 milhões, foram liberados apenas R$ 380 milhões. São R$ 25 milhões travados de forma inesperada. O Corinthians precisa como nunca da certeza da disputa da Libertadores. O cálculo da diretoria é que cada partida no Itaquerão poderia ter arrecadação até de R$ 5 milhões. Mano e Carlos Leite sabem muito bem desta situação. Gobbi virou amigo de Leite desde que o empresário emprestou dinheiro ao clube em 2008. Foram R$ 600 mil, para que fossem contratados Wellington Saci e Eduardo Ramos. Jogadores que, por acaso, pertenciam a Leite. A relação entre Gobbi, Mano e seu empresário é excelente. Mas o futuro do clube deverá estar nas mãos de Roberto de Andrade. Isso é algo real. E virou um estimulante para o técnico neste final de ano. Ele precisa se valorizar no mercado. Se mostrar vencedor. Há boas perspectivas fora do Parque São Jorge. Fluminense, Atlético Mineiro são possibilidades. Uma eventual conquista da Copa do Brasil ampliaria o mercado. Por vias tortas, foi o melhor que poderia acontecer ao Corinthians neste final de temporada...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 09 Oct 2014 09:52:55
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