quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Enquanto WTorre e AEG assumem o rompimento, o São Paulo age. E articula para tomar a parceira do Palmeiras. Show dos Rolling Stones foi o primeiro passo. Acordo está encaminhado...

Enquanto WTorre e AEG assumem o rompimento, o São Paulo age. E articula para tomar a parceira do Palmeiras. Show dos Rolling Stones foi o primeiro passo. Acordo está encaminhado...




O indício foi indecente, enorme. E a diretoria do Palmeiras ficou atônita, não entendeu. Os dois shows mais aguardados, e lucrativos, de 2016 não seriam realizados na novíssima arena da Água Branca. Os Rolling Stones confirmavam no seu site que tocariam nos dias 24 e 27 de fevereiro no Morumbi, estádio que o próprio ex-presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, taxava como ultrapassado. Os Rolling Stones são a principal atração da AEG, Anschutz Entertainment Group. A maior empresa de entretenimento do planeta. Além de ter os grandes ídolos pop como Beyoncé, U2, Madonna, Coldplay sob contrato, ela também descobriu enorme fonte de renda. As arenas. Tem as suas, como a Manchester Arena, na Inglaterra. Ou a Los Angeles Galaxy, nos Estados Unidos. Ou a 02 em Berlim. E ainda fez parcerias com estádios na Turquia e outros nos Estados Unidos e Europa. Desembarcou no Brasil com a parceria com WTorre. Assegurava que traria os melhores shows do planeta para o gramado do Palmeiras. Foi assim que Paul McCartney, Rod Stweart, Katy Perry, Muse tocaram no estádio. E ainda estão programados Coldplay, Iron Maiden, Maroon 5 e Andrea Bocelli. A previsão era que o Palmeiras teria pelo menos 12 shows de primeira grandeza no seu estádio. Com público liberado para 60 mil pessoas. Esse total é a soma das pessoas que acompanham em pé com as arquibancadas, os lucrativos camarotes.

O acordo entre a WTorre e AEG foi assinado em 2011. A empresa ficou de trazer artistas, promover festivais e ainda atrair patrocinadores. O grosso do faturamento nos ingressos ficaria com a promotora. O Palmeiras ficaria com 20% do aluguel do estádio. Essa porcentagem aumentará 5% a cada cinco anos. Só que a recessão no Brasil e a desvalorização sangrenta do real acabaram com os sonhos. E a troca de acusação é mútua. A AEG diz que a WTorre não estaria pagando em dia taxas de administração, patrocínio e reembolso. Entrou com uma ação cobrando R$ 5,1 milhões. A WTorre alega que a AEG não estaria trazendo patrocinadores para bancar festivais e shows no estádio do Palmeiras. Oportunista, o departamento de marketing do São Paulo soube dessa crise. E ofereceu o Morumbi para os shows do Rolling Stones. Ofereceu melhores condições financeiras que a WTorre. O articulador dessa negociação foi o empresário Vinicius Pinotti. Ele foi quem deu o dinheiro para a contratação do argentino Centurion. Como prêmio, o então presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, o nomeou diretor adjunto. Aidar teve de renunciar diante das denúncias do vice de futebol, Ataíde Gil Guerreiro. Seu vice de marketing, Douglas Schwartzmann, também. José Francisco Cimino Manssur assumiu o seu lugar, acumulando marketing e comunicações. Vinicius ganhou o cargo de diretor de marketing. E é quem efetivamente conduz a pasta no clube. E faz parte de suas prioridades não só atrair os shows da AEG para o Morumbi. Mas aproveitar o rompimento com a WTorre e firmar uma parceria entre o São Paulo e a multinacional. No dia seguinte do anúncio no site dos Rolling Stones, Vinicius comemorava no seu twitter.

Diretores do São Paulo brincam. Dizem que, se Pinotti conseguir essa parceria com a AEG, estará perdoado. Absolvido por fazer Centurion vestir a camisa tricolor. O contato direto entre clube e a empresa é mais lucrativo para os dois lados. Cada um dos shows dos Rolling Stones deverá dar R$ 1,5 milhão ao clube. A AEG também quer a parceria. Mas sem a obrigação de buscar patrocinadores, fazer festivais. Se conseguir, ótimo. Mas não quer a necessidade de arrumar. Por conta da crise e da valorização do dólar frente ao real. Já há a parceria entre AEG e São Paulo. De forma extraoficial. Só se tornará oficial, quando não houver qualquer ligação entre a empresa e a WTorre. No momento, há várias pendências. Quem acaba sendo prejudicado com essa briga é o Palmeiras. Pouco importa ter a arena mais moderna para shows do país. E nem ser a melhor localizada de São Paulo.

A AEG é a mais poderosa neste ramo no planeta. O estádio do Palmeiras perde relevância internacional. Prestígio. E o clube perde dinheiro. Mas Paulo Nobre não pode fazer absolutamente nada. Talvez comprar dois ingressos do show dos Rolling Stones. E ir, com Marcelo Oliveira, cantar Satisfaction...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 17 Feb 2016 10:41:57

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