sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Para o Corinthians, Paulo André quer virar o novo Bosman. Mudar a legislação do país. Cobrar hora extra dobrada por ter jogado aos domingos. CBF e Globo acompanharão o processo. Para evitar que aconteça uma catástrofe...

Para o Corinthians, Paulo André quer virar o novo Bosman. Mudar a legislação do país. Cobrar hora extra dobrada por ter jogado aos domingos. CBF e Globo acompanharão o processo. Para evitar que aconteça uma catástrofe...




Confrontar a legislação trabalhista com a Lei Pelé. Virar o "Bosman" brasileiro. Tentar agitar o futebol brasileiro em nome do movimento Bom Senso. Essa é a certeza de vários conselheiros influentes no Corinthians. Só assim eles explicam o zagueiro processar o Corinthians em R$ 2,5 milhões. Reivindicando, além do direito de Arena, horas extras dobradas por atuar nos domingos e feriados. Algo inédito no futebol do país. O jogador de futebol é regido pela Lei Pelé. Nela está prevista a rotina do atleta. O desportista tem horários e vida completamente diferente do trabalhador normal. Até porque não fica oito horas treinando no clube. Não passa a receber pelo INSS quando está contundido. Tem direito a férias mesmo se foi contratado há apenas seis meses e não um ano como seria pela legislação trabalhista normal. A revolta na diretoria corintiana é enorme. O clube o dispensou do seu contrato para que pudesse jogar no Shanghaï Shenhua. Saiu de graça. É verdade que há componentes importantes. Como a vontade de que levasse suas ideias revolucionárias bem longe do Parque São Jorge. Paulo André também havia ficado revoltado com a facilidade com que os membros das organizadas invadiram o Centro de Treinamento. E ameaçaram quebrar as pernas de Alexandre Pato. O zagueiro tentou organizar uma greve. Impedir que o Corinthians entrasse em campo. Mas não teve apoio dos companheiros. Ficou sozinho. Percebeu que havia apenas perdido tempo. E se desgastado. Foi quando surgiu o interesse chinês. A diretoria não pensou duas vezes em despachá-lo sem pedir um tostão. De longe, o jogador continua trocando mensagens com Alex, Dida, Fernando Prass e outros jogadores brasileiros. A maior briga atualmente é forçar a CBF a punir os clubes que dão calote. Não pagam os atletas em dia. Mesmo com o futebol brasileiro enfrentando várias outras mazelas. Racismo, violência, péssimas arbitragens, horário insano dos jogos, calendário irracional. O foco ficou mesmo com a falta de salário. O combinado foi não criar várias áreas de atritos. Até para não perder força, dispersar o movimento. Houve uma grande baixa. Juninho Pernambucano se transformou em comentarista da TV Globo. Ficou impossível ele continuar participando ativamente do Bom Senso. Como ele poderia criticar seus patrões, responsáveis pelo calendário absurdo do futebol brasileiro.

Chegou até a acontecer W.0. do Grêmio Barueri, da Quarta Divisão. Os jogadores se recusaram a entrar em campo. Motivo, falta de pagamento. A expectativa de uma greve organizada pelo Bom Senso não se concretizou. As lideranças não fizeram questão de se envolver profundamente com o que aconteceu. Tudo estava tranquilo até que Paulo André resolvesse processar o Corinthians. Conselheiros acreditam que, por ele estar no estágio final da carreira, aos 31 anos, ele não tem nada a perder. E tudo que deseja é abrir um precedente, exigindo dinheiro a mais para jogar aos domingos e as horas extras por passar dias na concentração. "Seria a pá de cal no futebol brasileiro. Se o Paulo André ganhar a mais por ter jogado aos domingos, todos os clubes poderiam ser processados pelos atletas. Os clubes juntos já devem R$ 6 bilhões em impostos e processos trabalhistas. Chega a até a ser assustador. Não há cabimento. A Lei Pelé é específica. Não adianta nem pensar em levar em consideração a CLT. Jogador tem sua rotina que é diferenciada de todo profissão. Não pode dar nada. O futebol pararia", me diz um advogado de um grande clube brasileiro. A comparação de Paulo André com Bosman acontece porque o jogador belga tentou e conseguiu algo inédito. Ele conseguiu que o jogador europeu fosse considerado comunitário. Ou seja, não seria considerado estrangeiro, mesmo se tivesse nascido em outro país do Velho Continente e não o de seu clube. A batalha vencida pelo jogador revolucionou o futebol europeu.

A direção jurídica corintiana será o mais forte possível com Paulo André. Não quer abrir brecha para pagar horas extras em dobro por causa das partidas aos domingos. A ordem é nem tentar acordo. Significaria concordar com as reivindicações. Muitos dirigentes se consideram traídos pelo zagueiro. O blog tentou contato com o zagueiro na China. Mas Paulo André não respondeu as perguntas enviadas ao seu e-mail. O outro lado, queria falar. Mas em off. Logo ficou claro o rancor do Corinthians com seu ex-jogador. Conselheiros notaram a vontade de usar o clube para criar polêmica. Misturar CLT com o jogador de futebol. A batalha jurídica já começou. Com o interesse de outras equipes grandes brasileiras, da CBF e da Globo. Ninguém quer pagar horas extras em dobro pelo jogos aos domingos à tarde. Se, por acaso, Paulo André ganhar, acabaria a viabilidade de partidas aos domingos. Melhor seria acontecer às segundas-feiras. Mas o jogador sabe que a briga será árdua. A questão é muito mais complicada do que a de Bosman. Será quase impossível, o zagueiro, líder do Bom Senso, receber os R$ 2,5 milhões que exige do Corinthians...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 10 Oct 2014 01:22:03
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