
Aconteceu o que muitos presidentes de clubes grandes do Brasil sonhavam. Emanuel Victor Pinheiro de Lima atirou uma garrafa de água das arquibancadas da Arena Dunas. Ela caiu perto do bandeira Kleber Lúcio Gil. Ela foi jogada do meio das organizadas do América do Rio Grande do Norte, que enfrentava ontem o Flamengo. Mas acontece que Emanuel pertence à Gang Alvinegra, do ABC, maior rival do América. Aconteceu o sonho dourado de Mario Gobbi, Alexandre Kalil, Paulo Nobre, Gilvan Tavares, Roberto Dinamite, Fabio Koff. E outros dirigentes que já se manifestaram tentando isentar o clube das atitudes de suas organizadas. À primeira vista seria a consagração de quem defende essa tese. Mas é justamente o contrário. Emanuel só foi detido porque torcedores do América ficaram revoltados por sua atitude. Sabiam que iria prejudicar o clube. O seguraram e chamaram os seguranças do estádio. Diante de policias, quando foi lavrado o Boletim de Ocorrência, ele confessou ser membro da Gang Alvinegra. E que só foi à partida com a intenção de jogar a garrafa de água para prejudicar o clube que ele odeia. Se os atos da torcida não prejudicasse o América, Emanuel poderia ficar tranquilamente nas arquibancadas. E se resolvesse jogar outra garrafa ou até o sorveteiro em direção ao gramado, tudo bem. O princípio de os clubes pagarem pelo que seus torcedores fazem nos estádios nasceu na Europa. E funciona bem há anos. Todos torcem juntos, mas se policiam. Além disso, com as novas arenas construídas por causa da Copa, não há mais desculpa para as autoridades. O circuito de câmeras mapeia as arquibancadas. É fácil identificar o transgressor. Desde que os seguranças e os policiais resolvam trabalhar. O vândalo precisa ser identificado e preso de verdade. Os estádios não são terra sem lei no Brasil.

Agora caberá aos auditores do STJD terem discernimento no julgamento do América. Héber Roberto Lopes fez o relatório destacando a garrafa de água atirada em direção ao campo. Foi sua obrigação. Agora cabe ao tribunal perceber a sabotagem amadora de Emanoel. A punição ao dono da casa seria descabida. A sociedade é que precisa cobrar uma pena ao infiltrado. O próprio América deve processá-lo. O Rio Grande do Norte está virando o paraíso dos infiltrados. Torcedores do ABC se misturaram aos do Ceará. No dia 26 de outubro de 2013. Provocaram uma briga violenta no acanhado estádio José Nazareno do Nascimento, em Goianinha. Saldo do confronto: 22 detidos e quatro baleados. Cocaína e maconha foram encontradas com os membros de organizadas dos dois lados. A polícia potiguar trabalhou bem tanto no ano passado como ontem. Prendeu e identificou os infiltrados. A ajuda de torcedores normais, vigiando a ação de quem está sentado ao seu lado no estádio, também foi fundamental. Portanto, os presidentes de grandes clubes brasileiros podem perder a esperança. Seus clubes continuarão a pagar por atitudes de seus torcedores.

Uma lastimável prova de quanto as equipes estão ligadas às organizadas aconteceu no ano passado. O Ministério Público de São Paulo implorou para que as diretorias de Santos, Palmeiras, São Paulo e Corinthians assinassem um Termo de Ajuste de Conduta. Se comprometeriam a não ajudar financeiramente os torcedores. Se fosse descoberta qualquer ajuda, os clubes poderiam ser multados. Depois de prometer assinar, os presidentes mudaram de ideia. E esse documento foi esquecido. Embora neguem publicamente, a esmagadora maioria dos clubes brasileiros têm ligação com suas organizadas. Por isso a festa dos dirigentes pelo infiltrado do ABC no meio da torcida do América é inútil. Os presidentes da CBF, José Maria Marin e Marco Polo del Nero juram que a legislação não será alterada. As equipes continuarão a pagar pelos atos de seus torcedores. Até que enfim, Marin e Marco Polo tomaram uma decisão que faz bem ao futebol deste país...

Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 02 Oct 2014 11:16:35
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