terça-feira, 31 de março de 2015

Clubes querem aproveitar desespero da Globo por volta do mata-mata. E dar uma virada de mesa. Aumentar a Série A para 24 clubes em 2016. Subir oito equipes da Segunda Divisão. É muita vergonha para um país só...

Clubes querem aproveitar desespero da Globo por volta do mata-mata. E dar uma virada de mesa. Aumentar a Série A para 24 clubes em 2016. Subir oito equipes da Segunda Divisão. É muita vergonha para um país só...




Não existe limites para a agilidade mental dos dirigentes brasileiros. Executivos da TV Globo se mostram assustados com a decadência da audiência do futebol no país. Os estaduais sabotam a sua programação. Já é levada a sério a proposta de exibir filmes de sucesso às quartas-feiras, quando não houver clássicos, no início das próximas temporadas. Seduzidos pelos números da Copa do Brasil, que ainda são aceitáveis, a cúpula da emissora carioca já decidiu. Quer a volta dos mata-matas no Brasileiro. Não se importa com a justiça, com o clube de planejamento mais sério, vencendo o Nacional. A tevê quer emoção, audiência. Os presidentes da CBF, José Maria Marin, e Marco Polo Del Nero, já sabem da intenção da emissora. E da pressão que ela faz para que o campeonato de 2016 seja alterado. A Globo é parceira íntima da CBF há mais de 40 anos, quando a entidade se chamava CBD. Exerce o monopólio do futebol no Brasil desde a Ditadura Militar. E ela já bancou, tem o direito do Brasileiro até 2018. Marco Polo del Nero sabem que a esmagadora totalidade dos clube está atrelada à Globo. Graças a estratégicos adiantamentos, antecipações de cotas. Ou seja, o que a emissora deseja se transforma em ordem. E a volta dos mata-matas é apenas uma questão de tempo. Deve ser confirmado nos próximos arbitrais. A tendência que o Brasileiro de 2016 deixe de ser de pontos corridos é muito forte, quase uma garantia.

"Eu deixo nas mãos dos clubes decidir", afirma, aparentemente salomônico, Marco Polo del Nero. Ele sabe muito bem que os clubes fazem o que a Globo deseja. O dirigente evita mostrar subserviência diante da emissora. Mas, inteligente que é, tem a certeza de que se, por acaso, os clubes não quisessem, prevaleceria a vontade de quem paga. Diante desse quadro é que surge a tal "agilidade mental". Já que os próximos Brasileiros serão mudados, por que não dar uma sutil virada de mesa? Ou seja, aumentar o número de disputantes? Inchar de 20 para 24? Pouco importa que o nível técnico já esteja baixo? Dar uma pioradinha não seria nada demais. O presidente da Federação Baiana, Ednaldo Rodrigues, está por trás da proposta que Marco Polo e executivos da Globo têm nas mãos. O Brasileiro de 2016 com quatro clubes a mais. Ele esboçou uma tabela que conseguiria diminuir o número de jogos. Em vez dos 38 atuais, passaria a 35. 23 em pontos corridos, com a disputa de turno único. E a possibilidade de mais 12 em mata-matas, para decidir os campeões e os quatro rebaixados. Por que Ednaldo sugeriu 24 equipes? Como chegou a esta maravilhosa forma de disputa? Para dar emoção, competitividade, sabor ao Brasileiro, lógico... Não passa de uma enorme coincidência o fato de Bahia e Vitória estarem na Segunda Divisão. E para que o Campeonato Nacional de 2016 tenha quatro equipes a mais, o que deveria acontecer? A solução seria garantir o acesso não de quatro equipes da Série B em 2015. Mas oito. Assim as chances dos baianos de volta imediata à Série A seriam dobradas. Pura coincidência, lógico. Lógico que todos os presidentes dos clubes da Série B estão empolgados com a fórmula. Animados com a certeza de que, com oito subindo, tudo ficaria mais fácil. Não haveria necessidade de tanto investimento. Afinal, 40% dos times conseguiriam a volta à elite do futebol Brasileiro. O efeito seria cascata, valendo para a Série C, com oito clubes premiados para a Segunda Divisão. A proposta já está nas mãos da Globo, da CBF, dos clubes e chegou às mãos de jornalistas. A divulgação dá ênfase a emoção. Por trás da cortina de fumaça dos mata-matas há o acesso de oito equipes. Ou... Os clubes que estão na Série A deste ano também podem se juntar e firmar um adendo. E não serem rebaixados. Nenhum. Todos ficariam garantidos para o inchado campeonato de 2016. Aí subiriam quatro da Série B para 2016. Esta mudança na fórmula proposta talvez não agrade muito Ednaldo Rodrigues. As chances de Bahia e Vitória ficariam diminuídas. O que fica claro é que, com esse retrocesso, o fim do campeonato que premia a justiça, o de pontos corridos, cada clube pensa em si. A Globo segue assustada com a decadência de sua audiência. E infelizmente a entidade que deveria controlar, organizar suas competições, se omite. Lava as mãos. Sua preocupação maior é sobreviver. Evitar o nascimento de uma liga independente de clubes. Talvez a única atitude marcante de Ricardo Teixeira tenha sido a implantação do campeonato de pontos corridos em 2003. Por finalmente se render à justiça e imitar os maiores centros de futebol do mundo, como Espanha, Inglaterra, Alemanha, Itália. Mas depois de 12 anos, o desespero cego da Globo muda tudo. Facilita clubes que não querem se modernizar, se estruturar, trabalhar de forma séria e ainda assim serem campeões. A pá de cal vem com essa tentativa de inchar, aumentar em 20% o número de clubes na Série A. Dar uma virada de mesa para privilegiar incompetentes. É muita vergonha para um país só...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 31 Mar 2015 09:16:01

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