domingo, 29 de março de 2015

Com Dunga não há beleza, só duelos. Mesmo com seis alterações, o Brasil venceu o Chile. Oito jogos e oito vitórias. A reconstrução continua...

Com Dunga não há beleza, só duelos. Mesmo com seis alterações, o Brasil venceu o Chile. Oito jogos e oito vitórias. A reconstrução continua...




O retorno de Dunga à Seleção continua arrasador. O time venceu hoje o Chile, em Londres, por 1 a 0. Completou oito vitórias em oito partidas. Só João Saldanha, em 1969 conseguiu essa façanha. Hoje com direito ao Brasil atuar por exatos 60 minutos com seis alterações no time que vinha ganhando. O treinador brasileiro teve muita coragem. Testou jogadores importantes para a Copa América que será disputada no próprio território chileno. Diante desse cenário, o resultado foi ótimo. "Espero que depois dessa boa impressão que deixei na Seleção, possa voltar mais vezes. Está dando tudo certo", comemorava Roberto Firmino, autor do gol decisivo e sombra grande para Diego Tardelli que, contundido, não foi convocado para os amistosos contra França e Chile. Dunga arriscou. Diante do caótico calendário mundial, o treinador foi obrigado a desmanchar a base do time que conseguiu sete vitórias em sete partidas. Havia a necessidade de testar outros atleta que comporão o grupo que disputará a Copa América, em junho. Foi o último jogo antes da convocação oficial. Justo contra o Chile, adversário muito bem montado taticamente, completamente entrosado e nas mãos do argentino Jorge Sampaoli. O treinador brasileiro cumpriu sua obrigação. E virou as costas para o entrosamento. Fez seis mudanças no time. Saíram seis jogadores: Filipe Luís, Luiz Gustavo, Elias, Oscar, Willian, Firmino. Entraram Marcelo, Souza, Fernandinho, Douglas Costa, Philippe Coutinho e Luiz Adriano. Como Dunga ainda não é milagroso, o efeito foi claro. Total desentrosamento. O Brasil se ressentiu demais. Perdeu a velocidade nos contragolpes por um motivo óbvio: os jogadores não sabiam a movimentação dos companheiros. Além da óbvia perda de qualidade técnica. E de uma enorme timidez de Philippe Coutinho, Souza, Douglas Costa e Luiz Adriano. Todos entraram muito tensos, presos exageradamente às instruções defensiva do treinador. Todos se preocuparam demais em preencher os espaços, marcar o toque de bola chileno. O resultado é que Neymar atuou sozinho na frente. O esquema brasileiro lembrava demais o Santos de Muricy. Com todos os atletas procurando o leve atacante todas as vezes que tinham a posse de bola. Os chilenos sabiam muito bem do potencial do jogador do Barcelona. Ele levou pontapés em seguida, zagueiros e volantes faziam rodízio. Medel, era o mais violento. Chegou ao cúmulo de, com Neymar caído, covarde, pisou na perna do atacante brasileiro. Deveria ter sido expulso pelo árbitro inglês Martín Atkinson.

O Brasil atuava no 4-3-2-1. O Chile no 3-4-1-2. A variação tática era a mesma durante todo o primeiro tempo. Ao perder a bola, os times montavam duas linhas de quatro. O que tornou o jogo disputadíssimo no meio de campo. E insuportável para os torcedores, diante da falta de emoção. Nem o Brasil e nem o Chile conseguiram sequer uma chance clara de gol nos primeiros 45 minutos da partida. O grande sacrificado do esquema de Dunga foi Philippe Coutinho. Ele é o principal jogador do Liverpool e um dos melhores do Campeonato Inglês. Mas jogando adiantado, ao lado do atacante mais agudo. Hoje teve de atuar fechando a intermediária direita brasileira, quase como um volante, muito longe do gol adversário. Desperdício. Dunga continua encarando os amistosos como finais de Copa do Mundo. Ainda mais sabendo toda sua responsabilidade, o questionamento que recebeu ao voltar à Seleção. E tratou de exigir que seus jogadores matassem, sem constrangimento, possibilidade de contragolpes chilenos. O técnico lembra muito bem todo o sufoco que o Chile deu no time de Felipão na Copa do Mundo. Com direito a bola no travessão no último minuto da prorrogação. Se o chute de Pinilla tivesse entrado, tudo teria mudado. Não haveria 7 a 1 contra a Alemanha. E talvez até Felipão tivesse até continuado. Mas a bola não entrou, o Brasil foi humilhado e Dunga voltou. Ele continua fiel ao seu esquema de pegada fortíssima no meio de campo, intensidade e marcação pressão na saída de bola adversária. Mas isso quando tem os titulares. Sem mais da metade do seu time, buscou o corpo a corpo, o confronto com os chilenos. Para isso, não houve vergonha para apelar aos pontapés, às faltas. O time brasileiro cometeu 33 faltas contra 14 do time andino. O primeiro tempo foi horroroso. Mas Dunga saiu satisfeito. Testou seis jogadores. Viu que o quarteto Philippe Coutinho, Souza, Douglas Costa e Luiz Adriano fracassou. Ficou a dúvida se eles merecem ser chamados para ficar na reserva da Copa América. Fernandinho e, principalmente, Marcelo se saíram bem. Serão chamados, sem dúvida. O treinador brasileiro ainda esperou por mais 15 minutos do segundo tempo. O jogo seguia truncado. Ficou nítida a dificuldade chilena de atacar diante de um time bem postado na defesa. Não houve aquele espaço absurdo que a Seleção ofereceu na Copa do Mundo. Talvez Dunga tenha ficado com dó de Neymar e tratou de fazer três alterações aos 15 minutos. Saíram Souza, Philippe Coutinho e Luiz Adriano. Entraram Elias, Roberto Firmino e Robinho. O Brasil melhorou sensivelmente. O esquema passou para 4-1-4-1. Havia movimentação mais coordenada e letal nos contragolpes. O trio de zagueiros chileno era convidativo, já que atuava em linha. Um lançamento perfeito e pronto.

Foi o que aconteceu. Danilo enxergou a deslocação do veloz atacante brasileiro Firmino. Ele apostou corrida com o desleal Medel. Ganhou e, sozinho com Bravo, teve o sangue frio para driblá-lo e marcar o gol. Brasil 1 a O aos 27 minutos. Reações imediatas. Sampaoli colocou o Chile todo no ataque. E Dunga trocou a ofensividade de Marcelo pelo poder de marcação de Filipi Luís. Com os chilenos desesperados para empatar, o Brasil continuou melhor. Havia mais espaço para os ataques do time de Dunga. Principalmente para Neymar. Por pouco, ele não ampliou o placar cobrando falta. Só que não precisava. O 1 a 0 refletiu bem o que foi o jogo truncado, disputado, tenso. Dunga conseguiu oito vitórias seguidas contra adversários dos mais diferentes níveis. Não há como questionar hoje o potencial da França, sede da Eurocopa de 2016, e o Chile, organizador da Copa América que começa em junho, por exemplo. Ou a Argentina, vice da Copa de 2014, com Messi e tudo. O Brasil jogará contra México e Honduras antes de começar a competição sul-americana. A rejeição à Seleção, depois do fiasco do Mundial, já diminuiu. Graças ao ótimo trabalho do técnico brasileiro. Está tudo ainda no início. Restam mais de três anos até a Copa da Rússia, mas os primeiros passos estão sendo dados com muita firmeza. Por isso o sorriso que não deixa o rosto de Dunga...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 29 Mar 2015 12:57:11

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