
Robinho deu a vantagem ao Santos. Mas também é o responsável pela confiança que os jogadores do Botafogo têm de chegarem às semifinais da Copa do Brasil. O rodado atacante foi o centro das atenções na vitória santista por 3 a 2 no Maracanã. Marcou dois gols, era o atleta mais talentoso no gramado. Só que conseguiu ser expulso infantilmente. Fez um favor aos rivais, não estará na partida de volta na Vila Belmiro, que decidirá a vaga. "Nós não podemos perder tantos gols. Éramos para ter conseguido marcar quatro, cinco. Mas faltou caprichar no último toque. Nós perdoamos. Os adversários não nos perdoam", desabafava, irritado, Edu Dracena. E com razão, enquanto Robinho teve fôlego, o time criou inúmeras chances para golear o Botafogo. Mesmo com Enderson Moreira sendo fiel ao maior motivo de ser contratado pelo Santos, tentar recuperar Leandro Damião. O lento atacante foi escalado de maneira injusta para atuar ao lado de Robinho. O ideal seria o menino Gabriel. Mas Enderson insiste em não perceber o óbvio. Ou fazer de conta que não vê. Birra inaceitável. Pior para o Santos. Poderia ter dado decidido a vaga logo nessa primeira partida. Na casa do adversário. Mergulhando em uma profunda crise financeira, o Botafogo tinha seus limitados jogadores. Guerreiros, capazes de enfrentar meses que duram 90 dias. Encaram a Copa do Brasil como grande chance de tentar ganhar dinheiro. Vagner Mancini montou sua equipe aberta, buscando vencer em casa. Comprou a briga, como franco atirador. Sua maior esperança era o potencial do veterano Sheik. Não eram Pelé, Coutinho, Zito, Didi, Garrincha, Nilton Santos. Mas quem assistiu a Santos e Botafogo não tem do que reclamar. Foi uma partida aberta, divertida, interessante. A técnica deixava a desejar. Mas a compensação vinha na correria, na vontade de vencer dos dois times. Principalmente os botafoguenses. Não demorou muito para Vagner Mancini gemer de saudades de Doria. Jefferson foi sair jogando pela entrada da área com Gabriel. O jogador não teve a visão de deixar a bola passar e sair jogando. Ao tentar dominá-la, errou. Robinho roubou a bola, tocou para Leandro Damião e a recebeu de volta. Marcou como quis, aos 24 minutos do primeiro tempo. O gol dado por Gabriel desesperou o time carioca. Mas o futebol é irônico. Coube a Gabriel no minuto seguinte fazer um gol de muita beleza plástica. Ele bateu da entrada da área, encobrindo Vladimir, substituto do contundido Aranha. O empate animou ainda mais a partida. Só que rapidamente, o Santos marcaria seu segundo gol. Robinho, sempre ele, tabelou com Cicinho. E ganhou dividida com Dankler. Afobado o zagueiro botafoguense chutou a bola em cima do atacante santista. Experiente, ele amorteceu o chutão e invadiu a área para fazer 2 a 1, aos 28 minutos.

O Botafogo queria empatar e se esqueceu das suas limitações. Vagner Mancini preferiu caprichar na marcação de Lucas Lima. Deixou livre Robinho. O jogador encontrava em Geovânio alguém para entender seu raciocínio. Leandro Damião também. Mas não tinha arranque, velocidade para chegar bem nas tabelas e conclusões. Mesmo assim, o Santos criava e desperdiçava chances. O Botafogo perdia seu melhor jogador. Sheik sentia contusão e pediu substituição. Antes que deixasse o campo, assistiu Geovânio invadir pela esquerda e chutar forte. Jefferson saltou para a bola defensável, mas falhou. Além de tomar o 3 a 1, sofreu uma luxação no dedo mínimo esquerdo. Aos 42 minutos, os cariocas perdiam seus dois principais jogadores. Para o segundo tempo, o Santos já não tinha tanta velocidade ou domínio do jogo. Havia dois motivos. O cansaço de Robinho que, cada vez menos suporta 90 minutos de bom futebol, e a covardia tática de Enderson Moreira. O time paulista entrou recuado, tentando explorar os contragolpes. Pensamento pequeno do técnico. Vagner Mancini adiantou a marcação de sua equipe, buscando sufocar os santistas. Não foi preciso esperar muito tempo. A zaga santista é muito indecisa. David Braz e Edu Dracena complicavam lances fáceis. Principalmente mal posicionados. Foi assim que Zebbalos se antecipou a Cicinho e marcou, aos 11 minutos. A partida ficou frenética, com muita correria. O Botafogo adiantava todo o seu meio de campo. Um pouco mais de coragem e o Santos se aproveitaria da escancarada postura do adversário. Robinho era procurado em todos contragolpes. Foi cansando. E reclamando demais com o árbitro Dewson Freitas da Silva. Tomou o cartão amarelo aos 34 minutos. Cinco minutos depois, foi simular uma falta. Recebeu o segundo amarelo e foi expulso. Era a melhor notícia para Vagner Mancini. O Santos perdia o seu melhor jogador para a partida decisiva de maneira estúpida. Lucas Lima deixou livre Allan Santos para marcar 4 a 2, só que ele teve a coragem de chutar fora, por cima. O Botafogo lutou até o final da partida. Mas não conseguiu o empate. Além da derrota, ficou o sentimento de inveja nos seus jogadores. Os santistas receberam o mês de atraso nos seus salários...

Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 01 Oct 2014 23:47:02
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