domingo, 3 de janeiro de 2016

Além da insatisfação do elenco e de Tite, com a volta de Pato, a diretoria do Corinthians está tensa. Seus R$ 800 mil mensais sabotam o teto de R$ 500 mil para 2016...

Além da insatisfação do elenco e de Tite, com a volta de Pato, a diretoria do Corinthians está tensa. Seus R$ 800 mil mensais sabotam o teto de R$ 500 mil para 2016...




O torcedor não pode se enganar. Está longe de ser raro jogadores de clubes rivais serem amigos. Evitam lugares públicos. Mas conversam, trocam telefonemas, mensagem. Visitam as casas uns dos outros. Isso não só em São Paulo, no Brasil, no mundo todo. Os jogadores do Corinthians sabem muito bem as histórias que Pato contou ao chegar no Morumbi. Como se sentiu rejeitado pelo time campeão da Libertadores e do Mundial de 2012. Como os atletas detestaram que ele roubasse os holofotes. A fria relação com Tite. A relação ruim que manteve com Guerrero e Sheik. Como os atletas ameaçaram bater nele, principalmente Cássio, depois da cavadinha que inventou na decisão da Copa do Brasil em 2013, contra o Grêmio. E que tirou a última chance corintiana de disputar a Libertadores de 2014. Ele tinha certeza que não voltaria ao Parque São Jorge. Não queria. Se lembrava de como se escondeu atrás de um armário colocado para travar a porta dos vestiários quando membros das organizadas invadiram o CT corintiano. E dos gritos de alguns vândalos que o procuravam, prometendo quebrar suas duas pernas por falta de empenho. Comemorou no seu twitter oficial a vitória do São Paulo diante do Corinthians, no Campeonato Paulista, mesmo o clube sendo dono de seus direitos. Tudo isso os corintianos sabem. Mas não vão comprar briga publicamente. Ele tem contrato até o final de 2016. Já foi inscrito no BID, com a camisa corintiana. Se não houver jeito, vão conviver. Mas têm uma preocupação. Todos querem saber como ficará o teto salarial anunciado pelos dirigentes. Ninguém ganharia no Corinthians em 2016 mais de R$ 500 mil. Ninguém. Só que Alexandre Pato recebe R$ 800 mil. O São Paulo rachava esta conta. Mas o empréstimo acabou. E o clube terá de bancar sozinho esse exorbitante salário. Andrés Sanches e Roberto de Andrade sabem de tudo isso. E incumbiram Kia Joorabchian, Giuliano Bertolucci e Gilmar Veloz de encontrar um clube para o jogador. São mais de cinco meses de contatos na Europa e nada. Ninguém segue disposto a pagar 15 milhões de euros, cerca de R$ 64,4 milhões, preço final que o Corinthians aceitaria. A pedida de 25 milhões de euros, R$ 107,4 milhões, é balela. Tática que o ex-feirante Andrés usava com seus fregueses. Colocava o preço bem alto. E depois reduzia, fazendo pose de pechincha. Não houve clubes interessados em pagar nem 10 milhões de euros, cerca de R$ 42,9 milhões. Há muita dúvida em relação ao brasileiro. Principalmente o fato de estar fora da Seleção Brasileira desde 2013. E Dunga estar usando um atacante de 35 anos, Ricardo Oliveira.

Empréstimo, Kia e Giuliano conseguiriam. Só que o contrato de Pato termina em dezembro. A partir de julho ele pode assinar um pré-contrato e seguir de graça em 2017 para qualquer equipe. O empréstimo ao São Paulo comeu tempo precioso na relação entre jogador e clube. Andrés e Roberto alegam que ganharam a excelente participação de Jadson em 2015. Vanderlei Luxemburgo, manager do Tianjin Songjiang, time chinês da Segunda Divisão, acena com uma proposta de 10 milhões de euros. Seria a última opção para o Corinthians, já que o jogador possui 40% dos seus direitos. Mas Pato avisou que não deseja atuar na China, Arábia ou Leste Europeu. Quer atuar em um clube grande e importante, do cenário do Velho Mundo, que dispute a Champions. A situação é bastante complicada, como Roberto de Andrade antevia. Tanto que já havia pedido a Tite. Por mais que saiba da decepção do treinador com o jogador em 2013, o aceitasse de volta. Pelo menos na pré-temporada nos Estados Unidos. A badalação que o clube fará em relação ao atleta na Flórida será uma derradeira tentativa de atrair algum clube europeu. Se não der certo, será um problema. Pato terá de ser reincorporado para a disputa do Paulista, Libertadores, Copa do Brasil, Brasileiro. Além de estourar o teto salarial, com os R$ 800 mil mensais, o Corinthians poderá entrar em contagem regressiva para perder o atleta sem ter o retorno de um centavo. Com mercado no Exterior. E com apenas 27 anos. Andrés Sanchez já amaldiçoou a negociação inúmeras vezes para os seus conselheiros mais próximos. Aqueles que o acompanham há décadas, ligados às organizada. O homem que domina o Corinthians há dez anos desabafa. Sabe que foi a Nike que pressionou para a contratação de uma "estrela" para vender mais camisas em 2013. E lembra que o clube gastou não R$ 43 milhões. Mas 15 milhões de euros em 60% de Pato. A quantia corrigida hoje chega a R$ 64,4 milhões, o que lhe dói na alma.

Pato também sabia que isso poderia acontecer. Ao perceber que o São Paulo não o compraria, tratou de falar para seu empresário Gilmar Veloz acionar Andrés. E dizer que estava disposto a ajudar na tentativa de negociá-lo à Europa. Viajaria nas férias para a Inglaterra, Itália, onde Kia e Bertolucci tivessem contatos. Iria se oferecer. Foi o que está fazendo, sem sucesso. No mundo de hipocrisia que domina as grandes corporações, o futebol não é exceção. Já está tudo armado para a volta de Pato para onde não gostaria. E o clube que se arrependeu de contratá-lo o receberá de portas abertas, daqui três dias. Talvez Cássio e Tite posem ao lado do atacante, que certamente estará sorridente. Seguindo seu papel, o treinador já repete. "Pato é patrimônio do clube". E só por isso que tem de aceitar seu retorno.

Não namora um atriz à toa. Os jogadores hexacampeões brasileiros não receberam a premiação pelo título. Os R$ 8,5 milhões não chegaram. Nem o R$ 1,5 milhão a Tite e sua Comissão Técnica. Apesar de a CBF haver pago no dia 7 de dezembro. Eles terão de engolir a decepção. E abraçar Alexandre Pato e seus R$ 800 mil mensais. Assim como os dirigentes. Todos fingirão que se esqueceram de um processo de 2015. Quando Pato foi na Justiça tentar se livrar do Corinthians. Os bons modos e a hipocrisia mandam.

Desde 2013 os dirigentes no Parque São Jorge comungam a mesma opinião.

Comprar Alexandre Pato foi uma das piores negociações da história do clube.

São três anos de frustração.

E muito dinheiro desperdiçado.

O sofrimento não terminou.

O BID da CBF não deixa dúvidas.

Ele voltou.

Por sorte, o documento registra o início e fim do contrato.

Além da data de nascimento.

Se constasse espaço para declarar infelicidade, não há dúvida.

Seria dos dois lados.

Tanto do clube como do atacante.

Não há satisfação alguma neste constrangedor retorno...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 03 Jan 2016 10:41:13

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