sábado, 2 de janeiro de 2016

Costume indecente do Corinthians. Atrasar, em até dois anos, o pagamento das conquistas de seus jogadores. Os hexacampeões brasileiros estão frustrados. Ainda não receberam um centavo pela conquista. A CBF já pagou há um mês...

Costume indecente do Corinthians. Atrasar, em até dois anos, o pagamento das conquistas de seus jogadores. Os hexacampeões brasileiros estão frustrados. Ainda não receberam um centavo pela conquista. A CBF já pagou há um mês...




O Corinthians institucionalizou uma enorme injustiça no seu dia-a-dia. A de atrasar por meses e até anos a premiação dos jogadores pela conquistas de campeonatos. O que os dirigentes fizeram com os hexacampeões brasileiros foi revoltante. O time de Tite começou o ano passado muito pressionado. Perdeu o Campeonato Paulista, a Libertadores e a Copa do Brasil. Sofreu um desmanche, com a saída de jogadores importantes. Guerrero, Sheik, Fábio Santos, Petrus. Salários e, principalmente, direito de imagem estavam atrasados. O clima era tenso. Tite estava preocupado. Implorou para Roberto de Andrade pagar os salários dos atletas. Foi além. Disse que, enquanto os jogadores não recebessem, não queria também ganhar seu pagamento. Atitude rara entre os técnicos. O presidente alegou que o clube estava "enrolado" com o pagamento do estádio. E que o elenco tivesse paciência. A situação estava complicada. O Corinthians pediu e teve recusado vários pedidos de empréstimo em bancos. Por conta da dívida pelo estádio. O treinador sabia e decidiu agir. Fez um pacto com os jogadores. Disse que só a dedicação total seria a melhor resposta. Com o Corinthians focando no Brasileiro, as vitórias atrairiam mais torcedores e se viesse uma vaga na Libertadores ou, quem sabe o título, além dos salários pagos, viria também a premiação especial. Com o exemplo de Tite, o pacto foi aceito. Até porque os jogadores perceberam que não tinham outra saída. Se desdobraram em campo. O esquema 4-1-4-1 se encaixou. A qualidade técnica de Jadson, Renato Augusto e Elias se impôs. O time deu uma resposta impressionante. A caminhada foi firme, decisiva. Não só a Libertadores virou uma possibilidade concreta. Mas o hexacampeonato. Valeu a abnegação. Saíram três empréstimos. Finalmente os salários e direitos de imagem foram quitados em outubro. Final feliz? O time caminhou tranquilo para o título? Isso é o que a diretoria corintiana gostaria que fosse comprado pela imprensa, pela torcida. Em novembro, de maneira muito sutil, discreta, houve outro pagamento. Cássio, Gil e Felipe, Ralf, Danilo e Renato Augusto receberam a premiação pela conquista do Campeonato Paulista e pela Recopa. Mas quem venceu o torneio estadual de São Paulo em 2015 foi o Santos. E a Recopa Sul-Americana foi o River Plate.

Pois bem, o grupo recebeu pelo Paulista e Recopa de 2013. Dois anos depois. Para mostrar que não há preconceito em relação a calote, a diretoria corintiana também decepcionou seus garotos. O clube venceu o Paulista e o Brasileiro com seus juniores em 2014. Só acertou a premiação prometida um ano e três meses depois. A Copa São Paulo de 2015 também só foi paga cinco meses depois. O Corinthians recebeu da CBF os R$ 10 milhões pelo título do Brasileiro de 2015. Os dirigentes prometeram a Tite e aos jogadores que iriam repassar 85% deste dinheiro como premiação. O depósito foi feito no dia 7 de dezembro, um dia após a conquista do hexacampeonato. O ambiente era de pura alegria. Havia a certeza por parte dos atletas que o dinheiro seria depositado junto com o 13º e as férias. Como havia sido prometido. Não foi. Os jogadores estão frustrados com desrespeito. A verdade veio à tona para irritação dos dirigentes. Eles se esquecem que atletas têm assessores de imprensa, agentes, empresários. Eles trataram de avisar a imprensa sobre o descaso, o desrespeito. A direção não teve como negar. E usou a desculpa mais esfarrapada possível. O diretor financeiro, Emerson Piovesan, teve a coragem de declarar. Não houve tempo para calcular o que cada jogador teria direito a receber, já que a premiação é proporcional. Quem esteve em campo mais vezes, recebe mais. É indecente a desculpa. Qualquer adolescente poderia calcular para Piovesan.

O balanço do Corinthians de 2015 deve apontar um prejuízo entre R$ 40 e R$ 50 milhões. Não adiantou receber mais da Globo, ter o maior valor dos patrocinadores do País. Nem disputar a Libertadores. Ser campeão do país. A maneira como Andrés Sanchez definiu para pagar o estádio, descontando integralmente as arrecadações, segue sangrando o clube. A busca de cinco anos pelos naming rights segue incompetente. O clube já calculava que teria de conseguir entre R$ 45 e R$ 50 milhões para equilibrar suas despesas. Esse dinheiro viria da venda de atletas. A saída de Jadson rendeu R$ 21 milhões. Mas 70% desse dinheiro é do jogador. Com desconto de taxas, sobraram R$ 5 milhões. E R$ 4 milhões foram comprometidos com Marlone. Tudo indica que Elias ou Renato Augusto, um dos dois terá mesmo de sair. Isso se não for a dupla. O Corinthians precisa de dinheiro. Enquanto isso não se definia em dezembro, o clube segurou os R$ 8,5 milhões dos atletas. Usou esse dinheiro para suas contas mais emergenciais. Promete pagar os atletas campeões do Brasil ao final das férias. Mas não há a garantia.

A situação foi uma traição a um grupo comprometido e vencedor. Expõe Tite, que tanto pediu dedicação aos atletas. E antes de mais nada, não é uma postura profissional, digna. O clube aderiu ao Profut. Uma das exigências para o parcelamento da dívida dos clubes brasileiros com o governo é o "fim do calote". Ou seja, salário e direito de imagens precisam ser pagos em dia. O que o Corinthians está fazendo? Está usando de um subterfúgio deprimente. A legislação não fala sobre premiação. Então, o clube descobriu que pode atrasar. Sem correr o risco de perder o parcelamento em 20 anos do governo. A situação é revoltante. Ainda mais levando em consideração que é o clube que mais recursos têm no país. Basta somar a participação nas transmissões, nos patrocínios, nas arrecadações, no plano de sócios-torcedores. Mas o ônus da má gestão desse dinheiro cabe aos atletas.

Ao time vencedor.

A premiação prometida não é paga na data acertada.

Palavras não são cumpridas.

Os dirigentes não honram prazos.

Já chegaram a ficar dois anos sem pagar.

O que é pior.

O mesmo grupo político domina o Parque São Jorge há 11 anos.

Liderado por Andrés Sanchez.

Uma diretoria é sequência da outra.

Mas a prática não muda.

É um vexame o hexacampeão do país, o clube mais popular do estado mais rico do Brasil, ter de usar esse subterfúgio. Desrespeitar seus campeões constantemente.

Mas quem acompanhou de perto o renascimento do time do ano passado se revolta.

O campeão brasileiro de 2015 não merecia esse constrangimento...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 02 Jan 2016 07:49:49

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