quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Naming rigths e venda de Alexandre Pato para a Europa. As caríssimas frustrações de Andrés Sanchez foram as responsáveis pelo desmanche no Corinthians. Jadson, Renato Augusto, Ralf já se acertaram com a China. Elias está bem perto...

Naming rigths e venda de Alexandre Pato para a Europa. As caríssimas frustrações de Andrés Sanchez foram as responsáveis pelo desmanche no Corinthians. Jadson, Renato Augusto, Ralf já se acertaram com a China. Elias está bem perto...




Naming rights e Alexandre Pato. Esses são os pontos centrais do lastimável desmanche do hexacampeão Corinthians, às vésperas do início da Libertadores da América. Jadson, Renato Augusto, Ralf, talvez, ainda Elias. Jogadores-chave da melhor campanha de um time desde que o Brasileiro passou a ser disputado em pontos corridos. Dois já assinaram contratos com times chineses. O volante de marcação está decidido, quer sair. Já o segundo volante segue muito indeciso. "A minha ideia inicial era ficar, tinha proposta muito boa da Alemanha, três vezes mais do que ganho aqui. Pensei em ficar, o Tite pesou um pouco naquele momento, mas depois chega uma proposta que é irrecusável. Tenho de pensar na minha família, no meu futuro. Sou um cara com histórico grande de lesões. Começa a pensar que tem uma oportunidade ímpar. Chegou uma hora que eu não podia mais dizer não", confessou Renato Augusto. Ele vai ganhar R$ 2 milhões mensais do Beijing Guoan em um contrato de três anos. São no mínimo R$ 36 milhões. Mais bônus pelo título chinês, classificação para a Champions League asiática, disputa do Mundial de Clubes. Renato Augusto, o melhor jogador do país em 2015, ganhava R$ 500 mil mensais no Parque São Jorge. Se o Corinthians tivesse dinheiro para oferecer, por exemplo, um contrato de R$ 850 mil por cinco anos, talvez pudesse evitar sua saída. Mas não tem. Ralf também está apalavrado com o Beijing. Deverá ser companheiro de Renato Augusto. Jadson recebia R$ 400 mil. Foi para o Tianjin Quanjian, time da Segunda Divisão Chinesa para ganhar R$ 1,5 milhão por duas temporadas. Se o Corinthians oferecesse, digamos, R$ 700 mil, e um contrato de quatro temporadas, quem sabe seria possível segurá-lo. Elias mudou de ideia duas vezes já. Primeiro não queria ir para a China. De jeito algum. Bastou representantes do Hebei China Fortune oferecerem três vezes o seu salário R$ 1,5 milhão. E ele aceitou ir. Mas depois, pensou na Seleção, e recuou. Só que agora, o Tianjin Quanjian de Vanderlei Luxemburgo o quer. O jogador de 30 anos está vivendo um impasse. Se recebesse uma proposta de aumento do Corinthians, pudesse ficar. Só que o clube não tem dinheiro. Teria se Andrés Sanchez cumprisse o que prometeu. São seis anos de fracasso. O deputado federal do PT vem prometendo vender o nome do estádio construído para a Copa do Mundo desde 2010. Na euforia, ao lado do ex-presidente Lula, ele prometeu. Não aceitaria nenhum centavo abaixo de R$ 400 milhões por um período de 20 anos. Ele acreditou que a empresa Emirates Airlines, que estava trazendo vôos para o Brasil, fecharia com o Corinthians. Mas a companhia área recuou. Ambev, Caixa Econômica, Kalunga, Itaipava, Ford, Chevrolet, Hyundai, Volks...Foram possíveis substitutas. Assessores estimularam jornais a acreditar que o fechamento da venda do nome do estádio corintiano estava para acontecer. Foram seis anos de mentira. E a popularização do apelido Itaquerão. Desesperado, Andrés viajou para China, Japão, Europa. Tentou de qualquer maneira conseguir uma empresa para bancar os R$ 400 milhões para os naming rights.

Aliados próximos a Andrés insistem que ele foi precipitado na hora de fechar o acordo com a Odebrecht e BNDES pelo estádio. Aceitou que toda a arrecadação fosse desviada para um fundo incumbido de pagar o estádio. E em vez de pedir um prazo de 30 anos, optou por 12 anos. "A torcida corintiana vai pagar em dez, oito anos. É certeza", garantia. Só que sua falta de visão da realidade foi absurda. Grande parte do mundo estava mergulhada em crise. O Brasil caminhava firme para a recessão. E a partir de julho do ano passado, o Corinthians tem pago R$ 5 milhões por mês para o BNDES. Em dezembro de 2016, passará a pagar mais R$ 5 milhões mensais do empréstimo feito junto à Caixa Econômica Federal. As duas dívidas são por 12 anos. A dívida do estádio já passa dos R$ 1,2 bilhão. Andrés tinha certeza que conseguiria R$ 400 milhões com o naming rights. E a questionável doação de R$ 420 milhões em forma de CDIs, feita pelo ex-prefeito Gilberto Kassab, segue travada. Ela já foi embargada pelo Ministério Público. Há muita desconfiança de possíveis compradores, que seja embargada novamente, como prometem promotores. Andrés Sanchez foi cobrado por Roberto de Andrade em relação aos naming rights. No final do ano passado, outra vez, ele garantiu que estava "para fechar". Balela. Só queria chamar a atenção ao clube campeão do Brasil, esperava que alguma empresa se interessasse. Nada. Roberto também ficou irritado quando Sanchez garantiu que seu amigo íntimo, desde os tempos da MSI, Kia Joorabchian colocaria Pato no mercado europeu. Mais especificamente na Inglaterra. O presidente não queria o desprazer de ver o jogador que desfez do Corinthians no São Paulo, de volta ao Parque São Jorge. E lá estava ele, hoje, como se nada tivesse acontecido. Correndo com a camisa 3, ao lado de Vagner Love.

Depois de cinco meses, Andrés e Kia fracassaram. O máximo que conseguiram foi despertar o interesse de empresários chineses. "Para lá eu não vou", avisou Pato. Andrés ficou furioso. Contava com pelo menos uma venda de 15 milhões de euros. Seriam R$ 65 milhões, cerca de R$ 39 milhões para o Corinthians, dono de 60% dos direitos do atacante. Mas não houve acordo. E o jogador ainda receberá R$ 800 mil, R$ 300 mil acima do teto estabelecido para 2016. "Estamos de mãos atadas. Nós queremos vender o Pato. Se o Pato não quiser ser vendido, não será. Mas vai sofrer", disse Andrés. Jogou o atacante contra as organizadas, que o detestam. Foi sua vingança diante da sua negativa de ir para a China.

O presidente corintiano cobrou Andrés sobre os naming rights e Pato. Disse que ele tivesse conseguido o que prometeu, seria possível manter o time hexacampeão brasileiro. E que entraria entrosado, poderoso, para a Libertadores. Os dois discutiram. E Andrés decidiu deixar o futebol para Roberto de Andrade. Não quis mais ser o supervisor. O presidente ficou com apenas R$ 6,3 milhões de Jadson, já que possuía apenas 30% dos seus direitos, 70% eram dos jogador. Renato Augusto rendeu também pouco.50% do melhor jogador do Brasil valeram R$ 17 milhões. 40% são do Bayern Leverkusen e 10% do Flamengo, clube formador. A multa de Ralf é baixa para um jogador de sua importância. Um milhão de dólares, quatro milhões de euros. Há a informação que ele e seus empresários pagarão a multa. E acertará sua ida para o Beijing Guoan. Elias segue pensando. Mas soube que Renato Augusto avisou o coordenador de Seleções, Gilmar Rinaldi, que levará um preparador físico para a China. Isso poderá mantê-lo na Seleção. O volante pode seguir o mesmo caminho.

A verdade é que o Corinthians está sofrendo enorme desmanche não só por falta de dinheiro. Mas por acreditar nas promessas de Andrés Sanchez. Agora, que tudo está muito ruim, ele se afasta do futebol. Evita maior desgaste. Larga a dívida do estádio e o desmanche nas mãos do pupilo Roberto Andrade. Ele tem mais o que fazer. Como se articular para a eleição de 2018 na CBF. Para os corintianos fica uma certeza. Aquele time de 2015 deixará muita saudade. E a saudade pode aumentar assim que a Libertadores começar...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 06 Jan 2016 19:16:52

Nenhum comentário:

Postar um comentário